Senhor, ensina-nos a rezar (Lc 11, 1)
Vivemos em uma estrutura
de mundo tão marcada pelo interesse objetivo por coisas e relações que corremos
o risco de inserir Deus nesse mesma pedagogia. Na cultura da compra
fácil, dos pedidos via web, da comida rápida e pronta, nosso diálogo com Deus
também pode receber essa mesma compreensão.
Nesse caminho, passamos a
imaginar e pensar um Deus que deve atender às nossas necessidades. Pedimos o
que nós necessitamos, ou melhor, o que pensamos ter necessidade. Como se
compreendêssemos toda a dinâmica de nossa vida.
A imagem do Deus Pai (cf.
Lc 11, 1) nos faz entrar na compreensão de um Deus que conhece todas as nossas
necessidades e sabe do que precisamos. A postura necessária, portanto, passa a ser de
abertura a esse Pai que nos conhece inteiramente, não só por que nos gerou à
sua “imagem”, mas por que também é responsável pela casa na qual estamos
inseridos.
Além dessa abertura
integral ao Pai e a sua Palavra, esse diálogo, por ser comunitário, também nos
apresenta um novo modo de irmãos. E se recebemos de um Pai uma mesma educação,
seria coerente agirmos com uma mínima fraternidade.
A oração do Pai, que é
nosso, não meu, nos incentiva a entrar em uma relação mais aberta com Deus e
nos compromete, de forma mais objetiva, com os nossos irmãos nesse mesmo Pai.
Não mais falamos com Ele para pedir coisas, mas unicamente para nos ajudar a
compreender a dinâmica e a ordem da casa que ele fez para que morássemos juntos,
mas com Ele.
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