quarta-feira, 4 de julho de 2012

“Que queres de nós, Filho de Deus?” (Mt 8, 29)

Quarta feira da XIII Semana do Tempo Comum
Quarta, 04 de julho de 2012

“Que queres de nós, Filho de Deus?” (Mt 8, 29)

Os demônios reconhecem Jesus em seu pleno poder. Ele é a Palavra de Deus que vem ao mundo para o grande combate. A luta contra o mal é realizada por meio da Palavra de Deus que dá ordem ao mundo, retoma o antigo estado que o pecado corrompeu.
Acreditar em Jesus Cristo como a Palavra de Deus não é uma opção de vida ou mais um caminho a ser escolhido. É reconhecer a ordem necessária do mundo que tem no Verbo Divino o seu fundamento primeiro.
Reconheçamos essa ordem, abracemos essa realidade para que possamos viver segundo o seu projeto. Ela realiza a nova criação da humanidade à luz do Verbo Encarnado. Por ela, o mal é destruído e o senhorio de Deus é novamente centro de nossas vidas.

“Se eu não vir a marca dos pregos em suas mãos, se eu não puser o dedo nas marcas dos pregos, se eu não puser a mão no seu lado, não acreditarei” (Jo 20, 25)

Festa de São Tomé, Apóstolo
Terça, 03 de julho de 2012

“Se eu não vir a marca dos pregos em suas mãos, se eu não puser o dedo nas marcas dos pregos, se eu não puser a mão no seu lado, não acreditarei” (Jo 20, 25)

A condição necessária para o discípulo de Jesus é a experiência com o Cristo ressuscitado. Isso, porém, não se define por uma experiência mística com o Senhor, mas pela compreensão do mistério da cruz, pelo toque nas chagas curadas...
O grande sinal da ressurreição de Cristo são as suas chagas, são os sinais de sua paixão que mostra à humanidade o grande e perfeito mistério de amor. Esse amor implica entrega livre, decisão, sacrifício e morte... A ressurreição é a confirmação desse percurso.
Que nós também possamos provar esse mesmo caminho que realizou São Tomé. Que a experiência com o Ressuscitado se concretize pelas chagas abertas de nossa humanidade ferida pelo pecado, mas restaurada pelo projeto de Deus Pai.

“Segue-me...” (Mt 8, 22)

Segunda feira da XIII Semana do Tempo Comum
Segunda, 02 de julho de 2012

“Segue-me...” (Mt 8, 22)

A condição fundamental para seguir Jesus é o despojamento. É saber que tudo é relativo diante do mistério do Deus que exige toda a vida como consequência lógica do seu seguimento. Não pode haver divisões nesse caminho, é entrega completa.
Essa, não é uma decisão de um Deus egoísta, mas representa a grandeza do chamado que ultrapassa qualquer missão. Tal caminho é a confirmação a um Deus que se fez semelhante a nós. E isso são se realiza de qualquer forma.
Que a dor do desprendimento não nos desanime a nossa caminhada. Que as “perdas” seja um verdadeiro lapidar de nossa humanidade em função da grande riqueza que é a plenitude de nossa vida.

O silêncio divino



“Quem é este que até o vento e o mar obedecem?” (Mc 4, 41)

A identidade de Jesus é apresentada com Marcos mediante a sua missão central: Jesus é Cristo, o Filho de Deus. Ele é enviado ao mundo para cumprir a obra da salvação humana mediante o mistério da cruz. Por isso o seu messianismo não é compreendido, por isso o seu sofrimento, a sua dor e o mistério de sua entrega ainda é escandaloso para muitos.
Nesse mesmo contexto que se encontram os seus discípulos. Dentro de uma missão eles se encontram “atordoados” pelo silêncio de Jesus. Esse, não era um silêncio qualquer, era um sono profundo, que nem mesmo os gritos de pavor o despertava.
Mas por que esse sono? Havia motivos para havê-lo? Que tranquilidade era aquela que o fazia dormir, mesmo tendo todos ao seu redor em permanente estado de pavor? “Mestre, não te importa que estamos perecendo?” (Mc 4, 38), clamam os discípulos. Estamos afogando! Por que não nos ajudas a sair desse caos? Por que permanece em silêncio? Por que descansas enquanto nós estamos aqui lutando pela vida? Por que não lutas conosco?
“Silêncio, cala-te!” (Mc 4, 39). Jesus, por meio de sua Palavra traz a paz, gera ordem em nossa vida. Os ventos que pareciam nos derrubar, as águas que queriam nos cobrir, perdem as suas forças diante daquele por meio do qual tudo é criado. Ele é a Palavra, ele é a Lei, a ordem por meio da qual todas as coisas são feitas. Só ele está acima dessa realidade, só ele pode mudá-la no tempo previsto.
Jesus, entretanto, questiona: “Por que sois são medrosos? Ainda não tendes fé?” (Mc 4, 40). Há tanto tempo Jesus está no meio deles e eles não reconhecem seu senhorio? Não foi possível perceber que ele não é um mágico ou um grande curandeiro?
Jesus, na verdade, prepara aos poucos os seus discípulos para entrar na pedagogia da cruz. O grande sofrimento, que causa medo, pavor, desespero e morte, é coberto de um grande silêncio. O silêncio divino que ensina à humanidade que é pela entrega de nossa própria vida que se chega à glória.
Mas “quem é ele?” Retomamos a pergunta. Ele é o enviado de Deus, que vem ao mundo para trazer à salvação aos homens. Ele é o Senhor, que salva permitindo que sua vida seja entregue aos laços da morte para que essa fosse destruída de uma vez por todas. É Deus que, por meio do seu silêncio nos ensina a viver na escuta de sua Palavra de Vida Eterna.

“Ele carregou as nossas dores e assumiu as nossas enfermidades” (Mt 8, 17)

Sábado da XII Semana do Tempo Comum
Sábado, 30 de junho de 2012

“Ele carregou as nossas dores e assumiu as nossas enfermidades” (Mt 8, 17)

Mateus, assumindo as palavras do profeta Isaías, as atualiza e dá pleno sentido em Jesus Cristo. É ele o Servo Sofredor, aquele que viria ao mundo para expiar os nossos pecados. O Rei esperado é servo, o Messias é sofredor.
Ele carrega as nossas dores por que é semelhante a nós, assume a nossa humanidade para poder redimi-la. Esse “toque” divino em nossa humanidade é o seu arriscar-se pela humanidade. Risco que chega o seu ponto ápice no mistério da cruz.
Que nossa postura não seja apenas de receptores desse mistério, mas de colaboradores dessa dinâmica que nos faz participantes da divindade daquele que assume a nossa carne. Que esse toque seja uma verdadeira troca de uma humanidade aberta ao eterno.

“Eu quero, fica purificado” (Mt 8, 3)

Sexta feira da XII Semana do Tempo Comum
Sexta, 29 de junho de 2012

“Eu quero, fica purificado” (Mt 8, 3)

O encontro de Jesus com o leproso é o toque divino em nossa humanidade ferida pelo pecado. É um movimento recíproco de uma humanidade que busca uma vida íntegra e a graça de Deus que cumpre esse desejo mediante a fé.
Não há magia na ação de Jesus, mas a revelação de um Deus que é presente em nossa história e toca a nossa humanidade para restaurá-la. Esse toque só se realiza se sabemos nos curvar, por meio de nossa fé, diante da grandeza de Deus.
Que o salto realizado por nossa fé seja o grito de nossa humanidade que se sente limitada e abre-se para a grandeza de Deus que se faz homem para nos salvar. Como Pai, ele sempre está de braços abertos, nós em quem precisamos correr e provar desse amor.

“Nem todo aquele que me diz: ‘Senhor, Senhor,’ entrará no Reino dos Céus” (Mt 7, 21)

Quinta feira da XII Semana do Tempo Comum
Quinta, 28 de junho de 2012

“Nem todo aquele que me diz: ‘Senhor, Senhor,’ entrará no Reino dos Céus” (Mt 7, 21)

A firmeza do discípulo, não está na quantidade nem na aparência de suas palavras, mas no cumprimento da vontade de Deus presente em sua Palavra Eterna. Só a Palavra de Deus apresenta a firmeza necessária, que quebra com todas as palavras de nosso tempo.
As palavras humanas sempre passam, são relativas, variam com o tempo e o espaço. Elas não são eternas nem perfeitas, não definem nem podem limitar. Elas não têm o poder de criar nem transformar o mundo ou os homens.
Só a Palavra de Deus, realizada em Cristo tem o poder de recriar uma nova realidade. Ela, por meio da qual todas as coisas são criadas, transforma por que tem autoridade de fazê-lo. Da mesma forma nós, só crescemos se for na dinâmica dessa Palavra viva e eficaz.

“Pelos frutos os conhecereis” (Mt 7, 20)

Quarta feira da XII Semana do Tempo Comum
Quarta, 27 de junho de 2012

“Pelos frutos os conhecereis” (Mt 7, 20)

O mundo é marcado por muitos profetas. Alguns que são fundamentados na verdade, outros, que se justificam em si mesmos. O que distingue os dois são os frutos. Só aquele que anuncia a verdade de Deus porta frutos de vida.
Não é a beleza das palavras que justificam e determinam o seu valor, mas as consequências de sua força renovadora e criadora de uma nova realidade. Essa força, só é eficaz se está fundamentada na única Verdade: Deus.
Tudo o que está fora de essa realidade, possui caráter relativo. Só em Cristo, fonte de toda a verdade, vemos a força renovadora de toda a realidade. É por ele que somos chamados a portar novos frutos, enraizados nessa força de vida eterna.