17 de setembro de 2011
Quem tem ouvidos ouça.
Nós que vivemos em um mundo da rapidez das informações, dos transportes e do conhecimento corremos o risco de fazer com que tudo entre nesse mesmo movimento de imediatismo. O perigo disso está quando as próprias relações humanas e o contato consigo mesmo deixam-se permear por um modo imaturo e inconstante de viver.
São Paulo nos ensina a entrar no projeto de caminhar sob o olhar da Palavra de Deus que no Antigo Testamento se fez Mandamento e na plenitude dos tempos se fez Carne. Diz o Apóstolo: “[...] te ordeno a conservar sem mancha e de modo irrepreensível os mandamentos até ao dia da manifestação de Nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Tm 6, 14).
Dentro de uma cultura de muitas “boas idéias” o homem pode esquecer uma qualidade fundamental para a sua vida: a perseverança. O perigo da velocidade das informações e do conhecimento está exatamente quando tudo corre o risco de criar homens inconstantes, sem perseverança em suas opções e que, qualquer dificuldade, podem desmoronar.
“[...] Aqueles que, depois de haver escutado a Palavra com o coração integro e bom, as guardam e produzem fruto na perseverança” (Lc 8, 15). A imagem da associação da Palavra de Deus com a semente nos ensina a olhá-la como possibilidade de Vida Plena, mas que só pode dar frutos se for acolhida e gerada com paciência.
Mesmo dentro de uma estrutura de rapidez, o homem deve aprender que ele não é maquina, mas que está dentro do projeto de uma humanidade que evolui gradativamente. Em nossas relações humanas e em nosso próprio processo de auto-formação, devemos aprender a “dar tempo” a nós mesmos, sabendo esperar que algumas coisas amadureçam por si mesmas.
Se formos pacientes nesse processo, mesmo que demore, os frutos virão em trinta, sessenta e até sem por semente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário