terça-feira, 30 de outubro de 2012

“Esforçai-vos por entrar pela porta estreita”

Quarta feira da XXX Semana do Tempo Comum
31 de outubro de 2012

“Esforçai-vos por entrar pela porta estreita” (Lc 13, 24)

Em seu caminho para Jerusalém, Jesus começa a explicar a pedagogia salvífica humana, mistério que se torna claro no alto da cruz. A salvação do homem é conquistada na luta, no sacrifício da própria vida, na entrega de si à um projeto que nos é superior.
Entretanto, para passar por essa porta, é preciso curvar-se, rebaixar-se, diminuir a si mesmo em virtude do fim desejado. Por ela não se passa de qualquer forma, com nossos próprios métodos, é preciso saber conformar-se a ela, entrar em sua dinâmica.
Esse esforço não significa negação de si, mas aproximação daquele que soube assumir todas as nossas limitações, mostrando-nos o caminho do Reino. Tal caminho implica um constante exercício de nosso espírito em ser, cada dia, mais humano.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

“É como um grão de mostarda... É como o fermento”

Terça feira da XXX Semana do Tempo Comum
30 de outubro de 2012

“É como um grão de mostarda... É como o fermento” (Lc 13, 19.21)

A metáfora da semente de mostarda e do fermento apresenta-nos o Reino dos Céus como um processo gradativo, tanto no espaço quanto no tempo. Nós somos chamados a interagir e contribuir com esse, mas o seu sucesso não depende de nossas capacidades.
Quantas vezes queremos respostas imediatas para determinados problemas? Quantas vezes procuramos resolver conflitos que não nos competem? Quantas vezes deixamos de silenciar e não esperamos que as coisas tomassem o seu verdadeiro rumo?
Que o nosso orgulho seja sempre quebrado diante do projeto de Deus que se realiza em nossa história, independentemente de nossas capacidades. Como divino, esse projeto é mistério, que se revela paulatinamente em nosso meio.

“...estás livre...”

Segunda feira da XXX Semana do Tempo Comum
29 de outubro de 2012

“...estás livre...” (Lc 13, 12)

A identidade humana se fundamenta na liberdade. Ninguém foi criado para estar preso ou ser escravo. Jesus, por meio de sua Palavra de Vida, chama o homem para essa libertação. Isso não é mais uma de suas “habilidades”, mas a essência de sua missão.
Quantas correntes nos prendem hoje? Quantos pesos nos puxam para o chão, desviando a possibilidade de olhar para o alto? Quantas prisões nos impedem de andar livremente pelos nossos próprios caminhos?
Jesus nos faz redescobrir a nossa centralidade na criação e o grande amor que tem Deus Pai pelo homem. Em Cristo, somos libertados de tudo aquilo que nos curva e rebaixa. Por ele somos ressaltados e podemos voltar o nosso olhar para os céus.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

“Como é que não sabeis avaliar o tempo presente?”

Sexta da XXIX Semana do Tempo Comum
26 de outubro de 2012
“Como é que não sabeis avaliar o tempo presente?”(Lc 12, 56b)

O homem é chamado a ser administrador e juiz de sua própria histórica. Entretanto, esse juízo não pode ser realizado sem Deus como princípio e fim de nossa realidade. Ele é o ponto de convergência de toda Verdade.
Chegamos a um alto grau de conhecimento de tudo aquilo que nos envolve, mas pouco avançamos no que está no mais íntimo de nossa humanidade. Sabemos dominar muitos conhecimentos externos, mas até que ponto podemos dizer que nos conhecemos?
Saber olhar para Jesus como centro de nossa humanidade é reconhecer a centralidade do próprio homem na criação. Só assim podemos superar esse distanciamento que realizamos de nós mesmos, sabendo julgar verdadeiramente aquilo que a nós compete: nosso eu.

“Vim lançar fogo sobre a terra”

Quinta da XXIX Semana do Tempo Comum
25 de outubro de 2012
“Vim lançar fogo sobre a terra” (Lc 12, 49)

Jesus porta ao mundo uma Palavra de vida eterna. Essa, por ser divina e, portanto, perfeita, não permite divisões. O homem que a abraça deve fazê-lo de forma integral, sem divisões ou fragmentações. A opção deve ser plena.
Jesus não nos pede de negar pais, irmãos, amigos e projetos em virtude de seu chamado especifico, mas que saibamos dar a cada um o seu valor preciso. Sendo ele  absoluto, tudo deve estar em relação a ele, convergindo para Ele.
É esse o dinamismo central da Palavra de Deus que em Cristo se faz homem. Ele purifica as nossas intenções, transforma o nosso espírito, destrói o que em nós é mal, dá vida e luz a cada realidade de nossa história.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

“Estejam preparados...”

Quarta feira da XXIX Semana do Tempo Comum
24 de outubro de 2012

“Estejam preparados...” (Lc 12, 40)

Jesus recorda a nossa primeira identidade: somos criaturas. Essa definição nos coloca diante de um Senhor que nos cria, protege e guia a nossa história. E não obstante as nossas fraquezas, nos torna administradores de todos os seus bens.
O problema surge quando trocamos os papeis e nos julgamos Senhor de nossa realidade, subjugando todas as coisas à nossa própria vontade. Esquecemos que não somos o patrão, mas apenas colaboradores de um projeto que vai sempre além de nossas compreensões e habilidades.
Para entrar esse projeto é necessário viver aquela tensão fundamental do servo. Sempre fiel à sua missão, ele sempre está atento à vontade daquele que lhe é superior. No exercício pleno de nossa liberdade podemos assumir o nosso verdadeiro lugar no grande projeto humano...

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

“Não leveis bolsa nem sacola...”

Festa de Sã Lucas, Apóstolo e Evangelista
18 de outubro de 2012
“Não leveis bolsa nem sacola...” (Lc 10, 4)

O envio dos discípulos por parte de Jesus tem como verdade fundamental o anúncio do Reino de Deus. É no senhorio de Deus que encontramos a nossa grande riqueza e a única fonte que sacia todas as nossas necessidades.
É nesse mesmo sentido que nos é apresentada a postura fundamental do discípulo que anuncia esse Reino: despojamento. Somente no espírito de verdadeira liberdade podemos olhar para Jesus como único Senhor de nossa história.
Tenhamos a corajem de nos desprender de tudo aquilo que gera obstáculos em nossa caminhada ou peso em nossa elevação rumo à Deus. A meta para a qual caminhamos é muito delicada, não aceita outro peso que não seja o nosso próprio.

“Ai de vós...”

Quarta feira da XVIII Semana do Tempo Comum
17 de outubro de 2012

“Ai de vós...” (Lc 11, 42)

Jesus apresenta-nos o perigo de uma exteriorização da Palavra de Deus, da perda de seu verdadeiro sentido: fazer com que o homem escute e responda a Deus, seu autor. Esse movimento deve partir do coração humano e não somente de suas ações.
O que diferencia a Palavra de Deus das outras palavras é que ela apresenta um caráter pessoal, em Jesus encontramos a concretização do Verbo Eterno de Deus. Se esquecemos isso, corremos o risco de perder a sua verdadeira essência e cair em grandes erros.
Que o Senhor nos dê a graça desse grande encontro pessoal com o seu Verbo Divino. Não aconteça conosco os mesmos erros daqueles que muito conhecem a Palavra, mas não a vivem, que muito a exploram, mas não interagem com ela.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

“Vinde a mim...” (Lc 11, 28)

Festa de São Francisco de Assis
Quinta, 04 de outubro de 2012
“Vinde a mim...” (Lc 11, 28)

Jesus coloca-se como caminho para todo aquele que procura a verdadeira paz. Ele encontra não por que aponta, cria ou desenvolve, mas porque é a paz. Em sua vida vemos o projeto de Deus Pai para a humanidade: homens com coração de Filho.
Esse coração só pode ser forjado em espírito de humildade, de pequenez, naquele que se coloca na posição de escuta, de serviço, de obediência à voz do Pai. É nessa postura que o homem encontra sentido verdadeiro para a sua vida, pois é aí que ele se encontra consigo.
Em um mundo que prega diversas riquezas, muitas alegrias e prazeres variados, somos chamados a caminhar para Cristo, autor de nossa paz. Como filho, ele nos mostra que só nos braços de Deus encontramos o sentido que tanto buscamos.

“Te seguirei” (Lc 9, 57)

Quarta feira da XXVI Semana do Tempo Comum
Quarta, 03 de outubro de 2012
“Te seguirei” (Lc 9, 57)

Seguir Jesus em seu caminho vai muito além de uma decisão sentimental, de uma opção ideológica, de práticas específicas. Caminhar com Cristo implica uma entrega completa do indivíduo, uma decisão integral de todo um ser.
A grandeza de seu chamado implica uma resposta à altura. É necessário uma renuncia de si, lutar contra nossas próprias vontades, um sacrifício de nossa própria vida... Isso não significa negação de nossa identidade, mas uma conformação à pessoa que queremos seguir.
Que nós tenhamos sempre a força necessária para assumir as consequências de nossa opção. Todo caminho implica renúncia. Abraçar essa lógica significa que para chegar ao meu objetivo é preciso escolher somente uma estrada e uma direção.

“Os seus anjos veem sempre a face do meu Pai” (Mt 18, 10)

Memória dos Santos Anjos da Guarda
Terça, 02 de outubro de 2012

“Os seus anjos veem sempre a face do meu Pai” (Mt 18, 10)

O Reino de Deus não é definido pela grandeza humana nem constituído pelos mais habilidosos. Só se entra na casa do Pai aquele que sabe se fazer filho. A comunhão de filho é a categoria primária para entrar nessa grande morada.
Compreender essa dinâmica é viver em uma nova experiência. Devemos aprender a olhar os homens como Filhos amados de Deus, não existe desigualdade nesse processo: todos são iguais diante desse Pai.
Esse amor não muda em relação à pessoa. O que muda é a nossa resposta diante desse Pai. Podemos renegar esse amor em detrimento de nossas próprias riquezas e valores. Ou o amamos integralmente e vivemos a plenitude dessa comunhão em sua morada paterna.

“Quem se faz pequeno como essa criança é o maior no Reino dos Céus” (Mt 18, 4)

Memória de Santa Tereza do Menino Jesus
Segunda, 1º de outubro de 2012

“Quem se faz pequeno como essa criança é o maior no Reino dos Céus” (Mt 18, 4)

Seguir Jesus não é uma questão de habilidade ou honra individual. Mais do que mérito, é postura. A grandeza para Deus não segue as lógicas humanas. É, antes, destinada àquele que se faz filho, criança.
Fazer-se pequeno não significa uma involução no processo humano. Implica colocar-se em um projeto que vai além de nós e de nossas compreensões. Não somos senhores do mundo, há algo que nos ultrapassa.
Que a lógica apresentada por Jesus, nos faça amadurecer nesse espírito de filhos. Só diante de um Pai que nos dá as direções de nossa vida, nos acompanha nos perigos da caminhada e nos modela a cada instante, podemos forjar em nós o espírito de pequeninos.