sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Segunda feira da XXVI Semana do Tempo Comum

Segunda, 26 de setembro de 2011
 
“Eles serão o meu povo e eu serei o seu Deus: na justiça e lealdade” (Zc 8,8)

Deus quer de nós não uma subordinação autoritária, mas uma verdadeira relação fundada na “justiça e lealdade”. Justiça, para nos colocar-mos em nosso lugar e darmos à Deus o seu próprio, para sabermos que somos um povo guiado por um Deus. Lealdade, por que esse “guiar” não significa uma subordinação cega, mas uma adesão livre a um amor de Pai.
Essa interação também apresenta um Deus que, ao relacionar-se com o homem, se faz humilde. Simples porque, ao entrar em contato com uma matéria, Ele, que é realidade perfeita, arrisca-se negar-se a si mesmo. E isso o processo de encarnação o confirma. Por outro lado, é contraditório para nós mesmos dizer que amamos e seguimos esse Deus se ainda nos comportamos de modo egocêntrico.
Assim estavam se comportando os discípulos para saber “quem deles era o maior” (Lc 9, 46). Jesus, como “conhecia os seus pensamentos” (9, 47), sabia que eles não queriam saber sobre o mais “santo” ou o mais parecido com o Mestre, o mais servidor, mas apenas o “maior”. Quando buscamos um maior, um superior, consciente ou inconscientemente, também procuramos identificar o menor ou os “inferiores”, quem está subordinado a esse referencial.
Nesse momento Jesus esclarece que, na construção de seus discípulos, não pode haver diferenciação entre “maior” e “menor”. A figura da criança nos ajuda a compreender a realização da grandeza humana. Ela consegue viver, espontaneamente, o seu período, sem medo de ser taxada ou mal compreendida. Viver a realidade que possuímos é a verdadeira dinâmica daquele que, de “pequeno”, se faz plenitude.
Pedro parece não entender e insiste nessa “autoridade” por causa do nome de Jesus e ele continua a rebater. Cristo não veio ao mundo para criar uma religião , determinar mandamentos ou uma filosofia, mas apresentar ao mundo uma Palavra de Vida, uma Palavra que gera Vida.
Desse modo, todo aquele que dá uma Palavra de luz à quem está nas trevas assume essa mesma dinâmica de Jesus. Quem pronuncia uma Palavra de Bem a quem se encontra mal ajuda a retirar esse mal e, conseqüentemente, aquele que o personifica.
Jesus nos esclarece que não há contradição em seu modo de viver. Se Ele mesmo é Palavra de Vida ele gera vida. E se a gera, quebra todos os laços que prendem o homens em situações de morte.

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