Domingo de Pentecostes
“Recebei
o Espírito Santo” (Jo 20,22)
Celebrar a Festa de
Pentecostes e reviver o início da missão da Igreja que, instituída por Cristo,
recebe a ordem de prosseguir o projeto de salvação dos homens. Essa Igreja tem
um princípio, um fim e uma força comum: A Santíssima Trindade. Deus, como princípio
de vida que se revela no Filho, modelo do novo homem, faz caminhar a Igreja com
a força do Espírito Santo que infunde seus dons e carismas para que essa exerça
a sua missão
Se a Igreja possui um
princípio, uma Verdade e uma força comum, é mal tudo aquilo que nega ou se opõe
a essa unidade.
É perigoso viver uma fé
segundo o meu modo de ver e compreender Deus, ou caminhar da Igreja segundo à
minha “concepção de mundo”, é muito arriscado querer compreender a Verdade
segundo à minha “liberdade de expressão”. Como diz o Apóstolo: “Há diversidade de dons, mas um só Espírito. Os
ministérios são diversos, mas um só é o Senhor. Há também diversas operações,
mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos” (1Cor 12,4-6).
O próprio São Paulo nos
ensina a viver a unidade de Filhos por meio da Imagem do Corpo (cf. 1Cor12,12).
Todos nós somos parte de um mesmo corpo, com uma só cabeça e um mesmo princípio
de vida. Se quisermos viver livres dessa realidade, perderemos essa dinâmica vital
que dele procede.
Somente Cristo, em um
mundo de tantas cabeças, múltiplos princípios e inúmeras verdades, nos dá paz que
provém do seu espírito, nos envia a anunciar uma salvação e a realizá-la por
meio de sua Igreja (cf. Jo 20,22). Esse anúncio nasce de nossa capacidade de
transmitir essa mensagem ao homem de hoje, de revelar o mistério da encarnação,
vida, morte e ressurreição com uma linguagem e com uma vida que seja capaz de
tocar, como Cristo, a nossa humanidade. A salvação se cumpre no perdão dos
pecados, na verdadeira reconciliação do homem com Deus, por meio de Cristo,
princípio de vida nova.
Saibamos olhar para Maria,
e ver nela o exemplo daquela que soube ouvir a voz do Espírito e reconhecer
nele o poder de Deus, capaz de gerar vida em nossa humanidade. Ela não buscou
condicionar a verdade às suas condições de vida ou compreensões de mundo, mas
abriu-se plenamente à essa nova realidade, à Verdade de Cristo, princípio de
unidade.
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