sábado, 18 de janeiro de 2014

“Não vim chamar os justos”

Sábado da I Semana do Tempo Comum
18 de janeiro de 2014

“Não vim chamar os justos” (Mc 2,17)

A chamada feita a Levi é o ícone de toda a vocação. Jesus não olha o passado daquele que chama, nem mesmo as condições em que se vive. Mas passa, olha e chama. Não somos nós que merecemos estar com o Senhor, mas ele que livremente nos quer junto de si.
Somos viciados em uma estrutura estática de mundo. Em definir entre os que são justos e pecadores. Olhando assim, reduzimos o próprio homem ao que pensamos dele. Jesus vai além, mostra uma realidade dinâmica da vida, a sua capacidade de restauração.

Escutemos a voz do Senhor. Independentemente do que somos, ele nos quer junto a si. Saibamos levantar-se, seguir os seus passos. Por mais que o mundo tente nos limitar em suas categorias, lembremos Cristo que nos viu como com olhos de uma vida dinâmica e plena.

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

“Levanta-te, toma o teu leito e vai para casa”

Sexta feira da I Semana do Tempo Comum
17 de janeiro de 2014

“Levanta-te, toma o teu leito e vai para casa” (Mc 2,11)

Jesus revela a força de conversão de suas Palavras. Uma Palavra que perdoa, mostrando ao homem que a reconciliação com Deus é o primeiro passo de uma nova vida. Consequentemente restaura o modo de ser e agir humano, fazendo-o levantar-se e andar.
O pecado causa dano à vida do homem. Sua ação deixa-nos paralisados diante de tudo. Ele retira a nossa liberdade de viver, fazendo-nos caminhar com suportes. Ao mesmo tempo, nos deixa continuamente abaixo do que realmente somos, ou seja, “ao solo”.
Redescubramos a força da liberdade que há em cada um de nós. Ela nos ajuda a caminhar, reconciliados com Deus, nosso único Senhor. Ele sim, verdadeiramente, sustenta a nossa caminhada, não fazendo-nos dependentes, mas mostrando-nos como filhos livres.

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

“E ali se pôs em oração”

Quarta feira da I Semana do Tempo Comum
15 de janeiro de 2014

“E ali se pôs em oração” (Mc 1,35)

A oração é o centro da vida daquele que escuta a voz de Deus e obedece à sua vontade. Ela consiste no colocar-se livre e desinteressado diante dele buscando compreender o seu projeto. Ao mesmo tempo implica purificação de todos os nossos planos.
Estamos inseridos no mundo do fazer, da eficácia, da rapidez... Realizamos tanto e, no fim de tudo, deixamos de nos questionar: “Por que tudo isso?”. Esquecemos que todas as nossas ações estão em um plano sempre maior. Só no silêncio podemos compreendê-las.
Sejamos conscientes de que nossa vida não se reduz a um projeto meramente humano. Ela é fruto de um pensamento que nos supera. Na oração podemos entrar em verdadeiro diálogo com Ele, buscando compreender os “porquês” que o mundo não nos responde.

domingo, 12 de janeiro de 2014

“Eles, no mesmo instante, deixaram as redes e seguiram-no”

Segunda feira da I Semana do Tempo Comum
13 de janeiro de 2013

“Eles, no mesmo instante, deixaram as redes e seguiram-no” (Mc 1,18)

Os discípulos de Jesus são os primeiros que recebem a chamada à conversão. Essa, não significa uma mudança de toda vida, mas uma redefinição do seu princípio fundamental. É a conversão de todas as nossas ações em direção a um mesmo fim.
Quando seguimos Cristo, somos chamados a deixar todos os fins secundários de nossa vida e caminhar segundo um único objetivo: Ele é o nosso ponto de convergência. Ele não muda a nossa humanidade, mas pede que transformemos as nossas intenções e metas.
Não importa se nossas redes estão boas para pesca ou danificadas pelo mau uso e pelo tempo, Jesus nos chama a ser pescadores de homens. Ele nos pede a redirecionar tudo o que somos, de íntegro ou ferido, ao seu projeto de elevação do homem ao Reino dos Céus.

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

“Todos tinham os olhos fixos nele”

Sexta feira após a Epifania
10 de janeiro de 2013

“Todos tinham os olhos fixos nele” (Lc 4,10)

Na sinagoga, Jesus revela a sua identidade mais profunda. Ele é o cumprimento de todas as promessas feitas ao povo de Israel. A sua missão é revelar e realizar o projeto de salvação de Deus em nossa humanidade que consiste em uma libertação integral e plena.
De alguma forma todos olham para Jesus. Entretanto, resta saber de que forma nós olhamos para ele? Um exemplo de homem? Um revolucionário político? Um mago ou curandeiro? Um místico? Um mestre que ensina a receita da felicidade?
Se limitamos o nosso olhar a apenas uma dessas categorias, arriscamos distanciar  a Sua Verdadeira identidade. Diante de Jesus saibamo s nos maravilhar com o mistério de sua vida. Entremos, com ele e por meio dele, nessa dinâmica de verdadeira e integral libertação.

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

“Não tenhais medo”

Quinta feira após a Epifania
9 de janeiro de 2014

“Não tenhais medo” (Mc 6,50)

Jesus reconhece o nosso esforço. Sabe que nem sempre o nosso percurso é fácil. Ele, porém, se mostra superior a todas essas coisas. Conforta-nos em saber que está presente em todos os momentos e que só ele é capaz de dar serenidade à nossa vida.
Quantas vezes pensamos está sós? Quantas vezes não reconhecemos em Cristo alguém que está ao nosso lado e que, como Deus, nos ajuda a superar todas as tempestades da vida? Quantas vezes pensamos que ele é uma bela ideia, fruto de uma grande imaginação?

Sejamos sensíveis à presença de Deus em nossa vida e em nossa história. Abramos o nosso coração para reconhecer em Jesus a presença divina que toca a nossa humanidade enchendo-lhe de vida e esperança, ajudando-nos a superar todas as tribulações.

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

“Todos comeram e ficaram saciados”

Quarta feira após a Epifania
8 de janeiro de 2014

“Todos comeram e ficaram saciados” (Mc 6,42)

Somente Deus é capaz de saciar verdadeiramente a fome humana. Nada que façamos será capaz de comprar aquilo que temos verdadeira necessidade. Esse alimento será sempre dom de Deus que, entregando o seu Filho, nos alimenta com o seu amor.
Nosso egoísmo, muitas vezes, nos faz cair na imagem de autossuficiência. Pensamos que somos capazes de construir e satisfazer tudo aquilo que nos falta. Esquecemos que dentro de nós existe um vazio que não pode ser preenchido por nenhuma força humana.
Olhemos para Cristo e vejamos nele o único que pode plenamente preencher a nossa vida. No mistério de sua vida ele nos revela que só no amor a Deus e ao próximo o homem encontra o seu sentido definitivo. É essa entrega que nos faz semelhantes e unidos a ele.

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

“O povo que andava nas trevas viu uma grande luz”

Terça feira após a Epifania
7 de janeiro de 2013

“O povo que andava nas trevas viu uma grande luz” (Mt 4,16)

O conteúdo central de Jesus é o anúncio do Reino. Esse, implica a soberania de Deus sobre todos os homens. Entretanto, esse não se fundamenta no domínio, mas na libertação de todos os que aderem a Ele.
Essa é a revelação fundamental de Jesus. O Senhorio que ele anuncia nos ajuda a compreender-se não como servos, mas como filhos amados por Deus. Um amor que não escraviza ou domina, mas cria liberdade, gera vida nova.
Reconheçamos essa nova realidade apresentada pelo Evangelho do Reino. Esse nos faz enxergar a vida de uma nova forma. Nos ajuda a compreender todas as coisas à luz de um Deus que é Criador e Senhor, mas, ao mesmo tempo, Pai amoroso e providente.

Outro caminho

Outro caminho



“Voltaram à sua terra por outro caminho” (Mt 2,12)

Que alegria foi aquela experimentada pelos reis? O que eles sentiram ao se prostrar diante daquela criança? O que eles viram de novo que o fizeram percorrer outro caminho, diverso do que se esperava?
Esse menino não é filho do Rei, não nasce no palácio real, nem mesmo em Jerusalém. Ele mostra ao mundo que o poder humano não se limita a ações ou projetos, mas na esperança que se porta. O homem é definido por aquilo que espera. É isso que dá dinâmica à sua vida, ânimo à sua história. Essa é a luz, a potência e a grandeza daquela nova vida.
Perdemos a capacidade de esperar porque tememos o mistério. Preferimos o domínio, o cálculo, a execução de projetos já realizados. Tememos ir além de nós mesmos, fazer diferente, ir contrário a um mundo já acomodado a fazer sempre o mesmo. Acabamos por matar a criança presente em nosso coração.
Cuidemos dessa criança, saibamos cuidar dela, protegê-la de toda ameaça externa. Saibamos formar todas as suas potencialidades, motivar todos os seus projetos, realizar todos os seus sonhos. Não deixemos que ela perca a vitalidade e a força que lhe é natural. Não permitamos que ela se torne velha e morra antes do tempo.
Aprendamos a reconhecer a criança presente no outro e a nos maravilhar com o seu mistério. Saibamos nos curvar diante da esperança que todo homem porta consigo. Evitemos limitá-lo em nossas categorias de juízos ou normas. Ele é sempre mais do que podemos esperar. Não nos sintamos ameaçados com esse mistério.
Tenhamos a coragem de assumir outro caminho. Uma via diversa da ordinária. Enfrentemos o risco de encarar o poder de um mundo que tenta oprimir toda possibilidade de ir além. Não temamos a novidade, aprendamos a amá-la, buscá-la e maravilhar-se com o seu poder de transformação.
Foi essa a alegria dos reis. Eles reconheceram naquela criança o poder da humanidade. Todo o esforço do caminho não foi inútil. A mesma esperança que foi a força para o caminho continua viva. É potência que está sempre em movimento e espera ser abraçada.

Ela é dinâmica que nos ajuda a percorrer outras vias. Caminhos desconhecidos, talvez menos seguros, que revelam o grande e infinito poder humano de superar-se, de ir além de si mesmo, revelando uma humanidade modelada à imagem e semelhança do seu Criador.