sexta-feira, 29 de novembro de 2013

“As minhas palavras não passarão”

Sexta feira da XXXIV Semana do Tempo Comum
29 de novembro de 2013

“As minhas palavras não passarão” (Lc 21,33)

O Reino de Deus, que se realiza plenamente em Jesus, não é somente uma obra de nossas mãos, mas é realidade que se faz presente e deve primeiramente ser percebida. Só quando compreendemos a sua dinâmica podemos colaborar com ela.
Esse Reino se fundamenta na Palavra de Deus que encontra em Cristo a sua concretização. Nele, ela deixa de ser memória, passado ou ideia, e se transforma em condição de vida, caminho que leva nossa existência à plenitude.
Estejamos atentos a essa Palavra de Vida. Diante de um mundo que é passageiro, de pessoas transitórias, de projetos limitados, só ela nos dá um fundamento perene de ser e agir, que nos porta a uma realidade que ultrapassa todo espaço e todo tempo.

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

“A vossa libertação está próxima”

Quinta feira da XXXIV Semana do Tempo Comum
28 de novembro de 2013

“A vossa libertação está próxima” (Lc 21,28)

Diante de todos os tipos de sofrimentos e males, Jesus nos dá uma consolação. O poder do mal sobre o homem não é eterno, ele tem um limite. Nesse espaço de tempo, somos chamados a purificar as nossas escolhas e o nosso agir.
Como o ceramista que comprime algumas partes para que essas se tornem mais resistentes, assim são as provas da vida. Elas nos ensinam a enxergar o que é essencial e a optar por ele. Elas nos deixam mais resistentes diante das adversidades.
Cristo é aquele que pela sua morte e ressurreição nos liberta. Por meio de sua humanidade ele nos abre uma porta para uma vida livre de qualquer prisão ou escravidão. Por sua livre entrega ele nos ensina que o caminho da glória inicia na cruz.

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

“É pela perseverança que sereis salvos”

Quarta feira da XXXIV Semana do Tempo Comum
27 de novembro de 2013

“É pela perseverança que sereis salvos” (Lc 21,19)

Quem segue Cristo deve estar ciente de que não está conforme a realidade deste mundo. Essa verdade é sinal de contradição e ódio para todos aqueles que não a seguem. Essa perseguição, ao mesmo tempo, confirma a nossa escolha em seguir o Mestre.
Diante de uma realidade que nos atrai constantemente a nos conformar à sua estrutura, devemos aprender a dizer não a tudo aquilo que contradiz a verdade que optamos. Essa opção não é fácil porque implica perseguição e sofrimento.
Somente a firmeza do olhar pode nos ajudar a manter firme a opção que fizemos. Diante de tudo o que nos atrai, somos chamados a manter a constância na verdade que professamos e a perseverar em nosso percurso, certos no fim que nos espera.

terça-feira, 26 de novembro de 2013

“Não ficará pedra sobre pedra...”

Terça feira da XXXIV Semana do Tempo Comum
26 de novembro de 2013

“Não ficará pedra sobre pedra...” (Lc 21,6)

“Tudo será destruído”. A profecia de Jesus é direcionada, não a um fim catastrófico do mundo, mas para o seu caráter material e perecível. Todas as coisas são passíveis de corrupção e destruição.
É diante desse alerta que somos chamados a fazer uma escolha: Qual o nosso verdadeiro tesouro? Mesmo caminhando por meio das coisas deste mundo, devemos olhar sempre além dele, para algo que permanece e não se corrompe.
Por meio de Cristo podemos realizar esse percurso de forma mais firme e segura. Mesmo sabendo que estamos agindo contrário aos mecanismos deste mundo que nos convida às coisas perecíveis, devemos caminhar constantemente em direção ao que não passa.

“Ela, porém, deu (...) tudo o que lhe restava para o sustento”

Segunda da XXXIV Semana do Tempo Comum
25 de novembro de 2013

“Ela, porém, deu (...) tudo o que lhe restava para o sustento” (Lc 21,4)

A pobre viúva é exaltada por Jesus não somente porque ela faz uma oferta de tudo o que possuía. Nessa oferta, ela também realizava um ato de fé e esperança. Ela era consciente de que sua vida não lhe pertencia e, naquele gesto, a entregava à Deus.
Deus não precisa de nossos bens, de parte de nossa vida, de momentos de nosso tempo. Ele procura que toda a nossa existência seja voltada para ele, como contínua entrega e sacrifício de si. É essa a nossa maior riqueza, é essa a nossa maior oferta.
Olhando para o Cristo, consumamos a nossa vida com aquilo que é essencial. Saibamos investir o nosso maior bem em um fim que não se corrompe. Que todas as nossas ações estejam voltadas para uma felicidade que ultrapassa o espaço e o tempo.


quinta-feira, 21 de novembro de 2013

“Eis a minha mãe e meus irmãos”

Festa da Apresentação de Nossa Senhora
21 de novembro de 2013

“Eis a minha mãe e meus irmãos” (Lc 12,49)

Ao estender as mãos para os discípulos, Jesus declara e institui a sua nova família. Essa é formada não por uma condição biológica ou social, mas implica uma postura que tem como fonte a compreensão de filhos do mesmo Pai.
Maria é mãe de Cristo não somente porque o gera em seu ventre, mas por que soube escutar antes a vontade de Deus e realizá-la em sua vida. Ela gera enquanto obedece, não por medo ou opressão, mas no amor que no silêncio de quem confia e espera.
Saibamos aderir a essa família de Deus. Não somente com a razão, mas antes de tudo com o coração. De pais que geram e de filhos que amam e são amados pelos pais, obedientes à sua Palavra, realizadores de sua vontade, unidos no seu amor.

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

“Jesus andava adiante, subindo para Jerusalém”

Quarta feira da XXXIII Semana do Tempo Comum
20 de novembro de 2013

“Jesus andava adiante, subindo para Jerusalém” (Lc 19,28)

O Reino de Deus é um investimento. Precisamos arriscar a nossa vida entregando-a como bem maior a ser multiplicado. Quando estivermos diante do Senhor da Vida, ele nos pedirá contas daquilo que fizemos ou de como o fizemos.
Esquecemos muitas vezes que nossa vida tem um limite, pensamos que ela durará eternamente. Mas haverá um momento em que seremos colocados diante dela e nos questionaremos: “O que tenho a oferecer fruto de minhas mãos?”
Jesus é o primeiro a nos mostrar como se faz esse grande investimento. Na oferta livre e decidida de si por meio da cruz que nasce a grande riqueza humana: um amor que gera vida nova e plena. Seguindo o seu exemplo, subamos com ele e saibamos nos arriscar.

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

“Mas não conseguia por causa da multidão”

Terça feira da XXXIII Semana do Tempo Comum
19 de novembro de 2013

“Mas não conseguia por causa da multidão” (Lc 19,3)

Zaqueu procurava ver Jesus, mas não conseguia por causa da multidão. Essa, por ser mais alta e numerosa que ele, acabava por sufocá-lo. Ele, com isso, acabava por desaparecer no meio de tanta gente, de tantas opiniões e decisões.
Quantas vezes também nós desaparecemos no meio da multidão precisamente por que nos deixamos levar por sua aparente “grandeza”? Quantas vezes tememos encará-la porque pensamos que podemos ser esquecidos e pisoteados por todos?
Ser livre no meio em que vivemos, entretanto, não significa fazer as minhas escolhas, motivado pelo que é melhor para mim. Mas é saber definir bem quem é o centro e a força de minhas escolhas, que habita no centro de minha existência e decide realmente o meu fim.

“Mas ele gritava ainda mais forte”

Segunda feira da XXXIII Semana do Tempo Comum
18 de novembro de 2013

“Mas ele gritava ainda mais forte” (Lc 18,39)

O ato de fé daquele homem cego estava precisamente em esperar pelo que parecia impossível. Era em uma constante luta contra si mesmo e contra o mundo que dizia constantemente a ele: “você não vai conseguir”.
A pergunta de Jesus parece ilógica: “Que queres que te faça?”. Ele, porém, quer ouvir de nossa boca o nosso ato de fé. Em acreditar naquilo que não se vê, não somente por que somos limitados, nas porque só ele é Luz que nos ajuda a enxergar o que não podemos.
Nesse caminho é preciso constância, para gritar sempre com mais força. Quanto maior forem os “nãos” do mundo, maior ainda seja o nosso sim. Que nossa esperança esteja firme na promessa Daquele que nos criou e não me colocou no mundo para mendigar no caminho.

domingo, 17 de novembro de 2013

Buscar o essencial

Buscar o essencial


“Tudo será destruído” (Lc 21,6)

Diante dessa catástrofe nas Filipinas que estamos acompanhando, dos seus inúmeros mortos e das consequências devastadoras que um fenômeno como esse porta consigo, não há quem não faça uma pergunta basilar: “Porque?”
Mais do que buscar responsabilizar alguém por um evento como esse, ao lado de tantos outros fenômenos naturais, históricos, políticos, econômicos e religiosos que também geram destruições e mortes, devemos olhar para nós mesmos e considerar o quanto é frágil a nossa vida e o quanto são limitadas as nossas ações.
Por mais que nossas medidas de proteção, investimentos, prevenções nos deem alguma segurança, nada se sustenta diante da dinâmica da vida e da história. Por mais que busquemos, nunca poderemos dominar essa realidade, sendo um mistério, sempre fugirá das nossas tentativas de controle.
Jesus, com um simples gesto daqueles que admiravam a beleza do tempo, fez um grande e profundo discurso sobre esse nosso defeito tão antigo quanto constante: colocamos muita confiança naquilo que é humano, mais do que o necessário. Diante disso, a mensagem é clara: “não ficará pedra sobre pedra: tudo será destruído” (Lc 21,6).
Não podemos colocar a nossa alegria ou esperança em coisas que são passíveis de destruição, que mais cedo ou mais tarde se corrompem. Do contrário, viveremos sempre em uma contínua insatisfação. E, no fim de tudo, veremos que nossa existência foi um contínuo gastar-se sem frutos, uma vida frustrada. Devemos aprender a buscar o fundamental.
Por incrível que pareça, nem mesmo esse caminho é fácil de ser perseguido. A começar por nossa própria humanidade, que tende sempre a buscar aquilo que é mais fácil e prazeroso, que recusa todo sacrifício e esforço. Seguido por um mundo que “objetiva” o mundo e a vida e tenta nos vender tudo isso a um preço muito baixo.
É diante disso que Jesus nos dá forças. Não precisaremos impor essa nossa opção. Por ser fundamental, por si mesma ela, mais cedo ou mais tarde, se manifestará.
“Com a vossa perseverança sereis salvos” (Lc 21,19). Somente quando optamos por aquilo que é essencial, tudo se torna relativo, até mesmo a nossa própria vida. É somente nessa constância de passo que podemos caminhar de forma firme, olhos fixos no fim que buscamos, sem se deixar escandalizar por tudo o que acontece em nosso tempo.

sábado, 16 de novembro de 2013

“É necessário orar sempre...”

Sábado da XXXII Semana do Tempo Comum
16 de novembro de 2013


“É necessário orar sempre...” (Lc 18,1)

O valor da oração como pedido se encontra precisamente em esperar naquele que pode realizá-la. Não é um processo de auto aperfeiçoamento, mas de abertura a graça de Deus, que entra e transforma aquilo que não podemos por nossas forças.
Mais do que um pedido, é um reconhecimento de impotência para realizar aquilo que pedimos. Ao mesmo tempo é ato de fé quando, mesmo não conhecendo completamente aquilo que se busca, nos lançamos àquele que pode nos iluminar ou transformar.
Como ato de confiança, implica deixar de confiar nas próprias forças, compreendendo que muita coisa foge à nossa compreensão. É um abandonar-se à vontade de Deus. Não um abandono vazio ou cego, mas certos do Caminho e da Verdade que nos porta à Vida.

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

“O Reino de Deus já está no meio de vós”

Quinta feira da XXII Semana do Tempo Comum
14 de novembro de 2013

“O Reino de Deus já está no meio de vós” (Lc 17,21)

O Reino de Deus não será um momento histórico distante de nosso presente. Não está restrito a um espaço social determinado, nem mesmo é instrumento de posse de uma pessoa. Ele é uma condição humana, sempre presente e possível em nossas vidas.
Ao mesmo tempo, o Reino de Deus, não é uma bonita ideia a ser contemplada. Ele é uma dinâmica concreta e atual, um modo de ser e estar diante de Deus e do outro. Essa condição nos ensina a ser verdadeiros Filhos e, consequentemente, irmãos.
O Reino de Deus é todo espaço e tempo onde Deus é o Senhor, ou seja, o princípio que fundamenta e direciona todas as nossas ações. Esse Reino é concretizado em Jesus que, sendo Filho, nos ensinou a grandeza e a felicidade de fazer a Vontade do Pai.

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

“Enquanto caminhavam, ficaram curados”

Quarta feira da XXII Semana do Tempo Comum
13 de novembro de 2013
 
“Enquanto caminhavam, ficaram curados” (Lc 17,14)

Deus age em nossa vida ordinariamente enquanto caminhamos. Conformamos-nos à sua vontade quando sabemos esperar e confiar em suas promessas. Elas se cumprem potencialmente apenas com o nosso sim inicial, mas só são percebidas com o tempo.
Não podemos parar e esperar passivamente por uma transformação extraordinária. Precisamos colocar-se a caminho, mover-se em direção ao fim esperando, mesmo que às vezes não compreendamos todos os seus mecanismos.
Nesse percurso, é preciso evitar qualquer tipo de desvio, com os olhos fixos no fim prometido. Só nesse exercício contínuo reforçamos os nossos passos, deixando-os mais resistentes a todo tipo de adversidade e, consequentemente, nos tornamos mais saudáveis.

terça-feira, 12 de novembro de 2013

“Somos servos inúteis...”

Terça feira da XXII Semana do Tempo Comum
12 de novembro de 2013

“Somos servos inúteis...” (Lc 17,10)

O serviço que devemos a Deus não muda seu Senhorio. Quando servimos, cumprimos a nossa condição de colaboradores e administradores na criação. O nosso serviço fundamenta-se primariamente em nós mesmos: manifestamos aquilo que somos.
Nesse sentido, quando servimos, não estamos nos subordinamos a nada nem a ninguém. Não estamos nos negado, mas o contrário, cumprimos a nossa condição de seres vivos, animais, com a capacidade de raciocinar com o Deus e com o outro.
Entretanto, não somos senhores absolutos nessa dinâmica. Somos servos “não necessários”, ou seja, não somos capazes de definir ou transformar o fundamento e o fim de nossas ações, mas apenas realizar aquilo que de fato somos.

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

“Para que haja quem me receba em sua casa...”

Sexta feira da XXI Semana do Tempo Comum
8 de novembro de 2013

“Para que haja quem me receba em sua casa...” (Lc 16,4)

Também nós somos administradores de um bem muito precioso: a nossa vida. Entretanto, não permaneceremos eternamente nessa função. Haverá o tempo em que estaremos diante dela e nos perguntaremos: “O que eu fui e fiz?”.
Viver, mais do que corresponder às expectativas do presente, é colocar-se e um plano mais amplo de nossa história. É saber que todas as nossas ações tem implicações futuras e que é necessário, muitas vezes, questionar-se: “O que eu quero ser?”, “Onde quero estar?”...
Nesse projeto, devemos aprender a investir: saber perder para ganhar. Sendo conscientes que as vitórias, alegrias ou prazeres atuais nem sempre são sinônimos de uma felicidade firme e duradoura. Entretanto, tudo começa de agora...

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

“Digo-vos que haverá júbilo entre os anjos de Deus por um só pecador que se arrependa”

Quinta feira da XXI Semana do Tempo Comum
7 de novembro de 2013

“Digo-vos que haverá júbilo entre os anjos de Deus
por um só pecador que se arrependa” (Lc 15,10)

Jesus não vem ao mundo para formar uma comunidade de justos e santos. Sua missão consiste em reconduzir o homem ferido pelo pecado à comunhão plena com Deus. Sua vida é um constante arriscar-se para que o homem tenha vida.
Não somos objetos passivos nas mãos de Deus, como algo a ser julgado “bom” ou “mal” segundo suas categorias. Somos sujeitos do seu interesse e do seu amor, bens preciosos que precisam ser cuidados e preservados.
Reconheçamos esse amor divino, não como um soberano que busca servos para exercer a sua soberania e nos colocar limites. Deus é Pai que deseja compartilhar a felicidade de uma vida de comunhão com Ele.

“Qualquer um de vós que não renuncia a tudo o que possui não pode ser meu discípulo”

Quarta feira da XXI Semana do Tempo Comum
6 de novembro de 2013

“Qualquer um de vós que não renuncia a tudo o que possui
não pode ser meu discípulo” (Lc 14,33)

A condição limite para seguir a Cristo é renunciar tudo aquilo que está fora dele. A começar por nossa própria vida e tudo o que a rodeia. Aos nossos projetos e tudo o que eles implicam. Enfim, a todos os nossos bens individuais.
Só escolhe bem aquele que sabe renunciar bem. Não por uma questão de masoquismo, de gosto pela renúncia em si, mas por uma questão de lógica. Se decidimos seguir um caminho, resolvemos, ao mesmo tempo, não seguir todos os outros.
O não que damos às coisas do mundo, tornado-as relativas, é sempre proporcional ao sim que damos a Deus, compreendendo-o como Absoluto. Assim, toda a nossa inteligência, vontades e forças são direcionadas a Ele, como fim ultimo de meu percurso de vida.

“Feliz daquele que se sentar à mesa no Reino de Deus!”

Terça feira da XXI Semana do Tempo Comum
5 de novembro de 2013

“Feliz daquele que se sentar à mesa no Reino de Deus!” (Lc 14,15)

A vida de comunhão com Deus é como uma grande festa. Nela recebemos todos os bens e riquezas desse anfitrião de forma gratuita. Participamos de forma livre, sem coações, na alegria e espontaneidade de um momento que se torna eterno porque é pleno.
Entretanto, muitas coisas ainda nos impedem de participar definitivamente dessa festa. Talvez nossos próprios projetos pessoais, nossos bens ou aqueles com quem nos relacionamos. Esses, ao invés de meios, são colocados como fins a serem perseguidos.
Essa riqueza de Deus não depende ou espera a nossa aceitação para se cumprir, mas é dinâmica que se atualiza continuamente. Não percamos, portanto, essa festa que se apresenta diante de nossos olhos. Ela, como vida em Deus, é certeza de vida feliz.

“Serás feliz porque eles não têm com que te retribuir”

Segunda feira da XXI Semana do Tempo Comum
4 de novembro de 2013

“Serás feliz porque eles não têm com que te retribuir” (Lc 14,14)

O verdadeiro amor se realiza na liberdade e na gratuidade da vida. Amar somente aquele que nos ama é muito fácil porque temos, quase sempre, a certeza da reciprocidade. A caridade cristã vai além dessa lógica porque nos ensina a ir ao princípio dessa dinâmica.
Amar sem esperar ser amado é fonte de nossa felicidade porque fugimos de uma lógica da troca. Não ficamos dependentes daquilo que os outros tem a nos oferecer. Muito menos perdemos a nossa paz quando essas esperanças são frustradas.
Olhemos para Cristo e vejamos nele o grande sinal da plenitude do amor. Suas ações era fundadas na perfeição de uma liberdade que agia sem esperar nada. Ele reconhecia na caridade, não um meio, mas o fim que tornava vivo e real o Pai, fonte primeira do Amor.

domingo, 3 de novembro de 2013

O caminho interior

O caminho interior


“É preciso que eu fique hoje em sua casa” (Lc 19, 5)
 
Não podemos olhar para Zaqueu somente como um pecador que estava distante de Deus e depois que se encontra com Jesus muda o seu caminho. É preciso ir mais profundo. Essa é uma lógica muito precisa, mas pouco humana. Ele, mesmo em sua condição de pecado e injustiça, buscava ver Jesus. Em sua busca por acumular riquezas, queria a felicidade. Entretanto, esse bem era mal direcionado, porque era egoísta.
Ele, entretanto, não conseguia por causa da multidão. O encontro com Deus é uma relação pessoal, que muitas vezes vai contra a ordem das coisas, do que é comum. Isso porque conceitos como caridade, serviço, sacrifício, entrega são realidades que estão muito além da lógica, do normal. São movimentos que nos fazem sair de si e ir em direção ao outro.
Duas forças aparecem nesta dinâmica. Primeiro, a busca de Zaqueu por Jesus subindo em uma árvore para vê-lo. Essa. parece ser uma ação ativa daquele que busca Deus. Todavia, se torna egoísta quando se resume no concentrar-se das próprias forças: “Sou eu que busco Deus e o encontro com meu próprio esforço”. Ao mesmo tempo em que é egoísta é soberba, porque quer encontrar-se com Deus elevando-se acima dos outros, querendo ir além da própria humanidade.
No segundo movimento, acontece a ordem de Jesus para que Zaqueu descesse. O verdadeiro encontro com Deus se realiza em nossa própria casa. Tal dinâmica se resume na abertura que devemos ter diante dele que só entra em nossa existência se abrimos as nossas portas. Esse é um encontro pessoal com Cristo que mostra a verdadeira face de nossa humanidade. Essa abertura aparenta ser passiva, mas representa o grande sacrifício de estar diante de nossas próprias limitações e encará-las como o espaço onde Deus atua.
Não podemos, portanto, falar de caminhos contrários. Ambos são direcionados à felicidade, mas um é limitado porque é egoísta, tendendo aos próprios bens. O outro, não deixando se ser humano, mostra que a verdadeira felicidade não está fora, mas no mais íntimo de nosso ser.
Todos nós somos filhos de Abraão, somos filhos da promessa. Essa, para se realizar, precisa de nosso sim, de nossa abertura ao mistério de Deus que nos aponta a felicidade. O caminho, mesmo sendo longo e árduo, é certo, porque é para nosso interior. Lá ele quer entrar e permanecer conosco.

“É semelhante ao grão de mostarda... É semelhante ao fermento...” (Lc 13,19.21)

Terça feira da XX Semana do Tempo Comum
29 de outubro de 2013

“É semelhante ao grão de mostarda...
É semelhante ao fermento...” (Lc 13,19.21)

 O Reindo de Deus é o ponto de encontro entre a Responsabilidade humana e a Providência divina. Homem é responsável colabora com o plano de santificação do mundo, por meio de palavras e obras. Mas é Deus quem dá sentido a essa dinâmica.
Como a semente são nossas ações. Por pequenas que sejam, quando direcionadas ao bem, tendem sempre a crescer gerando grandes consequências. Como o fermento, essas mesmas ações, transformam o mundo em que vivemos, elevando-o gradativamente.
Entretanto, não somos os únicos responsáveis por esse projeto. Essa dinâmica de vida interna que faz com que nossas ações cresçam e tenham boas consequências acontece em um silêncio que sempre foge às nossas compreensões... É o silêncio da Divina Providência.

“Eu vim lançar fogo à terra...”

Quinta feira da XIX Semana do Tempo Comum
24 de outubro de 2013

“Eu vim lançar fogo à terra...” (Lc 12,49)

Jesus vem ao mundo trazer uma dinâmica de conversão. Essa implica uma decisão radical na vida, não aceita meio termo. Ao mesmo tempo, é movimento de contínua purificação, que afasta tudo o que não é importante em função do que é essencial.
Seguir os passos do Cristo implica uma morte para si mesmo, estamos por aderir à outra vida. Isso requer decisão, sacrifício e renúncia. É uma tomada de consciência que se faz individualmente, cada um por si.
Aceitemos a nossa cotidiana purificação. A dor que sentimos com ela não é vazia ou sem sentido. Esse sofrimento significa que algo está sendo verdadeiramente queimado, retirando todas as impurezas, fazendo com que somente o essencial permaneça.