sábado, 26 de novembro de 2011

Sábado da XXXIV Semana do Tempo Comum

Sábado, 26 de novembro de 2011
“Portanto, ficai atentos e orai a todo o momento” (Lc 21, 36)

O texto nos apresenta uma necessidade tão esquecida em nossos dias: a perseverança. Viver na expectativa da chegada do filho do homem nada mais é do que estar em constante prontidão, sempre dispostos a esse julgamento. A vida de graça, tão esquecida nos dias de hoje, nada mais é do que uma existência que esquece a constância da fé que se abraça, do seu sentido e das conseqüências que ela implica.
E um mundo que prega uma vida frenética, o “aproveitamento” do dia como se fosse o último, esquecemos de que não somos objetos, não fomos criados para ser “gastados”, mas modelados, aperfeiçoados. Temos muito mais do que matéria e é esse “além” que nos torna homens capazes de perfeição. Isso, porém, implica busca, luta, sacrifício, constância no viver uma experiência diversa da que somos acostumados, uma vida com os olhos no Fim.
A pergunta que podemos fazer é: e se o dia do nosso juízo fosse hoje, se fossemos chamados a “prestar contas” de nossa existência ao Justo Juiz, que portaríamos? Apenas uma vida cheia de sentimentos, múltiplas experiências? Muitos caminhos, mas nenhum fim?
Viver a vida como se fosse o último é viver como se o nosso julgamento fosse hoje. O tempo, construído do passado que me constitui e do futuro que me motiva, se relativiza, ele desaparece diante de Deus. Viver, portanto, nessa esperança, é estar na história, apreender os seus mecanismos, mas também saber ir além dela e olhar para aquela Palavra que foi pronunciada no tempo, mas rasgou-se com o mistério da morte e ressurreição.

2 comentários:

  1. Existem duas formas de destruir a misericórdia: eliminando o pecado e eliminando o perdão. Estas são precisamente as duas atitudes mais comuns nos dias que correm. Numa enorme quantidade de situações não se vê nada de mal. Naquelas em que se vê, não há desculpa possível. As acções do próximo ou são indiferentes ou intoleráveis. O que nunca são é censuradas e perdoadas. O que nunca se faz é combinar o repúdio do pecado com a compaixão pelo pecador.

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  2. Em Cristo encontramos essa conciliação. Entretanto, o conceito de perfeição - tão caro a muitos - não é oposto à misericórdia, mas o confirma. Ser Perfeito é assumir a plenitude de uma existência que nos é dada, mas essa perfeição também nos ajuda a compreender criatura e criador em seus respectivos lugares. Buscar a perfeição não é negar a misericória, mas andar em uma via mais firme do que a corda bamba do juízo a ser feito sobre pecador. Nela é melhor o silêncio que deixa falar o justo juíz.

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