Onde
está o cadáver, aí estarão os abutres (Lc 17, 37)
Estamos no centro do
discurso escatológico de Cristo. O anúncio do Reino de Deus vem acompanhado do
julgamento dos homens. Esse momento, mais do que um fenômeno extraordinário, é
o momento em que Deus entra na história humana e pronuncia sua Palavra de
Salvação: Quem a aceita vive, quem a rejeita, perece (cf. Lc 17, 26.28).
O estar diante de Deus
e conformar a nossa realidade de vida a Ele vem de uma forma que não esperamos
(cf. Lc 17, 27.29). Se o Reino de Deus já está no meio de nós, a verdade desse
mesmo Reino e a sua realidade exige de nós uma nova postura de vida.
O tempo, porém, é
sempre oportuno. Não podemos olhar para trás e ver o que passou, “O Reino está
presente”, Deus não calcula o peso dos nossos pecados, Ele vê o coração. Ou
pior, não podemos olhar para trás e ver o que estamos deixando de lado (cf. Lc
17, 31). A decisão pelo Reino deve sempre ser integral.
Essa integralidade
exige de nós não só ações, mas a nossa própria vida: “Quem procura salvar sua
vida vai perdê-la; mas que a perder, a salvará” (Lc 17, 33). Não estamos nesse
mundo para viver as nossas vontades. Devemos aprender a conformar nossa
existência às exigências de uma vida plena.
Não devemos nos
preocupar em “manter” a nossa vida, pois sabemos que ela é sempre perecível e
um dia será colocada sob um juízo final. A nossa existência não nos pertence,
apenas a temos por alguns momentos. A pergunta que temos sempre que fazer é:
Quando essa “parte” de existência, tornar à sua essência originária, isto é, à
Existência em si, o que ela portará?
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