quinta-feira, 29 de março de 2012

Quinta feira da V Semana da Quaresma

Quinta, 29 de março de 2012

“Antes que Abraão existisse, Eu sou” (Jo 8, 58)

A identidade de Jesus, apresentada por João o revela como a Palavra de Deus que ultrapassa o tempo, porque está fora dele. É por Cristo e em Cristo que toda a história da salvação ganha um sentido pleno e definitivo. Sim, ele é maior do que Abraão pelo fato de que, nele, a promessa é cumprida.
Reconhecer Jesus como Deus é redescobri-lo em categorias que ultrapassa as nossas compreensões históricas. Por mais que busquemos “abraçá-lo”, defini-lo, ele sempre escapará de nossas mãos. Resta-nos conformar-nos à sua pessoa, buscar adequar-se ao caminho apresentado por ele e gozar da alegria que consiste em estar em comunhão com Deus.
Fortalecei, Senhor, os nossos corações para reconhecer Jesus como verdadeiro Cristo, Palavra que, pronunciada no tempo, o ultrapassa, dando-lhe sentido. Que nossa existência seja permeada dessa presença viva e constante de sua Palavra que é luz, verdade e caminho de santidade.

Quarta feira da V Semana da Quaresma

Quinta, 29 de março de 2012

“Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (Jo 8, 32)

Verdade é a correta adequação de um pensamento à realidade. A compreensão do mundo em seu verdadeiro sentido e em sua ordem real consiste verdade. Cristo é a Verdade porque, por meio dele o mundo é Criado. Como Verbo de Deus, ele dá realidade e ordem ao mundo.
Não conhecer a verdade significa distorcer a realidade na qual vivemos, permanecer em um contexto formado por conjunções equivocadas de mundo. Isso nos torna prisioneiros de celas que foram criadas pelos erros. Habitar em categorias falhas, como são as nossas, nos faz correr o risco de nos aprisionar em um mundo irreal.
Libertai-nos, Senhor, de tudo aquilo que nos distancia da compreensão de vossa Verdade. Que o mundo que muitas vezes buscamos criar seja substituído pela verdade do vosso Filho Jesus. Que a nossa vida seja reflexo do teu projeto de salvação, à luz do teu Verbo Eterno que entrou em nosso tempo fazendo-se verdade libertadora.

terça-feira, 27 de março de 2012

Terça feira da V Semana da Quaresma

Terça, 27 de março de 2012

“Quando tiverdes elevado o Filho do Homem, então sabereis que ‘eu sou’” (Jo 8, 28)

A grande revelação de Deus ocorre no alto da cruz. O mistério de Cristo que entrega-se ao sofrimento e à morte, abrindo seus braços e entregando a sua liberdade ao projeto do Pai revela a sua própria divindade. O mesmo Deus que cria a humanidade sob a ação do Verbo, a redime por meio dele.
Esse mesmo Deus que se entrega para nos salvar, nos mostra o grande sinal do seu amor: o sacrifício da cruz. É pela entrega livre de um homem que a salvação entra em nossa humanidade. Pela cruz, o sofrimento humano ganha um novo sentido. É nela que o Cristo revela-se divino, é por meio dela podemos realizar o mesmo caminho rumo à vida.
Fazei, ó Deus, que reconheçamos e utilizemos a nossa liberdade para a nossa salvação. Que possamos ver em Cristo essa glória que resplandece e ilumina a nossa vida em nosso caminho de santificação. Que a cruz seja para nós um sinal de glória, de exaltação de todo aquele que entrega a própria vida, conformando-se ao caminho querido por Deus.

segunda-feira, 26 de março de 2012

Anunciação do Senhor

Segunda, 26 de março 2012

“Para Deus nada é impossível” (Lc 1, 37)

A anunciação do Anjo àquela Virgem em Nazaré está cercada de uma verdade fundamental de nossa fé: Deus faz surgir vida onde não acreditamos. As grandes figuras da história da salvação nascem em situações que não se esperam: mulheres pobres, gente simples, jovens imaturos, velhos, deficientes, viúvas e virgens...
Isso nos mostra que Deus é o agente principal da história de nossa salvação. É do nada de nossas negações que ele faz brotar a vida. Deus consegue ver esperança, mesmo quando nós não vemos ou mesmo quando não há, pois seu querer é realidade. Assim sendo, o impossível torna-se concreto. A aparente realidade de morte é sempre transformada à luz de sua presença.
Que a oração de Maria seja, Senhor, também a nossa. Que possamos nos colocar a disposição de sua vontade para que o projeto de vida iniciado na criação e completado na redenção se cumpra em nossa história. Que a sua Palavra modele as nossas vidas e faça brotar luz onde só esperamos trevas, alegrias onde só sentimos dores, vida, quando esperamos morte.

domingo, 25 de março de 2012

A verdadeira morte


“Se o grão de trigo não morre, permanecerá só,
mas se morrer, produzirá muitos frutos” (Jo 12, 24)

A aparente glória prometida pelo mundo é sempre material e, como tal, passível de destruição. Riquezas, fama, reconhecimento, prazeres, honras vêm como algo que preenche a humanidade, dão vida a uma matéria sem sentido... Porém, todos esses bens podem ser roubados, substituídos, esquecidos, empobrecidos, ou seja, gerar nessa mesma matéria um espírito de morte, maior até do que o caos anterior.
Jesus, como filho enviado por Deus, revela uma lógica contrária à apresentada pelo mundo atual. “Se o grão não morre, permanecerá só” (Jo 12, 24). A morte, mais do que uma perda, é uma passagem de uma realidade para outra. Um passo adiante de nossa humanidade que vai além de sua matéria para algo superior. Caso contrário, permanecerá sempre o mesmo, sujeito à contínua corrupção material, corrupção dolorosa e eterna.
“... Mas se morrer, produzirá frutos”. Não somos uma matéria eterna, toda a existência humana perderia todo o seu sentido se o seu fim ultimo fosse a destruição plena. A morte que gera fruto é aquela que ultrapassa a dimensão material que entra no coração humano e o faz compreender que a vida não criada para ser “extraviada” ou “experimentada”, mas é projeto de mundo em ordem, que caminha para o Bem.
Jesus cumpre e revela a promessa de Deus Pai, não por algo externo, mas pelo seu próprio nome, pelo Verbo que ele mesmo pronunciou no templo. “Chegou a hora em que o filho do homem será glorificado” (Jo 12, 23). A promessa da cruz é a realização pela dessa morte que gera vida, morte que redime, purifica e santifica uma humanidade que estaria morta pelo seu pecado.
A grande glória do Pai revela-se no alto da Cruz, com o Filho de braços abertos, entregue para a nossa salvação. “Eu o glorifiquei e glorificarei novamente” (Jo 12, 28). Encarnando-se, Jesus revela o mistério da grandeza e da simplicidade de Deus, morrendo, o seu projeto de redenção de todo o homem que o buscasse.
“Quando eu for elevado da terra atrairei todos a mim” (Jo 12, 32). Sim, a Cruz, antes símbolo de morte ganha um novo sentido em Cristo. É no alto da cruz que ele entrega humilhado, na obediência e por amor, a sua vida. Como a semente, ele deixa que seu corpo seja quebrado, destruído, para que algo novo brote do seu centro. Dele, nasce a árvore da vida, árvore que perdemos com o nosso orgulho, mas que recuperamos pela dinâmica de sua morte.

sábado, 24 de março de 2012

Sábado da IV Semana da Quaresma

Sábado, 24 de março de 2012

“Ele é o Cristo!” (Jo 7, 41)

Por que aqueles homens não acreditaram no messianismo de Jesus? Por que eles não acreditavam que Jesus era o verdadeiro Cristo, ungido, escolhido e enviado de Deus? Na verdade, o que eles tinham dificuldade em acreditar era no fato que a promessa realizada por Deus seria cumprida a partir da própria história humana em sua dinâmica.
Esperar que a salvação “caia” do céu é fugir de nossa responsabilidade por construí-la, contribuindo com a graça de Deus para que a vida realmente brote em nossa vida. Sim, o Cristo nasce em nossa história, e apesar de nossa limitação em conhecê-lo ele se faz presente em nossa realidade e continua a nos mostrar o projeto do Pai.
Fortalecei, Senhor, o nosso coração com a coragem necessária para contribuirmos com vosso projeto de vida em meio aos homens. Que nesse tempo de quaresma, possamos superar o nosso eu individualista e nos abrir ao mistério do Cristo que revela o vosso amor de Pai e abre-nos as portas para a comunhão filial do único amor.

Sexta da IV Semana da Quaresma

Sábado, 24 de março de 2012

“O Cristo, quando vier, ninguém saberá de onde é?” (Jo 7, 27)

Conhecer a pessoa de Jesus vai além de vai além uma lógica humana. Reconhecer que ele é uma figura histórica, que apresenta ao mundo um modelo de vida não basta, é preciso reconhecê-lo como Cristo, como enviado e ungido por Deus, Messias Salvador da Humanidade.
Temos dificuldade de reconhecer a pessoa do Cristo e as consequências que essa opção implica por que o reduzimos a uma figura social, histórica psicológica. Esquecemos que, como filho gerado do Pai, ele faz parte de sua divindade, é Deus. A consequência disso é que, quando nos distanciamos dele, nos afastamos do verdadeiro Bem que consiste em estar em comunhão com Deus.
Dai-nos, ó Deus, um coração aberto para compreender o mistério de Cristo como Messias enviado. Nascendo em uma história humana, ele ensinou-nos que a promessa de um rei segundo o coração de Deus é cumprida, não segundo as nossas esperanças, mas pela Verdade do Deus que santifica e salva o povo que ele ama.

Quinta feira da IV Semana da Quaresma

24 de março de 2012

“As obras que eu faço dão testemunho de mim” (Jo 5, 36)

O mistério da comunhão de Cristo com o Pai se torna claro por que ele revela definitivamente o projeto de Deus. Encarnando-se ele torna real essa grandeza de uma humanidade que se mantém firme com a Verdade pronunciada por Deus, desde o início da Criação: um homem à sua semelhança.
Em um mundo repleto de palavras, imagens, discursos, a verdade que se apresenta por meio do nosso testemunho de vida é a forma mais consistente de dar a razão de nossas opções. Ser mais um, no meio de uma multidão, justificar os meus erros com base nos outros é sempre muito fácil. Difícil é apresentar-se ao mundo como reflexo de uma luz superior...
Iluminai, Senhor, a nossa vida com a Verdade de vosso filho, Jesus Cristo. Ele que, encarnando-se, assumiu a nossa humanidade, dando-nos um caminho a seguir. Que a nossa vida seja uma irradiação desse projeto de uma humanidade nova retomada em Cristo e nele tornada perfeita.

quarta-feira, 21 de março de 2012

Quarta feira da IV da Quaresma

Quarta, 21 de março de 2012

Procuro fazer não a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou” (Jo 5, 30)

A autoridade de Jesus sobre toda a humanidade e o seu poder de julgar os homens se justifica pela sua comunhão com o Pai. Realizando o projeto salvífico de Deus, ele mostra a nós o exemplo a ser seguido, o verdadeiro caminho de Vida. O centro de seu mistério está exatamente aqui, ele não só explica e fala, mas revela o próprio Deus em seu desígnio de salvação.
O nosso pecado é uma via contrária a essa ordem. O projeto de um homem à imagem e semelhança de Deus é quebrado por que buscamos, por nossas próprias forças, realizar a nossa vontade, segundo os nossos próprios princípios. Distanciamos-nos de Deus por que nos aproximamos do nosso eu tornado absoluto, modelado em deus, definidor do bem e do mal.
Ensinai-nos, Senhor, a buscarmos sempre a tua vontade em nossa vida. Que as nossas ações sejam sempre permeada de teu projeto de santidade, de um homem verdadeiramente à tua imagem. Não deixeis que nossas limitações nos retirem da alegria que consiste em estar em comunhão com o teu amor de Pai.

terça-feira, 20 de março de 2012

Terça da IV Semana da Quaresma

Terça, 20 de março de 2012

“Levanta-se, pega a tua maca e anda” (Jo 5, 8)

João apresenta Jesus como verdadeira fonte de vida, água viva que purifica o homem de suas obras más. Jesus não porta o homem às águas, mas dá, ele mesmo a cura. Essa água limpa a humanidade que está presa ao pecado, dá uma nova dignidade ao que estava no chão. Ela cura porque restaura, dá paz e reconcilia o homem com Deus.
O pecado humano não é apenas uma falha, deficiência ou equívoco. Ele porta consigo consequências. Nos torna deficientes, retira a nossa liberdade de ser e viver, nos aprisiona ao chão de nossa própria animalidade. Nessa prisão, nos tornamos dependentes, escravos daquilo que fizemos senhor, encarcerados naquilo que construímos com nossa aparente “liberdade”.
Purificai, Senhor, as nossas ações das obras mortas do pecado. Que o Espírito de Cristo, Fonte de água Viva, nos torne verdadeiramente livres da sujeira do mal que pesa e nos atrai para baixo. Que firmes nessa realidade possamos gozar do verdadeiro repouso e da verdadeira paz que consiste em estar em comunhão com a sua Graça.

São José

Terça, 20 de março de 2012

“José, filho de Davi, não tenhas medo...” (Mt 1, 20)

O protagonismo de José, segundo Mateus, reflete o cumprimento da promessa que ocorre por meio dele. De fato, é José o descendente direto de Davi, é por meio dele que vem o Messias, verdadeiro Rei de Israel. Seu sim, obediente e silencioso gera, com Maria, o salvador do Mundo. Esse sim, porém, se dá no ato de fé, na incompreensão diante do mistério de Deus, na abertura ao seu projeto de redenção humana.
É doloroso para o nosso orgulho saber que nem tudo depende de nossas forças. O projeto de Deus cumpre-se passando além de nossas forças e de nossos projetos. O grande silêncio na vida de José, Esposo de Maria, nos ensinar a parar diante da ação de Deus em nossas vidas, deixando que ela complete a sua obra.
Dai-nos, Senhor, um coração obediente e justo, como o de São José. Que o seu exemplo reacenda em nós o amor por Jesus Cristo e por sua santa Mãe, Nossa Senhora. Que possamos também nós silenciar diante do mistério de Sua presença redentora em meio aos homens e o seu contínuo protagonismo na história salvífica.

domingo, 18 de março de 2012

A verdade da Cruz


“Quem pratica a verdade se aproxima da luz”(Jo 3, 21)

Em uma realidade do mais fácil, cômodo, prazeroso, o sinal da cruz continua a ser motivo de escândalo, loucura e contradição. Escândalo por imaginar que o próprio Deus entra na nossa humanidade e doa-se por ela. Loucura por que o projeto foge às nossas concepções, vai além e nossas categorias e transforma-se em contradição, visto que a vitória é conquistada com a morte do vencedor. Morte, porém, que se transforma em vida.
Jesus, no diálogo com Nicodemos apresenta-lhe essa realidade. Retomando o Antigo Testamento, Ele mostra como a serpente foi um sinal de vida. Como a dor humana poderia ser motivo de salvação. Quando ela é levantada sobre as nossas cabeças, quando a contemplamos e vemos nela uma experiência de crescimento, a vida começa a ganhar um novo sentido.
O próprio Jesus apresenta-se como esse grande sinal de vida plena. É no alto da cruz que ele manifesta à humanidade o projeto de amor do Pai. Ele nos salva não castigando-nos ou nos punindo pelos nossos erros, mas nos mostrando o plano de Deus: um homem que redime com o próprio sangue, com a própria luta, com a vitória do próprio sacrifício.
É nesse sentido que a Verdade da cruz é sinal de vida, é luz que dá novo sentido à nossa realidade. Como luz, ela ilumina que está perto de si, mostra a verdade de tudo o que a ela se aproxima. As coisas, ações ou pensamentos que se distanciam da realidade da cruz entram na escuridão, perdem o seu sentido de ser, a sua compreensão ultima.
“A luz veio para o mundo, mas as pessoas amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más” (Jo 3, 19). Amamos as trevas porque queremos construir a nossa verdade, queremos a nossa realidade. Sendo a verdade algo que não pode ser modelada, entramos na escuridão do nosso egoísmo. Escuridão que nos cega à tudo que nos envolve por que nos faz perder o rumo de nossa vida.
Que nessa quaresma, aprendamos a entrar na dinâmica da Cruz, como fonte de Verdade e Luz para a nossa caminhada. Ela, não apresenta apenas morte, mas aponta para um mundo que vai além do nosso, aquele projetado por Deus para o homem.
Saibamos fugir de todos os discursos vazios da facilidade, do prazer, do comodismo e olhemos para a Cruz como esse sinal que dá novo sentido e rumo às nossas ações. Pratiquemos a verdade da Cruz: ela mostra-nos um projeto que não fracassa, pois é Divino, uma morte que não é fim, mas começo de vida nova.

Sábado da III Semana da Quaresma

Domingo, 18 de março de 2012

“Meu Deus, tem compaixão de mim que sou pecador” (Lc 18, 13)

Deus não tem necessidade de nossas boas obras, o que ele quer de nós é um coração verdadeiro, sincero, enfim, humano, é esse o seu projeto. A justificação do homem não é dada por sua própria obra. Somos justificados quando sabemos nos colocar em nosso devido lugar. Reconhecer-se como filho é o primeiro passo para aquele que quer Deus como Pai.
Queremos crescer por nossas próprias forças, por meio de nossas ações, queremos uma salvação fruto de nossas próprias obras. Esquecemos que Deus é o fim desse caminho, não nós. Somos barro nas mãos do Senhor, nunca teremos as forças necessárias para nos modelar a si mesmos, precisamos de mãos mais poderosas.
Modelai, Senhor, os nossos corações para fazermos nascer em nós a humildade de Vosso Filho Jesus Cristo. Somos pecadores, limitados, precisamos de sua força para continuarmos nesse percurso onde Tu és o fim último. Animai nossa caminhada e não nos deixei que nosso cansaço nos faça estagnar nessa via...

sexta-feira, 16 de março de 2012

Sexta da III Semana da Quaresma

Sexta. 16 de março de 2012

“Tu não estás longe do Reino de Deus” (Mc 12, 34)

O anúncio do Reino, que apresenta o senhorio de Deus requer a postura do homem que, acima de tudo ouve. O amor a Deus como princípio norteador e, ao próximo, como postura concreta nos coloca no caminho fundamental ensinado por Jesus, Filho de Deus, que é a obediência filial ao Pai.
Em um mundo que prega uma liberdade individualista e subjetivista somos tentados a buscar os nossos próprios caminhos, não queremos nada que nos “prenda”, ou aponte os nossos passos com a justificativa que a nossa liberdade possa estar sendo destruída. Os trilhos de um trem não retiram a liberdade do dirigente, mas apontam o caminho a ser seguindo, um fim já planejado...
Fazei, Senhor, que compreendamos o vosso projeto para a nossa humanidade. Não somos filhos do caos, nem produtos do acaso. Somos imagem e semelhança de um pensamento divino que foi modelado da terra. Ajudai-nos a caminhar na via que Tu nos destes, ensinai-nos a olhar fixamente para a santidade que foi projetada para nós desde o princípio do mundo.

quinta-feira, 15 de março de 2012

Quinta da III Semana da Quaresma

Quinta, 15 de março de 2012

“Se eu expulso os demônios com o dedo de Deus,
então chegou para vós o Reino de Deus” (Lc 11, 20)

A presença de Jesus no meio de nós instaura definitivamente o Reino de Deus. Suas palavras e atos revelam ao homem o projeto salvífico da humanidade. Cristo, ao lutar e vencer o mal, define o Senhorio de Deus: ele vem para nos trazer a paz.
O sentido que tanto buscamos para a nossa existência está em Deus. O que parece óbvio não o é na prática. Compreender que Deus é Senhor em nossa vida é aceitar o seu senhorio, é compreendê-lo como aquele que define os nossos passos, que nos aponta o caminho da vida.
Acompanhai, Senhor, todos os nossos passos em nossa trajetória humana. Que nossas falhas não nos desanimem, enfraquecendo o nosso caminhar. Iluminai a nossa inteligência para buscarmos tudo aquilo que é de tua vontade, cumprindo, assim, o teu desígnio último.

quarta-feira, 14 de março de 2012

Quarta da III Semana da Quaresma

Quarta, 14 de março de 2012

“Não vim para abolir a lei, mas para dar-lhe pleno cumprimento” (Mt 5, 17)

Jesus cumpre definitivamente a aliança entre Deus e os homens porque é, ao mesmo tempo, lei e cumprimento. Lei por que define o vínculo eterno entre Deus e os homens por meio de sua encarnação, cumprimento pelo fato de que sua vida define o caminho a ser seguido, a lei torna-se concreta, viva no meio dos homens.
Ao assumir a nossa humanidade e conformando toda a sua vida à vontade do Pai, Jesus mostra-nos que nossa história não está fadada ao fracasso. Pela obediência à lei, tornada viva em Cristo, nosso caminho rumo à santidade se abre novamente, agora de forma mais clara e real.
Fortalecei, Senhor, os nossos passos para que a cotidianidade de nossa vida não nos desanime na busca pelo bem. Que a observância da lei à luz do vosso Filho possa fazer nossa vida mais humana, rica de sentido. Não dos deixes abandonados à luz dos nossos próprios sentidos. Esses, mais do que falhos, quando isolados, sempre nos atraem para baixo.

Terça da III Semana da Quaresma

Quarta, 14 de março de 2012

“Não te digo sete vezes, mas setenta vezes sete” (Mt 18, 22)

O perdão, mais do que uma reconciliação com o outro, me faz irmão, próximo daquele que erra. A ordem de Jesus de perdoar sempre nos coloca na pedagogia de uma humanidade frágil ao pecado, mas que sempre procura a Deus. Além de fazer do outro irmão, nos coloca diante do mesmo Pai, que olha para todos como filhos.
Não somos donos, juízes ou definidores da verdade. Perdoar sempre não nos faz coniventes com os pecados alheios, mas nos faz compreender participantes de uma mesma fragilidade. Podemos cometer os mesmos erros que definimos ou julgamos... Até piores pelo nosso orgulho.
Preenchei, Senhor, o nosso coração, com a humildade de vosso filho. Mesmo não participando da nossa condição de pecadores, ele soube entrar em nossa realidade e tornar-se pecado por nós. Que o perdão faça crescer o nosso amor de irmãos e nos torne participantes da mesma dignidade de filhos.

Segunda da III Semana da Quaresma

Quarta, 14 de março de 2012

“Jesus, porém, passando no meio deles, seguia o seu caminho” (Lc 4, 30)

Deus salva o seu povo, apesar de nossas fraquezas, quer queiramos ou não. Essa verdade fundamental de nossa fé nos coloca como colabores desse projeto salvífico, mas não como seus definidores últimos. A não aceitação de Jesus como salvador provinha do fato de que os seus não acreditavam que a salvação da humanidade estava já tinha sido iniciada por ele, a partir da própria humanidade.
Queremos um Deus à nossa imagem, que cumpra os nossos desejos e atenda aos nossos projetos. Esquecemos que a nossa humanidade é criada com um desígnio último e não foi forjada para um liberalismo individual. Ver Cristo como cumprimento das promessas de Deus é ver que o Reino de Deus vem, mesmo que tentemos destruí-lo.
Abri os nossos olhos, Senhor, para a dignidade de vosso Filho. Ele, como promessa cumprida, mostra-nos a salvação que perdemos com o nosso pecado. Ele vem ao nosso meio, anuncia o vosso projeto e passa. Fazei que não continuemos parados, ligados ao nosso egoísmo, mas sigamos os seus passos rumo à nossa vida plena.

domingo, 11 de março de 2012

Templos Vivos


“Não façais da casa de meu Pai um mercado” (Jo 2, 16)

O tempo da quaresma nos faz experimentar a nossa humanidade, a fragilidade de nossa natureza e a sua necessidade de algo que a preencha. O jejum que mostra que o homem não está isolado, a esmola que nos abre para o outro e a oração que nos dá o verdadeiro alimento e sentido para as nossas vidas nos fazem verdadeiros templos vivos de Deus.
Jesus, ao expulsar os vendedores do Templo, mostra-nos que o verdadeiro e perfeito encontro com Deus só ocorre quando é de forma integral. “Tirai essas coisas daqui” (Jo 2, 16). Para que haja uma real comunhão com Deus, precisamos tirar de nosso caminho tudo aquilo que nos impede de comunicar-se com ele. Todas as coisas que sujam, deformam, retiram a beleza desse templo devem ser realmente expulsas desse espaço.
“Destruí este templo e em três dias eu o reerguerei” (Jo 2, 19). Sim, Cristo é o templo vivo de Deus entre nós, a partir dele a nossa humanidade se abre definitivamente para que Deus venha novamente habitar e caminhar conosco, como era com nossos primeiros pais. A morte do homem velho e do pecado que o preenchia abre espaço para um homem novo, que habita Deus e o reflete para todos.
“Ele sabia o que havia no homem” (Jo 2, 25). Cristo, experimentando a nossa humanidade nos conhece, sabe de todas as coisas que podem nos afastar dele. Por isso ele luta para que nossa vida não seja espaço onde habita o mal, mas Templo onde Deus é o centro e o ápice. Ele sabe que os desejos íntimos e rumores externos confundem a nossa cabeça e nos fazem esquecer nosso projeto último.
“Não façais da casa de meu Pai um mercado” (Jo 2, 16). Não deixemos que nossa existência seja vendida a preço baixo, não deixemos que ela seja trocada por qualquer coisa, ela vale muito mais do que imaginamos. Qual o seu preço? O sangue do filho de Deus derramado na cruz. Deixemos de profanar esse templo, dediquemo-lo ao Senhor, sempre é tempo.
Olhemos para Maria e vejamos nela o exemplo singular daquela que fez de sua própria vida, um espaço vivo no qual Deus vem habitar. Fazendo-se instrumento do projeto salvífico ela nos aponta para o próprio Cristo, Filho amado de Deus. Com Maria, aprendemos a manter sempre limpo esse espaço que não nos pertence, e que nos é dado para que Deus possa vir e habitar plenamente, vivo em nossa existência, presente em nossa história.

Sábado da II Semana da Quaresma

Domingo, 11 de março de 2012

“Filho... tudo o que é meu é teu” (Lc 15, 31)

A parábola do Pai misericordioso nos questiona a nossa situação de filhos. De um lado, vemos um filho que não quer mais a comunhão com o Pai, que foge de sua proteção e busca, por suas próprias forças, determinar a sua vida. Por outro, vemos um que, mesmo estando próximo do Pai, não reconhece a comunhão real entre eles.
Reconhecer Deus como Pai é muito mais do que vê-lo como superior, é saber que minha comunhão com ele me torna participante dos seus bens. É saber que, por mais que eu fuja de sua presença, ele sempre me acolherá quando eu quiser voltar, que eu sempre participarei das riquezas de sua casa. Mesmo que eu não me sinta digno, ele sempre mostra o meu verdadeiro valor.
Sim, Senhor, somos vossos filhos. Fazei-nos sempre conscientes dessa dignidade e capazes de respondê-la. Que nossas negações não nos impeçam de participar de sua herança e, acima de tudo, de sua presença amorosa de Pai. Que a única riqueza de nossa vida se resuma no teu abraço vivo e acolhedor, de alguém que busca apenas o nosso sim.

sexta-feira, 9 de março de 2012

Sexta da II Semana da Quaresma

Sexta, 09 de março de 2012

“Este é o herdeiro. Vamos matá-lo e tomemos posse de sua herança” (Mt 21, 38)

Esta parábola anuncia a morte do filho de Deus, o verdadeiro e único herdeiro da grande vinha plantada pelo Senhor. Ele é morto pela ambição daqueles que queriam tomar posse de um lugar que lhes fora dado em empréstimo, para que fosse administrado e não dominado segundo o próprio querer. Mas, por que tendemos para essa ambição? Por que queremos destruir tudo aquilo que faz referência à ordem natural e causal das coisas?
Fato é que nós queremos ser o centro, queremos dar respostas para tudo e ser os únicos conhecedores do bem e do mal, seus definidores. Ultrapassamos a ordem das coisas e queremos colocar uma nova realidade sobre elas. Em fim, queremos dominar uma realidade que não nos pertence por direito.
Dai-nos, Senhor, a humildade necessária para nos colocarmos como verdadeiros administradores da realidade que nos envolve. Que nós saibamos dispor a nossa existência em seu verdadeiro sentido, como instrumentos de vida plena que tem em Vós a fonte primeira. Que tomemos posse da herança, não por meio de nossas próprias mãos, mas pelos méritos do filho que é, para nós, caminho que nos porta à vida.

Quinta da II Semana da Quaresma

Sexta, 09 de março de 2012

“Se não escutam nem a Moisés nem aos profetas,
mesmo que alguém ressuscitar dos mortos não acreditarão” (Lc 16, 31)

A dureza do coração humano tende sempre para o hoje, para tudo que nos é imediato. Queremos os bens de hoje e esquecemos que a nossa vida vai muito mais além dessa realidade, estamos em um projeto que nos ultrapassa. A Lei e os Profetas nos ajudam a entrar nesse caminho: somos filhos de Deus, somos chamados à comunhão com ele.
O pecado, mais do que o erro, nos desvia de nosso fim último: Deus. Coloca-nos em um hoje sem sentido, em uma satisfação orgânica de nossas necessidades, enfim, nos animaliza. E é nessa “animalização” que perdemos a nossa vida, que a colocamos no estado doloroso do caos, que fere e corrói a nossa alma, por que a nega.
Fortalecei-nos, Senhor, com a fé necessária para podermos acreditar e esperar a tua salvação. Essa, mais do que uma ideia, é a conclusão de um projeto divino: uma humanidade redimida. Que possamos olhar para além de nós mesmos e confiar na santidade que nos coloca em comunhão convosco e nos porta para além de nós mesmos.

quarta-feira, 7 de março de 2012

Quarta da II Semana da Quaresma

Quarta, 07 de março de 2012

“Filho do Homem não veio para ser servido,
mas para servir e dar a vida em resgate por muitos” (Mt 20, 28)

O pedido da mãe dos filhos de Zebedeu era compreensível de uma perspectiva humana. Ela, porém, ao compreendia ainda que a instauração do Reino de Deus não era segundo as perspectivas humanas. O plano de salvífico se cumpriria no alto da cruz, a libertação humana pela morte do filho de Deus, não por mais um domínio político.
Aceitar o Reinado de Deus implica abraçar o seu projeto para a nossa humanidade. Não somos nós quem criamos, construímos e realizamos todos os nossos caminhos, à algo que vai além de nós mesmos. Esse caminho se faz com entrega, sacrifício, doação, luta por tornar real e presente a Verdade de Cristo no mundo em que vivemos.
Tomai, Senhor, posse de nossa vida. Fazei com que ela seja verdadeiro lugar onde a sua Palavra reina, dirige e ilumina. Que os nossos passos sejam fortalecidos e esclarecidos pelo seu Verbo de Vida que salva e liberta o homem de um individualismo que destrói e deforma a humanidade. Fazei-nos verdadeiros instrumentos de seu projeto.

terça-feira, 6 de março de 2012

Terça da II Semana da Quaresma

Terça, 06 de março de 2012

“Quem se exaltar será humilhado e quem se humilhar será exaltado” (Mt 23, 12)

A aliança, criada por Deus em favor dos homens, fixada como lei corre o risco de se esvaziar em um legalismo vazio de sentido. O rigor de seu conteúdo que deveria marcar o amor pelo caminho divino deforma-se em exterioridade meramente política, para apresentar-se aos outros. Cristo é a síntese da lei e de seu cumprimento. Ele é, ao mesmo tempo, legislador, juiz e guia.
Viver segundo a aliança que Deus realiza conosco implica buscar cumprir a sua vontade, rebaixar-se ao projeto que ele realiza em nosso favor. Não somos os juízes, os legisladores ou os definidores da realidade, só Deus tem esse poder e o faz, de uma vez por todas em Jesus. Cumprir a lei não significa negar a si mesmo, pelo contrário, nos coloca no caminho pensado por Deus.
Conceda, Senhor, a graça de nos colocarmos em nosso lugar de filhos, compreendendo-Te como verdadeiro e definitivo Pai. Que a sua Palavra possa ressoar em nossos ouvidos não como regra vazia, mas como caminho vivo de uma humanidade em comunhão com o seu criador. Que Cristo seja o nosso guia e, seguindo os seus passos, possamos, como ele, cumprir o plano de nossa santificação.

segunda-feira, 5 de março de 2012

Segunda da II Semana da Quaresma

Segunda, 05 de março de 2012

“Sede misericordiosos” (Lc 6, 36)

No ápice do discurso da montanha, Jesus apresenta ao homem a necessária postura diante do outro: a misericórdia. Essa vai além do perdão, significa olhar para os outros com os olhos de nossa própria humanidade, compreender-se dentro das mesmas condições, falhas e dificuldades. Significa lidar com os erros dos outros da mesma forma que lidamos com os nossos.
Julgar e condenar os outros é colocá-los em categorias que nós mesmos criamos. É diminuir a pessoa humana e reduzi-la ao conceito que nós projetamos sobre ela. A misericórdia nos ajuda a compreender o homem como mistério, um mundo que vai além de nossas categorias e definições. Nenhuma crítica pode ser absolutizada, o ser humano sempre pode ir além do que podemos pensar.
Ensinai-nos, ó Deus, a buscar um coração misericordioso. Forje em nossas almas um espírito dócil a humanidade que nos cerca. Fazei que compreendamos as dificuldades como um mistério a ser contemplado, não reduzido aos meus preconceitos. Que o seu amor de Pai nos envolva para podermos ver o outro como projeto que vai além de nossos prejuízos.

O filho amado


“Este é o meu filho amado, escutai-o” (Mc 9, 7)

Em um mundo de tantos problemas, da irresponsabilidade humana diante da necessidade do outro nos questionamos: há sentido para tudo isso? Há sentido em participar de uma existência cheia de falhas, deficiências e dificuldades?
Jesus, nessa mesma perspectiva, mostra aos seus discípulos o projeto de Deus para o homem. Ele leva consigo aqueles que ele ama, sobe com eles a um lugar retirado o mostra a face do homem querido por Deus: um corpo totalmente puro. A vida humana só tem um sentido se vai nessa direção, uma elevação que nos porta à pureza de corpo e alma.
“Apareceram-lhes Elias e Moisés, conversando com Jesus” (Mc 9, 4). Cristo é a síntese desse projeto. Nele está contida a Lei e os Profetas. Ele é o sinal da plena aliança entre Deus e os homens, aquilo que verdadeiramente nos liga ao nosso Pai do Céu, definindo o caminho para tal percurso. Ele é o produto de todas as profecias, a promessa de redenção humana encontra nele o seu cumprimento.
Os discípulos, porém, estavam confusos diante daquele fato. Queriam permanecer naquele estado de glória, não sabendo que aquilo era apenas a demonstração do fim que todos deveriam chegar. Porém, para que isso ocorresse, era preciso verdadeiramente seguir os seus passos...
“Este é o meu filho amado, escutai-o” (Mc 9, 7). É o próprio Deus quem confirma essa realidade. Cristo é a plenitude da Revelação que contém, em si mesmo, o mistério divino e o projeto salvífico de Deus. Em Jesus, encontramos a síntese do homem ideal, pensado no início da criação, aquele que faz a vontade do Pai.
Porém, tudo isso só faz sentido à luz da ressurreição, à luz do mistério da paixão e morte de Cristo. A transfiguração é a antecipação de um projeto a ser realizado após a páscoa de Jesus, depois do mistério da redenção humana, porém, ela só faz sentido quando tudo é cumprido.
Saibamos entrar da dinâmica da quaresma. Que os exercícios penitenciais que ela nos apresenta nos ajude a modelar e purificar o nosso coração das obras mortas do pecado. Que a cruz que somos chamados a carregar não seja um mal, mas um instrumento de minha conformação ao Cristo. Que por meio dela possamos construir, em nossas vidas, um homem verdadeiramente transfigurado, à imagem e semelhança de Deus.

Sábado da I Semana da Quaresma

Segunda, 05 de fevereiro de 2012

“Sede, portanto, perfeitos, como o vosso Pai celeste é perfeito” (Mt 5, 48)

A lei da perfeição anunciada por Cristo no sermão da montanha não é um discurso que vai além das possibilidades humanas. Pelo contrário, ele afirma e aponta para a sua plenitude. O homem foi criado para poder superar-se a si mesmo, a lei que lhe é dada deve lançá-lo para cima de si mesmo, fazendo-o imagem daquele que é Pleno.
Em um mundo que nega Deus, esquecendo sua centralidade, a ordem de perfeição soa estranho para muitos que são acostumados com um discurso de auto-suficiência. Tornar-se perfeito, é caminhar em uma direção que nos faz superar continuamente a si mesmos, de forma contínua e gradativa. É nunca se acostumar com o que pensamos ter ou ser...
Infundi, Senhor, o espírito de Vosso Filho. Ele que, sendo humano, não perdeu a sua divindade, mas confirmou-a, assumindo em sua pessoa à Vossa vontade. Dai-nos, sempre a coragem de caminharmos nesse percurso e conformar as nossas vidas à Jesus e, como, ele afirmar a divindade que há em nossos corações.

sexta-feira, 2 de março de 2012

Sexta da I Semana da Quaresma

Sexta, 02 de março de 2012

“Se vossa justiça não for maior que a dos escribas e dos fariseus,
não entrareis no Reino dos Céus” (Mt 5, 20).

Jesus vem ao mundo, não para apresentar uma nova lei, mas para dar pleno cumprimento à aliança entre Deus e os homens. Ele não só cumpre, mas é a própria lei em plenitude. Nesse sentido, a justiça querida por Deus não se resume à obediência de regras e limites, mas na realização de seu pleno sentido, unir o homem à Deus.
A verdadeira justiça é dar a cada um aquilo que lhe é direito. A justiça de Deus, apresentada em Cristo no anúncio do Reino é apresentada pelo Senhorio de Deus e a nossa adesão a esse. Cumprir a justiça é aderir a esse Reino e a esse Senhor, colocando-se a serviço do seu projeto, cumprindo sempre a sua vontade.
Fortalecei a nossa vida, ó Senhor, para que sejamos plenos instrumentos de sua justiça. Que são sejamos apenas meros cumpridores de regras, mas portemos à luz o verdadeiro sentido da lei: tornar o homem fiel à aliança iniciada por ti e trazida à plenitude em Cristo, Jesus, vosso Filho único. Que, amando-o, sigamos os seus passos, e seguindo-o cumpramos a Sua vontade última: tornar-nos herdeiros do Reino.

quinta-feira, 1 de março de 2012

Quinta da I Semana da Quaresma

Quinta, 01 de março de 2012

“Pedi e vos será dado! Procurai e encontrareis! Batei e a porta vos será aberta!” (Mt 7, 7)

A compreensão de Deus como Pai é necessária para entender o nosso lugar em relação a ele. Entramos aqui na pedagogia da humildade, colocando-nos aos pés daquele que é a nós superior, que nos dá a vida e todo o necessário para a sua manutenção. Por isso temos fé, damos um voto de confiança àquele que nos dá tudo aquilo que temos necessidade.
A partir disso, corremos o risco de cair em dois extremos: projetar todas as nossas responsabilidades para Deus ou nos colocar como agentes únicos de nosso crescimento humano. Tornar-se filhos é acreditar que as nossas iniciativas estarão sempre subordinadas ao desígnio último de nosso Pai do Céu, sempre conforme o seu projeto salvífico.
Fortalecei, Senhor, a nossa compreensão de filhos. Confiantes em suas promessas, saibamos nos tornar verdadeiros protagonistas de vosso projeto de redenção conforme o vosso Filho Jesus Cristo. Que, animados pelo seu exemplo, possamos crescer na esperança de que no caminho que optamos há alguém que nunca nos decepciona, porque nos ama por quem realmente somos.