domingo, 8 de janeiro de 2012

Humanidade redimida


“Tu és o meu filho amado, em ti está o meu agrado” (Mc 1, 11)

A Festa do Batismo do Senhor encerra o tempo do Natal e abre o Tempo Comum. Nela, celebramos o início da missão de Jesus, ele é a Palavra de Deus pronunciada aos homens para dar a humanidade ferida pelo pecado a Vida Plena. O Batismo do Senhor confirma essa identidade de “filho amado”, Jesus provém de Deus e revela o seu amor misericordioso.
João, que realizava um batismo de conversão, não se acha digno de batizar aquele que era o seu Senhor. Jesus, entretanto, se faz batizar para entrar plenamente em nossa humanidade e assumir com ela os nossos pecados. É nesse momento em que o Pai confirma que ele era a verdade que vinha sendo pronunciada na história e o cumprimento da promessa predita pelos profetas, como acena Isaias “É o meu escolhido, alegria do meu coração. Pus nele o meu espírito, ele vai levar o direito às nações” (Is 42, 1).
“Deus enviou sua palavra aos israelitas e lhes anunciou a Boa-Nova da paz, por meio de Jesus Cristo, que é o Senhor de todos” (At 10, 36). Em Jesus, é cumprida a justiça do Pai. Ele ,que não tinha pecado, fez-se pecado para nos libertar da morte eterna. E mais do que isso, ele faz-se, ao mesmo tempo réu e advogado, pois nos defende do pecado quando é, ao mesmo tempo, vítima e caminho de salvação.
Vivemos em um mundo que esqueceu a misericórdia. Ou porque relativizou a ideia de pecado ou esqueceu a necessidade do perdão. O homem se faz Senhor de si mesmo, faz-se árbitro de todas as suas ações. Negado a misericórdia, nega-se o seu verdadeiro autor, aquele que é o Justo Juiz.
Quando envia a sua Palavra ao mundo, Deus declara a necessidade de uma justiça, mas que é cumprida no amor de Pai. Fazendo-se homem, apresenta-nos a sua pedagogia de salvação. Essa, se realiza dentro de uma humanidade que busca não elevar-se sobre si mesma ou sobre os outros, mas compreender-se, a cada dia, mais humana, frágil, necessitada de Deus e de sua Palavra de Vida.
Maria é aquela que de humilde se faz grande, por estar purificada de suas vontades e desejos individuais ela abre-se ao mistério da Palavra que se faz plenamente homem. Com ela, aprendamos a entrar nessa dinâmica e fazermo-nos pequenos diante da grandeza de Deus que mostra a sua face aos homens. E como é sua cara? A de um homem, cheio de amor pela sua existência, que sabe viver integralmente a sua história na liberdade e no amor.

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