“Jesus tomou a firme decisão de colocar-se a
caminho de Jerusalém” (Lc 9, 5)
A divindade de Jesus se
afirmou não somente pelos seus milagres, mas pelo fato de que ele viveu a sua
existência com a compreensão pela de sua missão. Ele não era um errante em suas
posturas, mas soube para que veio: Realizar a Vontade do Pai. Ele não veio ao
mundo para sofrer, mas para obedecer na condição de Filho. Seu sofrimento e
morte de cruz ilustraram e confirmaram essa obediência integral à vontade e
justiça Divina.
Foi ele que tomou a
decisão. A compreensão de que os homens precisavam de um caminho de vida foi
dele, ele não foi coagido por ninguém e, quando foi, não permitiu que isso o
afetasse: ele só obedecia à vontade de Deus. Apesar de tudo isso, ele sabia que
essa postura não seria fácil.
E exatamente por saber da
complexidade de sua missão é que sua decisão foi firme. Ele não só sabia as
dores que iria sofrer em sua carne, mas também compreendia que seria atingido
por uma negação, rejeição, indiferença e, a pior de todas elas: pelo peso da
mão do próprio Pai que, nele, fez justiça em favor dos homens.
Por antever essa dor
integral de negação, Cristo colocou-se a caminho em passos firmes, como Abraão
que subia decidido para sacrificar o próprio filho, sua própria carne. Se
houvesse qualquer abalo nessa decisão ele poderia desviar-se daquele caminho
rumo à Jerusalém.
Por mais que a decisão
fosse firme, o caminho reto e o fim doloroso, Jesus estava sempre aberto àquela
decisão. Ele era livre para que, a qualquer hora, desistir. O valor de seu fim
foi à nossa vitória.
Essa entrega livre nos
ensina o preço de nossa libertação. Somos frutos de um amor de um Pai que nos
cria e nos dá a liberdade de amá-lo ou não. Muitos são os caminhos que podemos
escolher nessa via rumo à Jerusalém. Alguns nos fazem andar em círculos, não
nos permitindo sair do lugar, outros nos fazem retroceder, outros ainda nos
levam para outros desvios supostamente mais fáceis que, além de nos levar por distancias
maiores, nos faz demorar e perder tempo.
Dentre esses muitos
caminhos que nos levam para Jerusalém só há um que é reto. Porém, nele há algumas
pedras de tropeço, espaços escuros e muito estreito em outros: esse atalho
podemos chamar Cristo.
Não podemos definir se
haverá mais ou menos sofrimento para os que não quiseram tomar essa vereda. Não
podemos quantificar ou qualificar as dores se compararmos esse caminho com
outros. Porém, uma certeza podemos ter: esse percurso nos faz chegar no centro
de nossa existência, onde está o princípio de nossa Vida...
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