segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

“Ele era a luz verdadeira que ilumina todo homem”

31 de dezembro de 2012


“Ele era a luz verdadeira que ilumina todo homem” (Jo 1, 9)

Cristo, Verbo de Deus, vem ao mundo como luz. Ele mostra ao mundo que é o princípio e o fim de todas as coisas. Somente iluminados por esse princípio de vida é que podemos olhar para o mundo de uma forma nova.
Não podemos ver as coisas por si mesmas, mas somente a luz que chega até ela, o reflexo daquilo que ela nos transmite. Olhar para o mundo permeado de Cristo é deixar que ele seja essa fonte de verdade e vida que ilumina todas as coisas e as mostra verdadeiramente.
Que nesse ano que está para iniciar possamos olhar para o mundo por meio da Luz Verdadeira. Somente ela nos dá a capacidade para ver a realidade com um princípio divino e nos dá a possibilidade de caminhar no tempo irradiando essa fonte de Verdade e Vida plena.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

“Luz para iluminar as nações e glória para o teu povo, Israel”

29 de dezembro de 2012
 

“Luz para iluminar as nações e glória para o teu povo, Israel” (Lc 2, 32)

O que o velho Simeão viu de especial naquele menino? Por que toda a esperança de sua vida foi colocada naquela visão e a promessa de um salvador, em uma pequena criança? Como essa criança é capaz de irradiar para muitos povos esses raios de uma certeza?
Toda criança porta consigo uma dinâmica de mistério e esperança. Ela possui um potencial de vida que não sabemos, e que só o tempo revelará. Simeão compreende que a salvação do seu povo não vem pela grandeza ou força humana. Ela é projeto de Deus.
É preciso saber esperar. Deus porta a cumprimento todos os seus projetos, em seu tempo determinado, de um modo que só ele conhece. É essa luz de esperança que viram aqueles olhos cansados e ainda hoje sustentam nossa humanidade a caminho.

“Herodes vai procurar o menino para matá-lo”

Santos Inocentes
28 de dezembro de 2012


“Herodes vai procurar o menino para matá-lo” (Mt 2, 13)

A ordem de morte das crianças de Belém por parte de Herodes revela o seu medo diante da promessa do Messias. Ele tenta sufocar qualquer possibilidade de esperança para Israel, pois teme que o seu projeto seja frustrado.
O mundo tenta criar uma estrutura de manutenção, uma constância de seu sistema. Qualquer projeto humano que ameace essa ordem vem logo perseguido, sufocado e morto. Mas nós, somos “salvos pela esperança”.
É ela que nos faz permanecer de olhos firmes, mesmo com todas as adversidades da vida. É ela quem nos faz olhar com fé para uma simples criança e ver nela a presença de Deus em nosso meio. É na criança que vemos o mistério e o potencial de uma vida nova.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

“Feliz aquela que acreditou”

Sexta, 21 de dezembro de 2012


“Feliz aquela que acreditou” (Lc 1, 45)

A grandeza de Maria não está na realização de uma grande obra de sua parte. Ela é feliz porque soube acreditar na promessa de Deus e soube dar o espaço necessário para o seu cumprimento. Esvaziando-se de si mesma ela preenche-se de Deus.
Deixar que Deus habite em nós não é um privilégio, mas uma necessidade de nossa humanidade que deseja plenitude. Todavia, é necessário que deixemos espaço a essa realidade retirando tudo aquilo que nos ensoberbece, que nos “incha” de si.
Aprendamos a silenciar as nossas verdades e deixar que a Palavra de Deus habite realmente em nosso meio. Esse silêncio é um ato de fé que purifica o nosso orgulho e abre espaço para o único Verbo que gera vida e porta felicidade.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

“Nada é impossível para Deus”

Quinta, 20 de dezembro de 2012

 
“Nada é impossível para Deus” (Lc 1, 37)

O anúncio do Anjo à Maria é imediatamente posterior ao anúncio do nascimento de João Batista. Uma virgem sem esposo e uma senhora estéril: dois opostos e uma mesma condição. É daí que Deus faz brotar a vida.
Maria, mesmo não compreendendo aquele projeto abre-se à sua realização. O seu “faça-se” é um “sim” de abertura, de esvaziamento de seus próprios projetos em conformação à Palavra de Deus em sua vida. O seu silêncio é preenchido pelo Verbo.
Abrir-se ao projeto de Deus é reconhecer-se que não somos agentes únicos de nossa vida. O contrário, Deus só age quando damos espaço, um lugar que ele merece e deve ocupar em nossa vida, um lugar onde verdadeiramente ele possa habitar.

“Eis que ficarás mudo e sem poder falar até o dia em que isto acontecer”

Quarta, 19 de dezembro de 2012

“Eis que ficarás mudo e sem poder falar até o dia em que isto acontecer” (Lc 1, 20)

O silêncio de Zacarias diante do Anjo é o silêncio de toda a humanidade que se vê sem palavras diante da realização da Palavra do Senhor. Deus realiza o seu projeto acima de nossas forças, ele gera vida no nada de nossa existência.
Diante do poder de Deus, só podemos nos calar e entrar nesse projeto que foge às nossas explicações e habilidades. Devemos apenas contribuir com a concretização de seu projeto salvífico mesmo quando não o compreendemos.
Que o nosso silêncio seja o de Maria, que soube colaborar com o projeto de Deus sem rejeitar ou colocar obstáculo à sua dinâmica. Saibamos confiar no infinito poder de Deus que age por meio de nossas fraquezas e delas gera vida nova.

“Ela dará à luz um filho e tu o chamarás com o nome de Jesus”

Terça, 18 de dezembro de 2012

“Ela dará à luz um filho e tu o chamarás com o nome de Jesus” (Mt 1, 21)

O protagonismo de José, típico da tradição mateana, revela a sua responsabilidade no projeto salvífico. A virgindade de Maria unida à não participação direta de José na geração de Jesus apresentam o grande toque de Deus em nossa humanidade.
Como “Filho de Davi”, é por meio de José que se cumpre a promessa do Messias esperado. Com isso, ele é chamado a assumir essa realidade, a “dar um nome” a esse mistério. A reconhecer a iniciativa divina de nos salvar a partir de nosso nada.
Viver uma “instrumentalidade” no projeto de Deus não é permanecer em uma estrutura passiva de mundo. Não podemos fugir do seu senhorio, devemos aprender constantemente a nos levantar e a dar um “sim” cotidiano à sua grande proposta.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

“Jesus Cristo, filho de Davi, Filho de Abraão”

Segunda, 17 de dezembro de 2012

“Jesus Cristo, filho de Davi, Filho de Abraão” (Mt 1, 1)

A narração de Mateus, marcadamente judaica, apresenta a genealogia de Jesus. Ele é filho da promessa. Nele, se cumpre definitivamente a aliança entre Deus e os homens. A salvação perpassa a história humana e chega ao seu ápice no grande intervento divino.
Reconhecer essa genealogia é ver a ação de Deus em nossa história, é ver que ele realiza seu plano de salvação mesmo por meio de homens e mulheres frágeis. Não somos nós quem cumprimos esse gesto, somos instrumentos de um poder superior.
Saibamos silenciar diante de esse grande mistério. Não somos os responsáveis últimos da salvação humana. Deus age por meio de nossa humanidade. Saber reconhecer essa intervenção é colocar-se como ponte de uma graça que é muito superior à nossa natureza.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

“Qualquer um de vós que não renunciar a tudo o que possui não pode ser meu discípulo”

Memória de São João da Cruz
14 de dezembro de 2012


“Qualquer um de vós que não renunciar a tudo o que possui
não pode ser meu discípulo” (Lc 14, 33)

A nossa vida é uma só. Há um início, um desenvolvimento e um fim, um limite. A renúncia de todas as coisas em função de um único projeto de vida apresentada por Jesus é a afirmação de que devemos assumi-la de forma integral e intensa.
Apegar-se a coisas, pessoas e projetos é limitar o nosso percurso. Paramos no meio do caminho e esquecemos o fim que planejamos. Renunciar não significa negar, mas saber relativizar algumas coisas em função de uma única que tomamos por absoluto.
Não podemos abraçar o mundo com as mãos. Saibamos fazer a escolha certa e precisa em nossa vida. Uma escolha que nos faça entregar tudo o que somos e temos, algo ou alguém que possamos verdadeiramente investir, e ver, ao fim, que valeu a pena viver.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

“O Reino dos Céus sofre violência...”

Quinta feira da II Semana do Advento
13 de dezembro de 2012

“O Reino dos Céus sofre violência...” (Mt 11, 12)

A instauração do Reino dos Céus não é uma dinâmica passiva. Pelo contrário, requer a luta daqueles que o desejam. Ele necessita e implica transformação daqueles que estão envolvidos. É constante batalha entre perdas e ganhos.
Viver essa construção é colocar a própria vida em jogo, é arriscar-se completamente em função de um ideal de Vida Nova. Ideal que é projeto, projeto que implica luta, luta que nos faz crescer, fazendo-nos grandes nesse Reino.
Os sofrimentos e as possíveis perdas dessa batalha fazem parte do projeto de Deus que deseja nos modelar à imagem do seu Filho. Como o diamante, só chegamos ao fim depois que perdemos tudo o que não é necessário. Saibamos correr esse risco.

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

“O meu jugo é suave e o meu fardo é leve”

Quarta feira da II Semana do Advento
12 de dezembro de 2012

“O meu jugo é suave e o meu fardo é leve” (Mt 11, 30)

O mistério da encarnação apresenta para nós o movimento de Deus até a nossa humanidade, ele se curva, abaixa-se e abraça-nos. Ele não retira os nossos pesos, mas nos ensina a encará-los da forma mais humana possível.
O nosso corpo tende a afastar tudo o que porta sacrifício ou dor. Mas esquecemos que viver já aporta consigo uma dinâmica de perdas e ganhos, de transformação constante. A própria vida é uma luta interna e externa do nosso “eu”.
Saibamos retornar ao verdadeiro conceito de sacrifício. Ele nos ajuda a fazer sagrada toda a realidade com a qual temos contato, porque é projeto de Deus. Em Jesus, vemos a verdadeira face de nossa humanidade, a verdadeira possibilidade de ser humano.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

“O Pai que está nos céus não deseja que se perca nenhum desses pequenos”

Terça feira da II Semana do Advento
11 de dezembro de 2012

“O Pai que está nos céus não deseja que se perca nenhum desses pequenos” (Mt 18, 14)

O projeto originário de Deus na criação sempre foi a elevação da humanidade a um estado de graça perfeita, a sua plenitude. O pecado não quebra esse projeto, muito menos o destrói. Ele apenas abre um desvio nesse percurso.
A imagem do Pastor que cuida das ovelhas e procura a que se perde é reflexo direto do Deus que vem até a nossa humanidade para nos reconduzir a Si. As nossas opções sempre serão as mesmas: podemos nos deixar ser portados por ele ou escapar.
Deixemo-nos ser portados pelas mãos desse bom pastor. Como Pai, ele sabe o percurso certo e seguro em direção à nossa única morada. Como Deus, ele conhece a nossa verdadeira identidade e o sentido último de nosso ser.

domingo, 9 de dezembro de 2012

“Levanta-te, pega a tua maca e vai para casa”

Segunda feira da II Semana do Advento
10 de dezembro de 2012

“Levanta-te, pega a tua maca e vai para casa” (Lc 5, 24)

Ao ordenar que aquele homem portasse a maca mesmo depois de sua cura significa muito. Implica recordar sempre de onde saímos, daquilo que nos fazia, ou ainda faz, limitados. Voltamos para casa sempre com esse “peso” nas costas.
A superação de um limite não deve ser motivo de orgulho para a nós. Provoca um compromisso: a missão não acabou. Temos que prosseguir um percurso sempre portando essa limitação, mesmo que em nossas mãos, sob o nosso controle.
A cura não significa fim, há muito ainda o que percorrer. Mas para realizar esse percurso temos que saber confiar na Palavra de Deus que deseja um homem em pé, senhor de si, que não esquece a sua humanidade e faz o percurso de retorno à casa do Pai.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

“Faça-se conforme a vossa fé”

Sexta feira da I Semana do Advento
7 de dezembro de 2012

“Faça-se conforme a vossa fé” (Mt 9, 29)

A pergunta de Jesus não é retórica, ele não perguntava já sabendo a resposta precisa. Consciente de seu poder ele precisava de um sim para entrar e transformar aquela vida. É na liberdade do homem que vemos o limite da onipotência divina.
Deus não pode agir sobre a humanidade sem a nossa abertura, sem a entrega ao seu projeto de vida nova. É no ato de fé que realizamos esse sim de adesão e abertura. Um sim muitas vezes fraco, obscuro, inseguro, incerto...
Essa entrada de Deus em nossa vida não se fundamental em um ato sentimental. Se realiza em pequenas adesões concretas, em um “sim” quotidiano ao projeto de Deus. Ele, não duvidando de Si, mas esperando a nossa resposta, sempre nos questiona:

“Acreditais que eu possa fazer isso?”

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

“Quem ouve estas minhas palavras e as põe em prática é como um homem sensato”

Quinta feira da I Semana do Advento
6 de dezembro de 2012

“Quem ouve estas minhas palavras e as põe em prática
é como um homem sensato” (Mt 7, 24)

A Palavra que criou tudo o que existe e colocou o homem como centro dessa ação é a mesma que continua a dar ordem a essa realidade dando-lhe um fundamento, um sentido último. Agir conforme essa lógica é entrar na dinâmica da vontade de Deus.
Corremos o risco de aplicar ao mundo a nossa própria lógica, nossas definições e valores esquecendo que ele não nos pertence de forma absoluta. Olhando a realidade somente segundo nossas categorias, acabamos por distorcê-la, fragmentando e negando vida.
Precisamos olhar para o mundo e agir sobre ele com o princípio da Palavra de Deus. Ela nos ensina a ver a realidade divina que permeia e fundamenta toda a realidade. Com ela, podemos agir com prudência em um mundo marcado pela instabilidade humana.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

“Sinto compaixão...”

Quarta feira da I Semana do Advento
5 de dezembro de 2012

“Sinto compaixão...” (Mt 15, 32)

Jesus é o ponto de convergência para o qual converge a nossa humanidade. Ele cura, liberta e alimenta, nos sacia de elementos fundamentais para a nossa vida. Esse cuidado só se realiza porque ele se faz humano como nós, conhece toda a nossa condição.
Em Jesus vemos a presença de um Deus que cuida por ama e ama porque conhece verdadeiramente, ele mesmo está imerso na humanidade e sabe de suas fraquezas e anseios. É nesse sentido que o senhorio é diverso desse mundo: somos seus amigos.
Essa aproximação quebra com aquela antiga barreira entre Deus e os homens: Deus se faz homem e refaz a humanidade decaída. Corramos ao encontro do Senhor, como homem ele conhece os nossos vazios, como Deus, ele é capaz de preenchê-los.

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

“Felizes os olhos que veem o que estais vendo”

Terça feira da I Semana do Advento
4 de dezembro de 2012

“Felizes os olhos que veem o que estais vendo” (Lc 10, 23)

A Revelação feita por Deus em Jesus Cristo não é objeto de uma inteligência dominante, mas é realidade compreensível àquele que se faz pequeno. Não pode reconhecer o Senhor aquele não sabe se faz servo, não pode olhar para o alto aquele que não está no chão.
Deus não é mais um ser transcendente fechado em seu mundo. Em Jesus, ele entra a nossa humanidade e realiza uma relação interpessoal conosco. Em resposta, devemos reconhecer a grandeza desse gesto e usufruir dessa aproximação.
Viver a experiência do toque entre Deus e o homem é confiar na possibilidade uma felicidade no hoje de nossas vidas. Essa relação não é de domínio subjugante, mas de entrega livre e integral Daquele que se faz homem e, com isso, diviniza a nossa humanidade.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

“Dize uma só palavra e meu servo ficará curado”

Segunda feira da I Semana do Advento
3 de dezembro de 2012

“Dize uma só palavra e meu servo ficará curado” (Mt 8, 8)

A grandeza de fé daquele centurião estava centrada na Palavra de Jesus como centro da salvação. Ele reconhece em Jesus um senhorio que está acima de qualquer poder humano, porque esse se fundamenta em uma palavra de vida plena.
Nós que constantemente ouvimos e lemos a Sagrada Escritura corremos o grande risco de esquecer a grandeza e eficácia dessa Palavra. De tanto ouvi-la, caímos no orgulho de já conhecê-la totalmente, esquecendo que ela é, na verdade, fonte de vida.
Tenhamos a constância de estar sempre ao lado dessa Palavra, abraçando a contínua novidade que ela porta consigo. Como Palavra de Deus ela é fonte de vida que jorra a dá forças a todo aquele que toca, bebamos dessa fonte.