A
minha casa é casa de oração (Lc 19,46)
No mundo do comércio
que abraça as coisas, as pessoas e suas relações somos, muitas vezes, levados a
enquadrar Deus nessa mesma ordem. Queremos barganhar com Ele coisas, obter
privilégios e benefícios individuais. Enfim, queremos um Deus que nos sirva.
A revolta de Jesus é
exatamente essa. Ele se entristece com essa postura e aponta para a própria
Escritura: “Vocês fizeram [de minha casa] um covil de ladrões” (Lc 19, 46). Que
faz o ladrão se não praticar uma injustiça por causa de sua própria ambição?
Quer justificar uma injustiça social praticando outra.
Ao expulsar aqueles
homens do templo Jesus queria purificar a nossa mentalidade individualista e
apontar o verdadeiro sentido do templo: local de diálogo com Deus. Não podemos
querer conversar com Deus se dividimos os nossos pensamentos com nós mesmos.
Como absoluto, Deus não se deixa dividir. Ou estamos em comunhão com ele, ou
não.
Que nós possamos
dedicar todo o templo de nossa vida para Deus. Façamos de nossa existência um
espaço privilegiado de diálogo com o Absoluto e de manifestação de sua ação
criadora, redentora e modeladora. Acima de tudo, purifiquemos esse templo de
qualquer coisa que possa ser incoerente com o Seu ensinamento. Deixemos que o
seu Verbo, materializado em Cristo, seja o nosso verdadeiro Mestre.
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