O meu Espírito estará com vós, não temais (Ag 2, 5)
Em sua caminhada terrena,
o homem sempre busca seguranças para a sua caminhada. Ele teme que lhe falte
alimento, certo conforto para o corpo, um grupo de amigos para a vida
comunitária e um trabalho como inserção na estrutural social.
Esse movimento, mesmo que
legítimo, corre o risco de ser perigoso quando tais realidades são tomadas como
fins absolutos em nossas vidas. O homem pode viver em função de seu bem estar
corporal, para os meus amigos ou para o meu trabalho. Eles deixam de ser
instrumentos para construção de minha humanidade e eu me torno objeto de seu
serviço.
A Palavra de Deus,
todavia, não nos manda negar todas essas realidades, mas sim relativizá-las em
nome de um Absoluto. O meu bem estar corporal, os amigos e o meu exercício
social são meios que devem me fazer chegar até Deus.
É nesse sentido que o
profeta Ageu nos conforta: “Não tenhais medo”. Devemos eleger um único fim para
a nossa vida, para o qual todos os outros movimentos devem convergir. E, a
partir dessa escolha, o Espírito de Perfeição já estará em nosso meio para nos
motivar, a cada dia, para que busquemos esse único fim.
Porém, como trocar “o
certo pelo duvidoso”? Como optar por uma vida espiritual, que não vemos,
deixando de lado um mundo material, estruturado por um conjunto de bens
concretos? Cristo é a resposta para esse conflito. Ele é apresentado como a
Plenitude de nosso bem material, de toda a riqueza que o homem pode buscar por
que é a plenitude de toda a nossa humanidade.
Porém, “o Filho do homem
deve sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos chefes dos sacerdotes e
dos escribas, ser morto e ressuscitar no terceiro dia” (Lc 9, 22). Por mais que
busquemos outros bens materiais Cristo continuará sendo essa riqueza plena que
nossa humanidade pode adquirir.
A sua glória após o
sofrimento e a morte continuará sendo um grito de que há sentido em lutar para
sermos em plenitude.
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