quinta-feira, 27 de junho de 2013

“Nem todo aquele que me diz: ‘Senhor, Senhor’ entrará no Reino dos Céus”

Quinta feira da XII Semana do Tempo Comum
27 de junho de 2013

“Nem todo aquele que me diz: ‘Senhor, Senhor’ entrará no Reino dos Céus” (Mt 7,21)

A autoridade de Jesus diante dos Escribas se fundamenta em sua atenção à pratica da Palavra de Deus, não em seu discurso. Isso é o que distingue o homem prudente do homem insensato. A fé em Deus implica uma vida conforme a essa.
O mundo está cansado de tantas Palavras até mesmo de discursos sobre Deus. Ele está cansado de ver tanta incoerência entre a fé e a vida daqueles que e dizem crentes. Ele precisa de uma nova evangelização, não só de Palavras, mas de vida.
Saibamos mostrar aos homens que o evangelho não é um texto fechado em si, esperando ser lido, discutido ou memorizado. Mas que ele é uma pessoa, que deseja interagir conosco, viver ao nosso lado, se fazer presente em nossa história.

terça-feira, 25 de junho de 2013

“Pelos seus frutos os conhecereis”

Quarta feira da XII Semana do Tempo Comum
26 de junho 2013

“Pelos seus frutos os conhecereis” (Mt 7,16)

Os cristãos podem não ser reconhecidos pelas suas grandes habilidades pessoais, com dotes específicos, mas devem ser reconhecidos pelas suas ações, pelo modo como ele manifesta a sua fé. Como essa fé é força para as suas obras.
Valorar alguém pelas ações não significa utilitarismo, ou seja, a pessoa é o que faz. Mas nos ensina a identificar os valores fundamentais de sua escolha. Se eu sou uma pessoa que opta pela compaixão eu vivo como tal. O contrário também se aplica.
Que minha vida seja uma árvore que produz frutos, bons frutos. Que as minhas obras manifestem efetivamente as minhas opções fundamentais. Entretanto, antes de tudo, saibamos escolher bem o lugar onde fincar nossas raízes.

segunda-feira, 24 de junho de 2013

“Entrai pela porta estreita...”

Terça feira da XII Semana do Tempo Comum
25 de junho de 2013

“Entrai pela porta estreita...” (Mt 7,13)

Para entrar pela porta estreita se exige sacrifício. É preciso que aprendamos a nos curvar diante de nós mesmos, a olhar para o chão, para nosso interior. Tornar-se pequeno diante daquilo que verdadeiramente queremos.
Quantas vezes queremos viver a lei do mínimo esforço? Quantas vezes buscamos somente o mais fácil, o caminho mais curto, o peso mais leve? Esquecemos que as ações mais difíceis, os caminhos mais longos e os maiores pesos são os que melhor nos exercitam.
Que saibamos curvar-se e fazer esse longo percurso dentro de nós mesmos, descobrindo que a reconstrução mais difícil parte do interior. Porém, é somente a partir dessa que redescobrimos as riquezas que fomos incapazes de perceber diante de tanta coisa inútil.

domingo, 23 de junho de 2013

“Quem será este menino?”

Solenidade do Nascimento de São João Batista
24 de junho de 2013

“Quem será este menino?” (Lc 1,66)

O nascimento de João Batista marca um novo tempo. O anúncio de uma nova realidade que está por iniciar. Essa, não é semelhante a nenhuma outra, mas representa a novidade de Deus que sempre atua na história do seu modo.
Deus não age sempre segundo as nossas categorias de pensamento, de esperança ou de inteligência, mas por meio de seu projeto que, em tudo e desde sempre, que levar o homem a sua felicidade perfeita. Ele, entretanto, precisa de nosso sim.
Saibamos nos abrir às novidades divinas. Deixemos que elas cumpram os seus planos em nossa vida deixando-se guiar por meio de sua Palavra de Vida. Não temamos o novo, mas vejamos nele a ação de Deus que nos quer como homens em crescimento.

A revolução humana

A revolução humana

 


Se alguém quer vir após mim, renegue-se a si mesmo,
tome cada dia a sua cruz e siga-me” (Lc 9,23)
 
Vemos gerar no Brasil uma dinâmica por uma nova nação. Uma ação que poderíamos comparar ao movimento “Cara pintada”, evidentemente com um diverso contexto político e cultural. Uma verdadeira revolução por parte do povo em busca direitos fundamentais que lhe são negados e, não suportando, vai à procura do que é seu.
Entretanto, vemos surgir um choque entre  Povo e Estado. De um lado vemos alguns que, não sabendo pelo que lutam, lutam contra tudo e, não sabendo como lutar, agem como se não pensassem. De outro vemos um Estado que, não acostumado a ser questionado, mas com o dever de zelar pela ordem pública se faz “povo” e entra em uma batalha linear. Nesse momento desaparece a luta por direito e surge uma guerra de interesses.
Mas o que realmente o povo busca? “Direitos”, “Educação”, “Justiça”, “Paz”... Palavras que dizem tudo, mas ao menos tempo correm o risco de não significarem nada porque perdem a sua profundidade e esvaziando-se de sentido quando não concretizadas.
Os que buscam uma educação de qualidade correspondem às mínimas exigências que lhes são oferecidas em seu ambiente de estudo? Os que lutam respeito são tolerantes com aqueles que não pensam e não agem da mesma forma que eles? Os que pedem justiça procuram pensar e escolher homens sábios preocupados com o bem público e os direitos humanos? No caso afirmativo, já iniciamos a revolução que temos necessidade.
Logo após que Jesus apresenta a sua vitória sobre o mal, sobre a injustiça e sobre a morte ele acrescenta: “Se alguém quer vir após mim, renegue-se a si mesmo, tome cada dia a sua cruz e siga-me” (Lc 9,23). Ou seja, nenhuma vitória é gratuita, se realiza com o “mínimo necessário”. Ela precisa ser abraçada, concretizada, construída com a nossa vida, com a nossa luta, com os nossos sacrifícios cotidianos.
Sim, precisamos de uma revolução, mas como iniciar esse caminho? “É necessário que o Filho do Homem padeça muitas coisas, seja rejeitado pelos anciãos, pelos príncipes dos sacerdotes e pelos escribas. É necessário que seja levado à morte e que ressuscite ao terceiro dia” (Lc 9,22). É necessário aprender a lutar de uma forma muito mais concreta e efetiva, com a entrega cotidiana nossa vida.
Essa entrega se concretiza no esforço por uma educação de qualidade, no respeito àquele que está ao meu lado e não pensa ou não age igual a mim. Na reflexão e eleição de homens que lutam pelos verdadeiros direitos humanos e pela efetiva justiça social.
Nesse sentido, podemos acompanhar o raciocínio de São Paulo: “Já não há judeu nem grego, nem escravo nem livre, nem homem nem mulher”, não há governo ou cidadão, estudante ou professor, polícia ou manifestante... “pois todos vós sois um em Cristo Jesus” (Gl 3,28). Todos nós, mesmo inconsciente, buscamos a mesma felicidade de vida, só que em funções diversas. Mas essa se constrói da mesma forma para todos. É nos pequenos sacrifícios cotidiano de nossas vidas que se concretiza a grande revolução...

quinta-feira, 20 de junho de 2013

“Pai Nosso…”

Quinta da XI Semana do Tempo Comum
20 de junho de 2013

“Pai Nosso…” (Mt 6,7)

O Pai Nosso vai muito além de uma oração, ela é dinâmica de uma nova relação fundamentada em Deus que é Pai e no próximo que é irmão. Essa relação fundamenta-se no reconhecimento do Senhorio desse Pai e da comunhão que ele gera em torno a si.
Quem se sente Filho sabe reconhecer no Pai a sua origem e ver nele a fonte de sua história. Que se sente Filho sabe ver no outro a fraternidade que nasce dessa comum geração. Como filhos e irmãos aprendemos a construir uma família verdadeiramente humana.
Daí-nos, Senhor a graça de sentir-se veramente filhos teus. Que essa filiação mude o nosso modo de ver o outro, não como meio ou instrumento, mas como fim. Que nessa nova relação, saibamos a aproveitar a comunhão de vida que surge a partir de Deus, que é Pai.

terça-feira, 18 de junho de 2013

“O teu Pai que vê no segredo te recompensará”

Quarta feira da XI Semana do Tempo Comum
19 de junho de 2013

“O teu Pai que vê no segredo te recompensará” (Mt 6,18)

As obras de caridade apresentadas por Jesus tem a função de nos colocar diante do Senhorio de Deus, que vê do oculto e recompensa nossas obras. Essas não devem estar em função de uma vantagem humana, mas de cumprir o verdadeiro culto que agrada ao Senhor.
As obras que são meramente humanas possuem a sua recompensa humana. Mas como tudo o que é humano é passageiro, essa também se corrompe com o tempo. Devemos buscar agradar àquele que não se corrompe, nem se deixa corromper porque vê o íntimo.
Que no silêncio de nosso coração e de nossas ações possamos realizar o culto agradável a Deus, nosso Pai. Ele, que do oculto, vê as nossas obras, nos fará entrar na sua comunhão de vida, uma glória que não é humana, mas que nos fará plenos.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

“Eu, porém, vos digo…”

Sexta feira da X Semana do Tempo Comum
14 de junho de 2013

“Eu, porém, vos digo…” (Mt 5,28)

Jesus não é somente aquele que leva a lei ao seu cumprimento, mas também que porta à sua radicalidade. A proibição não se resume a um “não fazer” coisas, mas a uma interiorização do caminho abraçado, a uma integridade de nossas escolhas.
Quantas vezes vemos as proibições como aquilo que nos retira alguma coisa? Quando, na verdade, ela é uma realidade que surge como consequência de nossas opções primeiras. A nossa liberdade não está sendo tolhida, mas direcionada segundo as nossas escolhas.
Que nós saibamos viver essa integridade e radicalidade da lei, não com um espírito de perda, mas com verdadeiro foco naquilo que queremos de fato. A nossa comunhão definitiva com Deus não acontece de forma fragmentada, mas com a plenitude de nosso sim.

terça-feira, 11 de junho de 2013

“(...) para levá-los à perfeição”

Quarta feira da X Semana do Tempo Comum
12 de junho de 2013

“(...) para levá-los à perfeição” (Mt 5,17)

Jesus não instaura uma nova lei ou um novo modo de vida, mas nele se cumpre definitivamente a Antiga Lei. Em sua vida ela se faz presente e Nova. Nele, a lei deixa de ser uma forma de comportar-se e torna-se um modo de ser em comunhão com o seu autor.
A Nova Lei iniciada em Cristo não consiste em um conjunto de regras para a salvação ou uma fórmula para a santificação. Essa significa a comunhão de vida com o Pai, princípio, fundamento e fim de um percurso, não com um “fazer coisas”, mas um ser alguém.
Surge aqui a dinâmica do Filho que segue o Pai, não pelo medo da punição ou em função da recompensa, mas apenas pelo fato de estar junto dele. Esse modo de ser nos transforma de meros repetidores de regras em homens livres que buscam a plenitude.

segunda-feira, 10 de junho de 2013

“De graça recebestes, de graça deveis dar”

Memória de São Barnabé, Apóstolo
11 de junho de 2013

“De graça recebestes, de graça deveis dar” (Mt 10,8)

Um dos elementos fundamentais daqueles que seguem o Cristo é a gratuidade. O discípulo não “faz alguma coisa”, mas possui um modo de ser e viver contínuo. Esse modo de ser se revela no serviço livre e gratuito como dom de si.
Esse serviço muda a forma como nos relacionamos com o mundo. O conteúdo dessa dinâmica é o amor que recebemos de Deus, amor que não pode ser vendido ou trocado, mas simplesmente anunciado e revelado aos homens. Sendo gratuito, não se espera retribuição.
Esse amor é o fundamento de toda cura, ressurreição, purificação e benefício. É sempre dom de Deus. Nós, somos apenas agentes transmissores dessa realidade que nos supera. Somos pontes entre o outro e o Outro.

domingo, 9 de junho de 2013

“Então abriu a boca e lhes ensinava...”

Segunda da X Semana do Tempo Comum
10 de junho de 2013

“Então abriu a boca e lhes ensinava...” (Mt 5,12)

As bem-aventuranças não são promessas de uma realidade futura diante de um presente de sofrimento. Elas são as consolações de Deus diante de nossa realidade. São apresentadas como consequência lógica de nossa opção fundamental.
Que sempre Cristo e ouve as suas Palavras tem a vida eterna. Não amanhã, mas no hoje de nosso sim. Nesse caminho, aprendemos a ver o mundo de forma diversa, com fé em Deus e esperança na humanidade. Esse é o fundamento da consolação cristã.
Com essa consolação deixamos de esperar que as coisas melhorem no futuro e conseguimos olhar para elas com o realismo da cruz, isto é, que toda a história apresenta um germe de redenção. O que muda é o nosso modo de entender e abraçar a realidade.

Educar em Deus

Educar em Deus
X Domingo do Tempo Comum
9 de junho de 2013

 
“Jovem, eu te ordeno, levanta-te” (Lc 7,14)
 
Quantas mães, no dia de hoje estão sofrendo pelos seus filhos? Quantas delas se veem sozinhas para dar-lhes uma educação e não encontram nenhuma ajuda? Quantos de nós preferimos cuidar de mortos e doentes, lamentar perdas e enterrar sonhos que buscar um futuro digno para os nossos jovens e apresenta-lhes uma razão para viver?
A viúva de Naim é o ícone dessa mãe que chora a morte do seu único Filho. Ela se vê sozinha e desamparada. Da mesma forma a mulher que acolhera Elias em sua casa se lamenta pelo seu filho doente acusando suas próprias faltas de mãe como causa daquela enfermidade.
Esses jovens perdem a vida porque lhes faltam oxigênio, forças para continuar em pé, um amparo em um momento tão turbulento de suas vidas. Palavras, regras, responsabilidades perdem seu efeito em um momento em que lhes falta norte, garantias, sentido de vida. Isso, na verdade, é o que sufoca nossos jovens, deixando-os mortos.
Jesus sente compaixão daquela mãe. Reconhece a dor de alguém que está só na grande responsabilidade que é a educação. Que é apresentar a vida em sua dura realidade, com suas alegrias e tristezas, que essa tem um sentido, que vale a pena ser encarada, apesar de suas limitações.
Elias invoca o espírito do Senhor. Espírito de força, coragem, esperança. Pede que as faltas daquela mãe não sejam imputadas em seu Filho. Intercede por ela, que é mais uma vítima de uma sociedade que mata seus jovens sufocando os seus sonhos. O profeta mostra que ninguém é criado para ser condenado, que o destino de todos é a vida de em Deus.
Jesus se aproxima daquele jovem e o toca. Restaura a sua vida e o devolve à sua mãe. A vida em Cristo é capaz de restaurar histórias, recompor projetos, renovar sonhos deixados de lado. Ela dá um novo espírito, um ânimo diverso do mundo, que o ajuda a enfrentar as cruzes da vida com realismo e decisão.
Maria é o exemplo daquela que soube enfrentar todas essas dinâmicas de sua história. O Espírito do Senhor a encorajava a aceitar aquele projeto que ia de encontro à “normalidade da social”. Sozinha, ela encarou a grande tarefa da educação que encontra o seu fundamento na esperança em Deus como princípio e sentido da vida humana.

sábado, 8 de junho de 2013

“Sua mãe guardava todas essas coisas em seu coração”

Sagrado Coração de Maria
8 de junho de 2013

“Sua mãe guardava todas essas coisas em seu coração” (Lc 2,51)

Maria sabia que aquela criança não era como as outras. Todos os fatos que aconteceram com ela, desde o seu nascimento até aquele momento, somente confirmavam a promessa do Anjo. Mesmo sem entender, ela sabia que o projeto é de Deus.
O silêncio de Maria é uma resposta a um mundo de tantas palavras, de tantas definições. Passamos tanto tempo julgando, criticando e definindo as coisas, os fatos e as pessoas que esquecemos de viver a nossa própria história de vida.
Maria não nos mostra um silêncio passivo. Ela nos ensina a olhar para fora e buscar enxergar a ação de Deus por meio dos homens. Mais do que entender, nos educa a configurar-se cada dia à vontade do Pai que quer a nossa salvação mas precisa de nosso “sim”.

sexta-feira, 7 de junho de 2013

“Imediatamente saiu sangue e água”

Festa do Sagrado Coração de Jesus
7 de julho de 2013

“Imediatamente saiu sangue e água” (Jo 19,34)

O mistério de Cristo chega ao seu centro. Ele entrega a sua vida em nosso favor. Com ela, ele entrega-nos também o seu espírito. Esse sangue e essa água nos purificam e forja em nós um coração verdadeiramente de Filhos, obedientes à vontade do Pai.
A obediência à vontade de Deus não é um movimento cego, um obedecer por si mesmo. Mas é conformação de sentimento, é viver segundo o projeto, a vida, o espírito de alguém. Esse alguém para nós, é aquele que soube ser verdadeiramente Filho.
Que sejamos purificados de nossas rebeldias buscando falsas liberdades. Que o sangue de Cristo nos faça entregar a nossa vida como verdadeira oferta livre a Deus. Que a água que jorrou de seu lado nos dê o seu Espírito de obediência filial ao nosso Pai.

quarta-feira, 5 de junho de 2013

“Não estás longe do Reino de Deus”

Quinta feira da IX Semana do Tempo Comum
6 de junho de 2013

“Não estás longe do Reino de Deus” (Mc 12,34)

Por que Jesus confirma compreensão daquele escriba? Que novidade ele porta consigo? Ele entende que a verdade do amor não é tão simples quanto parece. Que o amor a Deus e ao próximo consiste em um verdadeiro e perfeito sacrifício humano.
Ele compreende que o amor não é um sentimento de “querer bem” ou “estar bem”. Esse implica um esvaziamento de si em direção ao outro, em deixar de “absolutizar” as minhas vontades, inteligências e pré-conceitos para enxergar o que está fora de mim.
Aprendamos a realizar esse cotidiano sacrifício, não como uma negação de si, mas como abertura ao mistério de Deus que se realiza no outro. Que possamos purificar nossas “posses” nessa dinâmica de relação, de abertura e serviço aos outros e ao Outro.

terça-feira, 4 de junho de 2013

“Ele não é Deus dos mortos, mas dos vivos”

Quarta feira da IX Semana do Tempo Comum
5 de junho de 2013

“Ele não é Deus dos mortos, mas dos vivos” (Mc 12,27)

Jesus não se preocupa em ser “politicamente correto” com os saduceus. Esses não acreditavam na ressurreição, nem nos anjos, possuíam uma visão material do mundo, da vida e da própria religião. Deus tornava-se projeção de suas vontades.
O perigo muitas vezes não está em quem não acredita em Deus, ou quem tem uma fé diferente da minha. Mas quem busca manipular a religião e construir um “Deus” à sua imagem e semelhança, segundo os próprios projetos e ambições.
Dai-nos, Senhor, a graça de nos abrirmos ao mistério do Reino de Deus que se inicia neste mundo e ganha a sua Plenitude na comunhão dos santos. Que essa construção e esse percurso sejam realizados sob a sua vontade e em sua Verdade.

domingo, 2 de junho de 2013

“Um homem plantou uma vinha...”

Segunda feira da IX Semana do Tempo Comum
3 de junho de 2013

“Um homem plantou uma vinha...” (Mc 12,1)

A Parábola dos vinhateiros homicidas mostra o pecado humano, não como um simples erro, mas como negação de um direito alheio. O pecado maior é quando esse outro é Deus, quando não reconhecemos seu Senhorio em uma realidade que lhe pertence por direito.
Queremos ser patrões do mundo e da vida, queremos ser senhores de tudo aquilo que nos rodeia. Acabamos por viver em um mundo egoísta onde não há outro, não há Deus. Esquecemos que direito divino sobre nós se fundamenta em seu senhorio.
Saibamos reconhecer esse senhorio de Deus em nossas vidas e em nossa história. Participemos dessa dinâmica como administradores de um bem que vai além de nossas capacidades de domínio pleno, já que só um é o patrão.

O milagre na partilha

O milagre na partilha
2 de junho de 2013


Dai-lhes vós mesmos de comer” (Lc 9,13)

Os discípulos se veem incapazes de saciar a quantidade de gente que os acompanhavam. Queriam, por isso dispersar toda a multidão, cada um por si. Jesus, entretanto, declara: “Dai-lhes vós mesmos de comer” (Lc 9,13).

Eles não compreendem a intenção de Jesus, afirmam que suas riquezas não são suficientes para alimentar tanta gente. Era preciso mais obras, outras missões, uma grande aquisição. Jesus retoma a palavra e afirma que os discípulos são, sim, capazes de alimentar o povo, não com seus bens materiais, mas com o seu serviço.

A missão dos discípulos é organizar o povo, que se encontra em multidão, antes visto apenas como “massa”. Dividir em grupos significa preparar-se para o grande milagre que se inicia a partir Cristo. O pouco alimento que aquele povo possuía verdadeiramente multiplica-se quando colocado em comum, mas não em um “comum universal”, ou seja, de todos, mas comunitário.

Todos comem e ficam saciados. Não há quem possui mais e outros menos ou nada. Assim, como o maná no deserto, o povo se alimenta com o necessário: isso basta. Eis o grande milagre. O homem sai de seu individualismo e abre-se para o conceito de comunidade, de comunhão de bens.

Essa comunhão não significa comunismo. Quando tudo é de todos nada é de ninguém. O bem privado se faz necessário em uma organização social, entretanto, o bem que excede e um é o que falta ao outro. A caridade surge na dinâmica de uma riqueza que, de abundante transborda em direção ao outro e o beneficia.

Os cestos que sobram ainda são capazes de saciar muito mais pessoas. Poderíamos arriscar e dizer que pode saciar toda a humanidade. Não se trata de quantidade, mas de qualidade, no modo de ver os bens, não mais como um “meu” fechado em posses. Surge no milagre do amor que de pleno, estende-se e toca tudo aquilo que o rodeia.

É Cristo que nos dá esse verdadeiro pão. Pelo mistério da entrega de sua vida ele doa-se à nossa humanidade. Ele que, na plenitude do seu amor, se oferece por nós, nos faz também participar desse mistério que une, transforma e sacia a nossa humanidade.