“Bendito
o Reino que vem, do nosso pai Davi” (Mc 11, 10)
Jesus entra em
Jerusalém, vem tomar posse do seu reino, reino prometido à descendência de
Davi. Ele vem, montado em jumento, para sentar em seu trono e inaugurar um novo
reino, onde a humanidade toca a divindade, onde o pecado encontra a graça...
Mas porque não o
aceitamos? Por que queremos rejeitar esse reinado onde Deus é o verdadeiro
Senhor?
A promessa messiânica
de um rei que vem salvar o povo oprimido cumpre-se, mas não é compreendida,
realiza-se, mas não é aceita. Isso por que queremos um rei à nossa imagem,
segundo as nossas esperanças, uma salvação segundo as nossas categorias. Surge
enfim, um novo Davi, um homem verdadeiramente segundo o coração de Deus.
Mesmo assim ele vem,
tomar posse do seu reino que está em Jerusalém. Entra com glória, a humildade
vence o esplendor, o silêncio vence os gritos de orgulho, a verdade vence a
soberba da falácia, a dor vence o prazer desordenado, o sacrifício vence
objetivação humana, a vida vence a morte... a lógica do mal, enfim, é quebrada.
Jesus é Rei.
Vem para sentar em seu
trono real, assumir o seu verdadeiro senhorio. A cruz é o seu verdadeiro trono.
É dela que a humanidade é reinada, onde o Rei verdadeiramente é o mediador
entre Deus e os homens. Ele media por que intercede, por que entrega-se, por
que exerce o senhorio de uma humanidade que só se redime quando percebe-se
verdadeiramente humana, necessitada de seu Senhor.
Por esse trono, a
humanidade toca a divindade, a terra toca o céu. Por meio dele a vida é
restaurada por que a morte é vencida. Tudo isso em profundo mistério de
humildade, entrega, silêncio...
Entrai, Senhor, e tomai
posse desse reino que é teu. Pelo mistério de sua entrega retomai a nossa
humanidade em suas mãos. Pagai a dívida que nós deveríamos cumprir, mas que
pela sua obediência de Filho, mediante o amor de Deus Pai, estamos livres.
Exercei o seu senhorio, libertai a nossa humanidade da escravidão do pecado, de
tudo aquilo que nos prende.
Sim, “Bendito o que vem
em nome do Senhor!” (Mc 11, 9). Aclamemos o nosso Rei que vem. Ele vem para nos
libertar, para exercer seu senhorio sobre a humanidade inteira. Ele cumpre uma
promessa, dá-nos a vida, apresenta-nos o caminho que havíamos perdido.
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