Por que, muitas vezes,
rejeitamos participar desse banquete preparado pelo Rei para o seu Filho? Não o
queremos talvez por que nos achamos indignos de sermos considerados apenas
“convidados”, queremos mais do que isso.
Achamos melhor fazer a
nossa própria vida (cf. Mt 22, 5). Queremos dominar todos os nossos bens, criar
e manter as nossas próprias relações e, conseqüentemente, agir sobre o mundo
como se ele nos pertencesse. Rejeitamos o convite do anfitrião porque talvez
queremos sê-lo, queremos um mundo, pessoas e relações à nossa “imagem e
semelhança”.
Esse Rei, porém, não
desiste da festa. Não acaba com ela, antes, amplia o convite: todos são
chamados para o seu banquete (cf. Mt 22, 9). Ele chama a todos não porque
necessita de convidados, mas para manifestar que sua festa não é destinada a um
grupo isolado; A sua alegria é destinada a todo aquele que procura entrar em
comunhão com ele.
Entretanto, para
participar dessa festa é preciso ter as “vestes” convenientes. Estar preparados
interna e externamente para essa comunhão. Assim, do mesmo que a roupa corre o
risco de enganar e trazer para a festa pessoas inconvenientes, os trapos de um
comportamento também refletem uma desordem interna.
Não há perdão para
aqueles que não vivem esse novo modo de ser, não há perdão para os que não
manifestam essa alegria por participarem do banquete. Esse, mais cedo ou mais
tarde, estará fadado a um fracasso que o faz cair nas trevas de sua própria
contradição, do seu orgulho imobilizador.
O homem moderno corre o
risco de entrar nessa mesma dinâmica. Está tão amarrado em sua própria compreensão
de mundo que ignora o convite de Deus, agora universal: “Vinde para a festa”
(Mt 22, 4). Rejeitam esse convite porque ainda querem o mundo que forjaram para
si mesmos.
Que nós possamos nos
abrir à proposta desse Rei, que pede de nós apenas um sim. Não há complexidade
nesse convite, basta apenas uma abertura integral. A festa já foi completamente
preparada, é preciso apenas que estejamos com as vestes adequadas, com a
abertura necessária para festejar esse Filho que vive em nosso meio.
Olhemos para Maria. Em
sua vida ela nos manifestou toda uma alegria de viver em comunhão com o Rei.
Como nas bodas de Caná, ela foi quem cooperou para que não faltasse nada. Por
meio dela, o melhor vinho foi servido e entregue a todos como manifestação de
uma alegria que gera e manifesta comunhão.
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