“Tu
és o meu filho amado, em ti está o meu agrado” (Mc 1, 11)
A Festa do Batismo do
Senhor encerra o tempo do Natal e abre o Tempo Comum. Nela, celebramos o início
da missão de Jesus, ele é a Palavra de Deus pronunciada aos homens para dar a
humanidade ferida pelo pecado a Vida Plena. O Batismo do Senhor confirma essa
identidade de “filho amado”, Jesus provém de Deus e revela o seu amor
misericordioso.
João, que realizava um
batismo de conversão, não se acha digno de batizar aquele que era o seu Senhor.
Jesus, entretanto, se faz batizar para entrar plenamente em nossa humanidade e
assumir com ela os nossos pecados. É nesse momento em que o Pai confirma que
ele era a verdade que vinha sendo pronunciada na história e o cumprimento da
promessa predita pelos profetas, como acena Isaias “É o meu escolhido, alegria
do meu coração. Pus nele o meu espírito, ele vai levar o direito às nações” (Is
42, 1).
“Deus enviou sua
palavra aos israelitas e lhes anunciou a Boa-Nova da paz, por meio de Jesus Cristo,
que é o Senhor de todos” (At 10, 36). Em Jesus, é cumprida a justiça do Pai.
Ele ,que não tinha pecado, fez-se pecado para nos libertar da morte eterna. E
mais do que isso, ele faz-se, ao mesmo tempo réu e advogado, pois nos defende
do pecado quando é, ao mesmo tempo, vítima e caminho de salvação.
Vivemos em um mundo que
esqueceu a misericórdia. Ou porque relativizou a ideia de pecado ou esqueceu a
necessidade do perdão. O homem se faz Senhor de si mesmo, faz-se árbitro de
todas as suas ações. Negado a misericórdia, nega-se o seu verdadeiro autor,
aquele que é o Justo Juiz.
Quando envia a sua
Palavra ao mundo, Deus declara a necessidade de uma justiça, mas que é cumprida
no amor de Pai. Fazendo-se homem, apresenta-nos a sua pedagogia de salvação.
Essa, se realiza dentro de uma humanidade que busca não elevar-se sobre si
mesma ou sobre os outros, mas compreender-se, a cada dia, mais humana, frágil,
necessitada de Deus e de sua Palavra de Vida.
Maria é aquela que de
humilde se faz grande, por estar purificada de suas vontades e desejos individuais
ela abre-se ao mistério da Palavra que se faz plenamente homem. Com ela,
aprendamos a entrar nessa dinâmica e fazermo-nos pequenos diante da grandeza de
Deus que mostra a sua face aos homens. E como é sua cara? A de um homem, cheio
de amor pela sua existência, que sabe viver integralmente a sua história na
liberdade e no amor.
Nenhum comentário:
Postar um comentário