Ele
falava do templo do seu corpo (Jo 2, 21)
Nessa festa pela qual
celebramos a dedicação da Basílica de São João de Latrão, Jesus nos ensina qual
deve ser o verdadeiro tempo para as nossas vidas.
Sendo o templo um local
de oração e diálogo, ele deve sempre ser dedicado só a Deus. Não deve haver
outra função a não ser a busca humana pelo seu Senhor. Local de diálogo porque
o homem olha para o alto e se relaciona com aquele que, por graça, se faz
revelar. É diálogo porque há uma palavra que permeia essa interação: Jesus.
É oração pelo fato de
que esse mesmo homem olha para o Senhor em condições desiguais: Ele é sempre
servo. Por mais que nos esforcemos em olhar para cima, Deus sempre se curva
para que esse contato ocorra. A oração é, portanto, esse prostrar-se diante do
absoluto e silenciar perante esse mistério. Nele nunca poderemos tocar.
O Evangelho, com isso,
nos ensina a fazer dessa casa um ambiente sagrada: “Não fazeis da casa do meu
Pai um comércio” (Jo 2,16). O diálogo com Deus nunca pode ser por igual, não
podemos convencê-lo a fazer nada, não podemos barganhar benefícios, as nossas
aparentes qualidades são sempre falhas diante do seu poder, tudo é sempre
graça.
Jesus, portanto, nos
ensina a sacralizar esse encontro e santificar esse espaço. Não estamos diante
de mais um ambiente político de interação, estamos na presença do Senhor. Ele
esclarece a grandeza desse momento: “Destruireis este templo e em três dias o
farei ressurgir” (Jo 2,10). Sim, tudo será conforme à sua Palavra, pois o
templo de Deus é o homem em glorificação.
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