Vinde a mim... eu vos darei descanso (Lc 11, 28)
Todo aquele que realiza
uma escalada em uma grande montanha sabe todo o material que deve levar. Mais
do que isso, como a escalada é árdua, sabe também que não deve levar muita
coisa, somente o básico, do contrário, seu percurso vai ser muito mais penoso.
Mesmo sabendo que vai
precisar de descanso, ele não pode levar um colchão inflável ou uma cadeira
confortável, consciente de que terá muita sede, não pode levar nenhum
refrigerador, mesmo precisando de um momento de distração, ele sabe que o peso
um livro pode lhe custar muito.
Do mesmo modo é a nossa
relação com Deus, ela se desenvolve semelhante a uma escalada: quanto menos
coisa se levar, melhor. São Paulo aprendeu bem que, nessa escalada, ele deveria
deixar de lado muito de seus bens: “O mundo para mim está crucificado como eu
estou para o mundo” (Gl 6, 14).
Em uma cultura que prega
uma riqueza de coisas, bens, pessoas e relações, o valor de Deus e de sua
Palavra tornam-se ameaçados. Quando não, passa a ser um mero acessório nas mãos
daqueles que querem uma vida “prazerosa”. A “morte” do mundo – e por crucifixão
– significa a negação de tudo àquilo que pode deixar Deus em segundo lugar.
Entretanto, haverá um
momento nessa subida em que até o mínimo que temos deve ser deixado. É o espaço
de uma pequena escada que nos leva para o objetivo escolhido. Qualquer peso
poderá rompê-la. É preciso estar totalmente despojado e ser plenamente livre.
Cristo é aquele que soube
subir essa escada (cf. Lc 11, 28ss). Ele, despojado de tudo, foi elevado no
alto de uma cruz e abriu esse caminho rumo à Ressurreição. Conquista essa pertencente a todo aquele que
busca um contato maior com o Pai do Céu.
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