“Eu
sou voz de um que grita no deserto” (Jo 1, 23)
O que significa isso?
Voz que grita no deserto. Que é o deserto senão local de provação? Espaço onde
o homem encontra-se com sua humanidade que tende à decadência, uma humanidade
falha, não perfeita, que tem necessidades básicas fundamentais. Essa voz,
portanto é de um homem, é voz que grita de uma e para uma humanidade. Não é
qualquer voz, mas alguma que aponta o caminho do Senhor, daquele que traz em si
a plenitude da humanidade. É no deserto e do deserto que a humanidade encontra
o seu a sua essência e o seu sentido.
Diante de tantas vozes
é do deserto que encontramos aquela que aponta o verdadeiro sentido de nossa
humanidade. Somos homens falhos, temos a necessidade de algo que nos ultrapassa,
não temos a capacidade de definir o bem o mal, o bom ou o ruim, precisamos de
uma Palavra de Verdade, algo que aponte-nos para a nossa verdadeira e plena
felicidade.
Sim, é Cristo que traz
em si a Palavra de Deus e o seu efeito desejado, é Palavra de Salvação. É nele
que encontramos a plenitude de uma humanidade que, mesmo falha, traz em si o
sopro divino. Essa Palavra não traz apenas uma ideia, mas um caminho. É essa
via que devemos buscar. É essa voz que devemos ouvir. É essa Palavra que
devemos proclamar em um mundo que aos poucos ensurdece com tantas vozes que
falam de todos os lados.
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