quarta-feira, 23 de outubro de 2013

“Na hora em que não pensais virá o Filho do Homem”

Quarta feira da XXVIII Semana do Tempo Comum
23 de outubro de 2013

“Na hora em que não pensais virá o Filho do Homem” (Lc 12,40)

Todos nós que participamos na dinâmica da criação somos, como seres racionais e conscientes, responsáveis por essa obra. A felicidade humana está em assumir esse papel diante de todas as coisas. O homem é administrador dos bens divinos.
Quando escapamos dessa realidade não estamos somente desobedecendo a uma ordem, mas principalmente negando o nosso próprio ser. Igualamo-nos às outras coisas criadas, tornando-se mais um. Passamos a viver como coisas ou animais.
A recompensa dessa boa administração é precisamente a realização do sentido de nossa vida. Não seremos felizes enquanto não compreendermos e aceitamos aquilo para o qual fomos criados. Somos, portanto, o ponto de convergência na obra Divina.

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

“Bem-aventurados os servos a quem o Senhor encontrar vigiando”

Terça feira da XIX Semana do Tempo Comum
22 de outubro de 2013

“Bem-aventurados os servos a quem o Senhor encontrar vigiando” (Lc 12,37)

O servo vigilante é aquele que vive em relação ao seu Senhor. A sua vida se converge para ele. É aquele que está em uma constante “tensão” em relação aquilo que faz. Essa dinâmica que o ajuda a estar sempre acordado e disposto ao serviço.
Pecamos precisamente quando esquecemos essa verdade fundamental. Passamos a usar e abusar daquilo que não nos pertence essencialmente e que foi nos dado de forma temporária. Tornamo-nos Senhores ilegítimos do que não compramos ou construímos.
Vivamos essa tensão que nos coloca sempre diante de nosso fim. Vigiar significa manter os olhos fixos em Deus que revela a nossa humanidade por meio de Jesus Cristo. Nele, encontramos o ponto de encontro de nossas ações e o fim a ser perseguido.

“A vida de um homem... não depende de suas riquezas”

Segunda feira da XXVIII Semana do Tempo Comum
21 de outubro de 2013

“A vida de um homem... não depende de suas riquezas” (Lc 12,15)

A parábola do homem rico nos faz questionar o nosso verdadeiro tesouro. Não é uma condenação aos bens materiais em virtude dos bens eternos. É uma ordenação entre o que é meio é o que é fim, estando a Vida humana no fundamento dessa ordem.
Jesus chama à atenção para o perigo de uma riqueza que se torna fim em si mesma. O homem passa a viver em função dela e, por meio dela, sente-se autossuficiente. Ele esquece que toda segurança é limitada, porque na vida, algo sempre escapa de seu controle.

Reconheçamos que todos os nossos bens vêm de Deus. Mas que, por serem materiais, eles nunca darão a segurança plena que buscamos. Eles não são o ponto de convergência de nossa vida, mas instrumento que pode facilitar, dificultar ou até desviar o caminho.

domingo, 20 de outubro de 2013

Oração como caminho


“Propôs-lhes Jesus uma parábola para mostrar que é necessário orar sempre
sem jamais deixar de fazê-lo” (Lc18,1)


O início da parábola proposta por Lucas já apresenta a chave de leitura para compreender tudo o que segue. Nesse espaço textual vemos a necessidade da oração como uma atividade contínua do homem que espera a justiça de Deus. Essa esperança se realiza à luz da fé, que é a confiança de que Ele age no tempo certo.
Somos tão marcados por uma mentalidade consumista do mundo que corremos o risco de transformar a nossa oração somente em momento de pedidos daquilo que nos falta. Acabamos por esquecer que Deus age sempre além de nossas categorias e inteligência. Ele atua no seu tempo e ao seu modo.
Por outro lado, a oração como confiança em Deus, não nos faz seres passivos diante da vida. Aquilo que está a nossa disposição deve ser buscado e aquilo que não, pedido e entregue em suas mãos.
A oração não funciona na lógica de estímulo-resposta, sim ou não, pedido-produto. Mas é dinâmica de diálogo, é colocar-se diante de Deus e tentar compreender, à luz de sua Providência, aquilo que se busca. Ao insistirmos em um pedido, o compreendemos cada vez melhor, purificamos cada vez mais a nossa intenção. O tempo nos ajuda a ser pacientes.
Devemos, porém, estar certos de duas coisas: Deus sabe o que temos necessidade, mas nós nem sempre conhecemos o que precisamos realmente, ou seja, aquilo que é essencial para a nossa vida. É aqui que se confirma o poder medicinal da oração, desde o primeiro pedido ela já se realiza. Ela nos ensina a paciência e a esperança.
“Quando vier o Filho do Homem, acaso encontrará fé sobre a terra?” (Lc 18,8). A resposta? Não. Não haverá mais fé sobre a terra porque toda a esperança se realiza em Cristo. Ele é a concretização de tudo aquilo que buscamos. Nele se cumpre a plenitude de nossa humanidade.
A própria oração, com ele, torna-se objetiva. Ela não é instrumento para convencer Deus a realizar algo, mas é um colocar-se diante dele para descobrir o que temos necessidade. E agir com nossas próprias forças, caminhar com nossas próprias pernas, animado por nossa própria vontade. A única diferença é que esse caminho é indicado por ele, iluminado nele e converge para ele.

sábado, 19 de outubro de 2013

“Aquele que tiver blasfemado contra o Espírito Santo não alcançará perdão”

Sábado da XXVIII Semana do Tempo Comum
19 de outubro de 2013

“Aquele que tiver blasfemado contra o Espírito Santo
não alcançará perdão” (Lc 12,8)

Na dinâmica de nossas escolhas, Deus compreende todas as nossas limitações. Ele pode perdoar todos os nossos pecados, desde que o procuremos. A única coisa que ele não é capaz de realizar é ir contra a nossa liberdade, pois não pode negar aquilo que ele nos deu.
Como seres livres, somos capazes de tudo o que é possível à humanidade, temos diante de nós infinitas possibilidades. Mas também podemos negar essa realidade, decidir viver segundo o nosso modo de ver e relacionar-se com o mundo.
Redescubramos a potencialidade de nossa humanidade e busquemos realizá-la. Não neguemos aquilo que pertence à nossa essência. Quando o fazemos estamos negando o nosso próprio ser e, negando, construindo a nossa própria infelicidade.

“Não leveis bolsa nem sacola”

São Lucas, Evangelista
18 de outubro de 2013

“Não leveis bolsa nem sacola” (Lc 10,4)

A missão dos discípulos se realiza na liberdade de suas vidas. Eles não devem levar nada que possa ser um peso durante a missão, nada que retire a gratuidade e simplicidade do serviço. O instrumento mais eficiente para a evangelização ainda é a vida.
Vivemos no mundo dos acessórios, não conseguimos viver e fazer nada mais sem eles. Com isso, corremos o risco de perder a grandeza, a potencialidade e a profundidade de nossa vida, valores que se cumprem na simplicidade de um simples gesto.
Redescubramos a grande riqueza de nossa vida e a sua capacidade de doar-se livremente, sem empecilhos. A existência é o grande campo onde se cumpre a grande missão de anunciar o Cristo, não somente por palavras, mas essencialmente com o exemplo.

“Ai de vós... que retirastes a chave da ciência”

Quinta feira da XXVIII Semana do Tempo Comum
17 de outubro de 2013

“Ai de vós... que retirastes a chave da ciência” (Lc 11,52)

A busca de salvação por meio da Lei não somente nega Deus como agente primeiro dessa ação, mas também o próprio homem. Ela rejeita a liberdade humana de questionar o que é fundamental para a sua vida e escolher de forma responsável.
Nós ainda continuamos a matar profetas quando eliminamos a novidade que Deus nos porta. Quando negamos qualquer coisa que ameace às nossas seguranças ou nossos poderes. Quando não somos capazes de reconhecer os nossos erros e seguir outra direção.
A Lei de Cristo é a plenitude da Lei porque ele porta consigo o sentido, o fundamento de todos os princípios. Não obedecemos a Deus porque tememos ser punidos, mas por que sua Palavra é Vida plena. Essa é a Lei que nos liberta e salva.

“Ai de vós...”

Quarta feira da XXVIII Semana do Tempo Comum
16 de outubro de 2013

“Ai de vós...” (Lc 11,42)

A dura crítica que Jesus realiza aos fariseus e aos doutores da lei esta na exteriorização da vida e no esquecimento daquilo que é fundamental: a justiça e a caridade. Somos capazes de fazer de tudo, mas esquecemos de nos questionar: por quê?
Muitas vezes, pensamos que seremos felizes apenas pelo fato de cumprir o mínimo necessário da Lei de Deus. Por trás disso esconde-se um legalismo que nega a ação de Deus e centra-se na responsabilidade absoluta do homem que se torna Senhor, Servo e Juiz.
Olhemos para a estrada da vida que é guiada pela Luz da Palavra. Vejamos nela não somente as “margens” do mínimo necessário, mas o espaço em que podemos exercer a nossa liberdade. Nele podemos ser agentes diretos da justiça e do a amor.

“E tudo ficará puro para vós”

Terça feira da XXVIII Semana do Tempo Comum
15 de outubro de 2013

“E tudo ficará puro para vós” (Lc 11,41)

A verdadeira pureza, ensinada por Jesus, vem de dentro. Ela não substitui, mas fundamenta e antecipa a pureza que devemos manifestar. Ela não é uma ação humana, mas o produto de uma conformação do homem com Deus por meio do amor.
Gostamos muitas vezes de transparecer com uma bela fachada, adoramos modelar esse exterior para agradar àqueles que passam por nossa vida. Ao fazer isso, esquecemos que dentro há muito mais trabalho a ser feito, muitas sujeiras escondidas.
Saibamos realizar uma grande limpeza sob a luz do Cristo, lançando fora tudo o que é supérfluo, permanecendo somente com o essencial. Preparemo-nos para receber Alguém que não se contenta em ficar só na porta, mas deseja entrar e permanecer conosco.

“Não lhe será dado outro sinal”

Segunda feira da XXVIII Semana do Tempo Comum
14 de outubro de 2013

“Não lhe será dado outro sinal” (Lc 11,29)

Jesus nega um novo sinal precisamente porque nele, tudo se revela e torna-se claro. Toda a história da salvação encontra em sua pessoa o seu ponto de convergência. Nele, todo o percurso salvífico encontra a sua plenitude.
Quantas vezes provamos queremos provar o amor de Deus pedindo-lhes novos sinais? Ao pedir isso, esperamos que ele se revele segundo às nossas categorias, que ele se subordine às nossas vontades. Pedir um novo sinal, significa negar o sentido de sua própria Vida.
Olhemos para a nossa história e saibamos reconhecer a presença de Deus nesse percurso. Em Cristo se encontra o sinal que tanto buscamos. Nele, está a síntese de um caminho que tem como fim a vida plena.

terça-feira, 8 de outubro de 2013

“Quando orardes dizei: Pai...”

Quarta feira da XXVII Semana do Tempo Comum
09 de outubro de 2013

“Quando orardes dizei: Pai...” (Lc 11,2)

A oração ensinada por Jesus, não apresenta somente um modelo prece, mas uma relação. Deus deixa de ser um Senhor frio e distante daquele que ora. Ele torna-se Pai que ama e provê o necessário para os seus Filhos.
Como Filhos, devemos ter confiança naquele que é Pai. Não precisamos viver preocupados em acumular, no amanhã, em se tornar senhores de si. Temos um Deus providencia, nos dando tudo aquilo que temos necessidade.
Somente quando confiamos nesse Deus que é Pai, aprenderemos a viver de forma mais livre. Seremos independentes dos senhores do mundo que querem domínio e do senhorio de nós mesmos, na busca desenfreada pela posse do que ainda não se tem.

“Marta estava preocupada com o serviço”

Terça feira da XXVII Semana do Tempo Comum
08 de outubro de 2013

“Marta estava preocupada com o serviço” (Lc 10,40)

Marta é repreendida não porque servia ou trabalhava no lugar de estar diante do Senhor, mas porque perdeu de vista aquilo que é essencial em suas ações. Ela esqueceu que o serviço não é um “fazer para”, mas um “ser com...”.
Em um mundo submergido por tantas atividades, corremos o risco de esquecer aquilo que é fundamental em nossa existência. A questão não é largar tudo para viver do essencial, mas saber fazer todas as coisas à luz desse princípio.
Saibamos concentrar a nossa vida naquilo que é realmente importante. Aproveitemos de tudo o que faz bem a nós e aos outros sem deixar de lado o essencial. Não é uma questão de escolha, mas de fundamentação dos nossos atos ao que é mais importante.

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

“Eis aqui a serva do Senhor”

Nossa Senhora do Rosário
Segunda, 7 de outubro de 2013

“Eis aqui a serva do Senhor” (Lc 1,38)

Maria é protagonista na nova criação porque é capaz de dizer um “sim”, contrário ao “não” pronunciado por Eva no início de nossa humanidade. É por isso que ela pode ser criada como agente da nova criação, fundada na conformação do homem ao seu criador.
Quantas vezes queremos nos colocar como senhores da realidade em que vivemos. Todas as coisas tornam-se objeto de minhas projeções e vontades. Acabamos por esquecer que muita coisa foge à nossa compreensão, que somos frutos de um projeto maior.
Dai-nos, Senhor, um coração de serviço. Que saibamos nos colocar como protagonistas na criação, mas segundo os Teu projeto. Que os nossos “nãos” nunca sejam maiores que aquele “sim” que devemos dar à vontade de Deus em nossas vidas.

“Alegrai-vos de que os vossos nomes estejam escritos nos céus”

Sábado da XXVI Semana do Tempo Comum
5 de outubro de 2013

“Alegrai-vos de que os vossos nomes estejam escritos nos céus” (Lc 10,20)

A alegria cristã não se resume às obras que podemos realizar, mesmo as mais honrosas em nome de Deus. Essa capacidade é fruto de uma alegria muito maior: estamos em comunhão com Deus e agimos segundo o seu projeto.
Somente quando estamos em comunhão com Deus podemos agir segundo Ele, porque aprendemos dele o caminho a seguir. Esse caminho parece simples, mas de tão simples corre o risco de ser esquecido. Preferimos buscar a complexidade de nossos raciocínios.
Que nós saibamos reconhecer a presença do nosso nome diante de Deus. Esse nome implica, ao mesmo tempo, uma honra e uma missão. Somos eleitos por Deus e nosso caminho deve conformar-se a essa eleição, isto é, descobrir o porque e o fim deste nome.