terça-feira, 8 de novembro de 2011

Terça feira da XXXII Semana do Tempo Comum


Terça, 08 de novembro de 2011

Somos servos inúteis (Lc 17, 10)

Dentro de um discurso sobre a nossa própria liberdade podemos nos questionar: Qual é a nossa primeira e verdadeira missão?
Se recebemos um corpo e uma dinâmica que lhe é imanente a primeira delas é tornar essa vida verdadeira realidade. Porém, diferente dos outros seres criados, temos algo mais: recebemos o Espírito de Deus. O seu “hálito” nos torna participantes de sua existência, como expressa o livro da Sabedoria: “Deus criou o homem para a incorruptibilidade, o fez imagem de sua própria natureza” (Sb 2, 33). A nossa missão essencial, portanto, é fazer com que essa existência em Deus seja verdadeira.
Jesus, no Evangelho ensina-nos dispor a nossa existência nesse plano: somos servos de Deus. Não temos a vida porque a merecemos, não possuímos inteligência, amigos e bens porque somos bons. Tudo é graça. A nossa condição fundamental é sempre estar nessa postura de servos que agradecem a sua aproximação com o Senhor.
A nossa condição nos aponta para o fato de que não estamos nessa vida para fazer a nossa vontade. Temos um Senhor, um paradigma de ação, bondade e verdade que nos ensina o seu caminho de salvação, sua Palavra nos aponta o caminho de uma vida plena.
O sentido de nossa vida não está em viver uma liberdade fundada em nossa própria vontade. Podemos fazê-la, mas sempre experimentaremos a dor do desvio, da vida que não realiza o seu plano natural. Aprendamos a viver essa gratuidade e obediência, não cega, mas ordenada à vontade de Deus e possamos repetir as palavras do servo, já que essa é a nossa condição básica: “fizemos o que deveríamos fazer”.

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