Quem é o meu próximo?
A pergunta que Lucas
coloca na boca de um mestre da Lei (cf. Lc 10, 29) é central para compreender a
dinâmica da vida cristã. “Quem é o meu próximo?” Quem é aquele que necessita de
minha ajuda? Ele está realmente próximo? Eu me faço próximo?
Jesus ilustra esse
“carente” com uma interessante imagem: “Um homem descia de Jerusalém...” (Lc
10, 30). A partir daqui, tudo pode ser comparado a um distanciamento do homem
em relação à sua terra natal, ao ambiente que lhe é natural. “Ele descia”,
“caiu na mão de bandidos”, “roubaram-lhe tudo”, “bateram-lhe até ao sangue”,
“como morto”...
Não há mais vida para
aquele que se distancia de Deus e sua Palavra, realidades que nos dá, mantêm e
justifica a nossa existência. Todo o homem que busca se afastar de Deus
procura, nesse mesmo movimento, a dor de sua própria condenação. Os “infernos”
retiram toda a nossa dignidade e nos faz viver “como morto”.
Jesus nos aponta o
caminho inverso: a caridade. Olhar para todo aquele que se desvia da Palavra de
Deus, mas como alguém que necessita da minha ajuda, é o caminho contrário ao da
perdição. Cristo mesmo retoma esse movimento não só com Palavras, mas com a sua
própria vida. De perdido que estávamos por não ouvir a voz de Deus Pai, somos
salvos pelo amor, curados e colocados de volta no caminho rumo a Jerusalém.
A questão que se põe é:
queremos voltar à essa cidade? Ou estamos firmes em prosseguir por caminhos que
nós optamos?
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