quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Quarta da I Semana da Quaresma

Quarta, 29 de fevereiro de 2012

“Nenhum sinal lhe será dado a não ser o de Jonas” (Lc 11, 29)

A busca humana por sinais “extraordinários” de salvação é uma negação do próprio valor humano. Jesus chama à atenção para a história, para a presença de homens que foram verdadeiros instrumentos na salvação do povo. Ele mesmo é o ápice dessa mediação, é na humanidade verdadeiramente abraçada que se chega à redenção.
Olhamos muito para fora porque esquecemos e negamos a riqueza que podemos encontrar dentro de nós mesmos. Não acreditamos no poder de uma humanidade que pode chegar até Deus por meio do Cristo. Desconfiamos na possibilidade de redenção e libertação daquele que realiza, verdadeiramente, a vontade de Deus Pai.
Confirmai, Senhor, a nossa esperança da humanidade. Dai-nos forças para ver o homem como instrumentos vivos de Deus na história. Não deixai que nossas fraquezas nos desanimem nessa busca por santidade, por uma verdadeira comunhão convosco. Que o sinal do Cristo, nos ilumine a abraçar a humanidade e, por ela, chegar à Vida Plena.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Terça da I Semana da Quaresma

Terça, 28 de fevereiro de 2012

“O vosso Pai sabe do que precisardes, antes de vós o pedirdes” (Mt 6, 8)

A oração cristã não se fundamenta em discursos, argumentos ou louvor, mas em um diálogo. Parte de uma interação pessoal, familiar com o Pai do Céu. A postura exigida para tal não pode ser outra que de filhos, ou seja, subordinados, mas em comunhão plena com o nosso genitor. Essa interação gera implicações, pois se estamos diante de um mesmo Pai, estaremos ao lado de outros irmãos.
A oração não é um pedido, uma fórmula mágica com a qual chego a determinados objetivos. Ela deve ser, antes de tudo, uma postura de vida, compreendendo Deus em seu devido lugar, Senhor da Vida e da história, nosso Pai. Com ela, nos é modelado o coração de filhos. Filiação que implica fraternidade, colocando-se ao lado do outro como família, fazendo-o um verdadeiro irmão.
Concedei, Senhor, a graça de vos chamar verdadeiramente de Pai. Que essa filiação faça nascer em nós a bondade de filhos e a força de irmãos. Que a nossa relação seja de comunhão plena, como a de Jesus Cristo. Ele, como verdadeiro e único filho, compreendia bem que o único alimento e riqueza da vida humana era fazer a Sua vontade.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Segunda da I Semana da Quaresma

Segunda, 27 de fevereiro de 2012

“Todas as vezes que fizestes isso a um destes mais pequenos,
que são meus irmãos, foi a mim que o fizestes” (Mt 25, 40)

O que define realmente o homem não são suas ideias ou intenções internas, mas as conseqüências lógicas de suas opções. A fé em Deus perde o seu sentido se não nos lança para um novo olhar ou agir sobre o mundo. Essa é a síntese do julgamento humano a ser realizado por Deus: a capacidade humana de ver no outro o reflexo do mistério do Deus encarnado.
Não é fácil viver em uma estrutura comunitária e fazer parte de sua estrutura orgânica. Compreender-se com diferente e, ao mesmo tempo, imerso em uma relação de interdependência é o foco da vida comum. Para isso precisamos compreender toda pessoa humana como sinal visível da ação divina no mundo, como parte de um movimento ordenador da humanidade, que nos porta sempre à perfeição.
Purificai, Senhor, os nossos olhos para aprender a ver no outro a face do Cristo encarnado. Para que possamos compreender, em suas ações, o cumprimento do projeto de redenção do homem. Esse, cumprido plenamente por Cristo, é atualizado todos os momentos, sob a força do Espírito Santo, em cada pessoa que procura o bem.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Humanidade a caminho


“Completou-se o tempo e o Reino de Deus está próximo” (Mc 1, 15)

Duas dimensões essenciais saltam aos nossos olhos na liturgia dessa primeira semana da Quaresma: Aliança e provação. Deus faz um pacto com a humanidade dando-lhe a vida para todos os que aceitassem tal relação. Essa aliança é realizada plenamente em Cristo. Ele, no deserto, mostra-nos que para encontrar-se verdadeiramente com Deus, precisamos nos purificar.
“De minha parte, vou estabelecer a minha aliança convosco e com vossa descendência” (Gn 9, 9). No livro do Gênesis, vermos uma nova humanidade que é gerada após o dilúvio. Ela é salva da morte porque foi protegida na arca, primeiro sinal da aliança entre Deus e os homens. O lenho que a construía fazia com que aqueles homens andassem sobre o caos da devastação. Eles não estavam isentos do mal, mas, na arca, podiam andar sobre ele.
A imagem do dilúvio é, para nós, a iniciativa de Deus em querer nos purificar do pecado e da morte que lhe é conseqüência. Na primeira carta de Pedro (cf. 1Pd 3, 21), vemos a imagem da água que purifica não o corpo ou o que é exterior ao homem, mas aquilo que lhe é interno. Por essa água, que destrói e cobre toda a superfície da terra, somos também chamados a morrer das impurezas dos nossos erros.
Cristo é a nova Arca. Por meio dele, é retomada e confirmada a aliança realizada por Deus e o seu povo. O período que ele passa no deserto sofrendo as tentações apresenta a pedagogia de um homem novo querido por Deus: um homem livre e senhor de si mesmo. Jesus vence a tentação, sua humanidade, em comunhão com o Pai supera tudo aquilo que prende a humanidade e a desfigura.
Esse é o grande anúncio realizado por Cristo: a aproximação do Reino de Deus. Um reino não mais de coisas, pessoas ou ideias, mas de Deus como Senhor Supremo de nossas vidas. É ele quem nos ensina que a verdadeira lei da liberdade está na imagem do homem que luta para ser senhor de si mesmo, para superar tudo aquilo que o aprisiona e si mesmo ou, quando pior, em realidades inferiores à sua humanidade.
Que esse tempo de Quaresma seja para nós um tempo de encontro. Primeiramente com nossa humanidade, tentando sempre construir um caminho de verdadeira libertação para o nosso corpo e para toda a nossa vida. Que nesse trajeto, possamos realizar o verdadeiro Reinado de nossa humanidade, tendo Deus por nosso único e verdadeiro Soberano.

Sábado depois de Cinzas

Domingo, 26 de fevereiro de 2012

“E deixando tudo, levantou-se e seguiu-o” (Lc 5, 28)

O caminho quaresmal, que estamos para iniciar, nos coloca no lugar de homens que realmente precisam da graça de Deus. Somos pó, temos necessidades, somos homens que buscamos sempre algo para nos preencher. Cristo, sempre está a nos chamar: “Segue-me”. Porém, para que isso se realize é preciso deixar tudo.
O grande anúncio de Jesus ao Reino é a proclamação do Senhorio de Deus em nossa humanidade. Entretanto, para que isso se realize de fato precisamos deixar de lado tudo que para nós é absoluto. Devemos assumir as rédeas de nossa história e saber direcioná-la para o seu fim definitivo.
Dai-nos, Senhor, a luz necessária para compreender que só Tu és o único Absoluto, o verdadeiro “Tudo” em nossas vidas. Fortalecei a nossa existência para podermos levantar-se de nossos comodismos e aprender a seguir Cristo, único e verdadeiro mestre nessa caminhada rumo à Vida Eterna.

Sexta feira depois de Cinzas

Domingo, 26 de fevereiro de 2012

“Dias virão em que o noivo lhes será tirado, então jejuarão” (Mt 9, 15)

A pedagogia do jejum vai além do sacrifício que lhe é exigido, ele nos aponta para o perene vazio presente no corpo, a contínua necessidade humana de algo que lhe preencha. Esse espaço de falta é infinito e só algo que é Absoluto pode completá-lo. O homem é um ser dependente, a caminhada de sua vida é a busca por esse alimento perene.
Entretanto, muitas vezes buscamos preencher esse vazio com coisas, pessoas, ideias, valores... As decepções, frustrações, equívocos são sinais de que tais coisas não completaram o vazio de nosso “eu faminto”. Só algo que é real e verdadeiramente absoluto pode saciar a nossa fome do eterno.
Preenchei, Senhor, a nossa alma com o Vosso Espírito Santo para que, saciados com as riquezas da tua infinita graça, possamos gozar sempre da verdadeira saciedade. Que nunca esqueçamos que Tu és o único alimento de nossas vidas. Que, por meio de Cristo, sejamos alimentados com o Pão que sacia plenamente uma humanidade faminta de Vida Eterna.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Quinta feira depois de Cinzas

Quinta, 23 de fevereiro de 2012

“Se alguém quer vir após mim, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga” (Lc 9, 23)

Três ações fundamentais são apresentadas por Cristo para aqueles que querem seguir os seus passos. Renúncia, Sacrifício e Perseverança. Renúncia, por saber que estamos diante de um projeto que vai além de nossas compreensões. Essa, implica sacrifício, ou seja, entrega e conformação de nossos planos aos de Deus, dentro de uma caminhada perseverante de fé.
Contra isso, muitas vezes, está o nosso orgulho de querer ser o centro de nossas ações. A renúncia, mais do que negação, representa a afirmação de uma humanidade que não é animal, que se esvazia quando se entrega aos instintos, perdendo, assim, o seu sentido de ser. Tomar a cruz implica abraçar a realidade que nos envolve, nunca querer fugir das dificuldades, buscando outros mundos para refugiar-se.
Fortalecei, Senhor, a nossa alma, a nossa inteligência e a nossa vontade, para que todo o nosso corpo seja conformado ao de Cristo, vosso amado Filho. Que no espírito da Cruz, nossa vida seja levada à sério, um constante caminhar rumo ao calvário da realidade que nos forma e amadurece, para que essa possa frutificar, fazendo-nos gozar, um dia, da alegria eterna.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Quarta feira de Cinzas

Quarta, 22 de fevereiro de 2012

“Não pratiqueis a vossa justiça na frente dos outros, só para serem notados”(Mt 6, 1)

As indicações de caridade, jejum e oração propostas por Cristo vão associadas do seu verdadeiro sentido. Tais ações configuram a vontade de Deus para o homem, ou seja, apresenta o homem querido por Deus. Esse, como tal, deve compreender Deus como Deus, fazer tudo em direção a Ele, como ponto de partida e convergência. A ação, quando feita para agradar os homens perde o seu sentido último.
A quarta feira de cinzas nos coloca como pó, poeira que, sem o sopro de Deus perde o seu sentido de ser. Devemos ser preenchidos por Deus, por sua graça que nos modela e nos torna a sua Imagem. Porém, tudo isso só se realiza se nos colocamos em nosso devido lugar, em relação com Deus, como o próximo e com nós mesmos. Viver em função dos outros é esquecer-se de si mesmo e negar a semelhança temos com Deus Pai, Princípio e Fim de tudo.
Fazei vir sobre nós, Senhor, o Espírito Santo para que, modelados segundo a Sua vontade, possamos participar da dignidade de Filhos de Deus. Dai-nos a força necessária para construir em nossos corpos a imagem de Jesus Cristo, ele que soube assumir integralmente a filiação divina, fazendo a Sua vontade e tornando-se, verdadeiramente, Luz para todos os homens.

Terça da VII Semana do Tempo Comum

Quarta, 22 de fevereiro de 2012
“Se alguém quer ser o primeiro, seja o último de todos, aquele que serve a todos” (Mc 9, 35)

O anúncio da Paixão feito por Cristo apresenta a característica fundamental de sua missão. Essa doação de sua vida se faz entrega por que ele tem consciência que sua morte é parte do projeto salvífico de Deus. Ele traça para nós um caminho a ser seguido: a entrega de uma vida por amor à humanidade.
Palavras como serviço, entrega, sacrifício vão aos poucos sendo esquecidas em nossa cultura. A centralidade do “eu” impõe-se como referência nas nossas relações. Esquecemos que o homem é criado com um desígnio particular: cumprir a vontade de Deus. Esse fim é cumprido plenamente em Cristo, rosto que revela Deus e seu mistério.
Modele-nos, Senhor, à imagem do Vosso Filho, Jesus Cristo. Ele, como figura que revela o seu projeto salvífico, nos ensina que o caminho da humanidade não é o de fazer a própria vontade, mas o de tornar-se filhos de Deus. Que o objetivo de nossa esteja centrado na entrega de nossa própria vida à redenção humana.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Segunda da VII Semana do Tempo Comum

Segunda, 20 de fevereiro de 2012

“Essa espécie de demônio só pode ser expulsa por meio de oração” (Mc 9, 29)

Jesus é aquele que, por meio de sua Palavra expulsa todos os males de nossa vida. Aquele jovem possuía um espírito que o tornava mudo, que desfigurava todas as suas intenções e ações. Só por meio de uma verdadeira oração é que esse espírito pode ser expulso. Só por meio da fé em Deus e em sua Palavra Viva é que aquele é que se é capaz de voltar a manter uma real comunicação com os seus.
Quantos espíritos nos emudecem diante da realidade em que vivemos? Quantos nos desfiguram, destorcem as nossas intenções e nos colocam e realidades de morte? O mal só entra em nossa vida por que dialogamos com ele. E porque isso acontece nos tornamos mudos para o resto de tudo. Paramos de comunicar com a fonte de nossa vida, com aquele que deveria ser a nossa única força.
Aprendamos a fortalecer o nosso diálogo vivo com aquele que nos dá a vida. Fujamos de todos os possíveis diálogos com o maligno. Esse, com sua astúcia, sempre nos emudece. Aprendamos a manter, por meio da oração, uma relação íntima com Deus Pai. Como princípio e fim de toda a nossa vida, Ele nos ajuda a levantar depois de toda queda e a caminhar, mesmo com as nossas fraquezas.

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Um novo olhar


Levanta-te, pega a tua maca e vai para casa (Mc 2, 11)

No Evangelho Cristo, cura o paralítico por meio de sua fé. Ele exerce o seu poder divino de reconstituir todo aquele que busca uma vida nova, não se elevando sobre os outros, mas baixando-se até o centro da própria humanidade. Essa cura, entretanto, ocorre primeiro no interior de um homem ferido pelo pecado. Só depois ela se entende, só em comunhão plena com Deus, o homem pode voltar ao convívio verdadeiro consigo e com o próximo.
Deus é aquele que tem o poder de restaurar uma humanidade ferida e marcada pelo pecado e pelas dores que lhe são conseqüências. “Não deveis ficar lembrando as coisas de outrora, nem é preciso ter saudades das coisas do passado. Eu sou aquele que apaga as tuas maldades, por causa de mim mesmo, de teus pecados nunca mais me lembrarei” (Is 43, 18.25). O homem novo é aquele que lança o seu olhar para frente, para o futuro. Ele, em pé, toma consciência de suas limitações, sabe que elas caminha consigo, mas não se esquece de prosseguir o seu percurso.
São Paulo nos apresenta Cristo como “sim” do Pai (cf. 2Cor 1,19). Jesus é a afirmação do projeto de Deus iniciado na criação do mundo. Sendo o homem o centro daquele ato divino, a restauração da humanidade é o ápice da Encarnação. Ao pronunciar o seu Verbo no mundo, Deus Pai reafirma o valor da humanidade, não obstante as suas limitações. É por meio dele que nós pronunciamos o nosso “amém”. Confirmamos a nossa vida nesse caminho de encontro consigo mesmo, por meio de uma humanidade em conformidade com o plano divino, ou seja, a caminho da santidade.
Ouçamos a voz de Cristo que restaura, com o poder de sua Palavra, a humanidade que se fere e se deforma com o mal assumido. Essa cura não anula o mal em nossas vidas. Pelo contrário, nos ensina a “pegá-lo” com as mãos, carregá-lo, não deixando que ele nos domine. A partir disso, ele nos ensina a voltar para o convívio daqueles que nos amas, nos torna dignos de habitar na casa do Pai.
Maria é a grande colaboradora na obra da redenção humana. O seu “sim”, tornou presente e real o “Sim” de Deus Pai. Só a partir desse encontro, é que a humanidade pode olhar para si mesma com um novo olhar. Só assim, podemos dar, verdadeiramente, o nosso “amém”. Acreditando que é possível ver, com o olhar de Cristo um novo homem.

Sábado da VI Semana do Tempo Comum

Domingo, 19 de fevereiro de 2012

“Este é o meu Filho amado, escutai-o” (Mc 9, 7)

Na transfiguração, Jesus mostra aos seus discípulos a verdadeira face do Filho de Deus. Ao ser visto com Moisés e Elias, ele apresenta-se como cumprimento da Lei e dos profetas, nele está resumido tudo aquilo que foi prometido. Esse projeto é confirmado por Deus Pai que, no Filho, realiza o seu plano de Salvação.
Ao transfigurar-se diante dos seus, Jesus mostra a verdadeira face do homem: uma face limpa, livre de qualquer mancha. Pureza que reflete a luz de Deus. Essa, irradia o projeto de uma humanidade criada para ser imagem e semelhança de Deus, mas que pelos seus pecados, se sujam na lama de um “eu” que busca sempre as próprias vontades.
Dai-nos, Senhor, um espírito fortalecido com a vossa graça. Para que, livres de todos os perigos, possamos buscar a pureza espiritual que nos torna verdadeiros filhos da luz. Realizai em nós o mesmo projeto que fizestes em Cristo Jesus e que, pela força do Espírito Santo, possamos participar, um dia da grande alegria eterna.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Sexta da VI Semana do Tempo Comum

Sexta, 17 de fevereiro de 2012

“Que adianta alguém ganhar o mundo inteiro se perde a própria vida?” (Mc 8, 36)

A implicação lógica daquele que compreende Jesus como Cristo é segui-lo. Se acreditamos que Deus fala e sua palavra é resumida no Verbo Encarnado, nosso movimento não pode ser outro que aceitar integralmente essa Proposta. Por ser Deus o autor desse ato, e porque ele, sendo tal, não pode contradizer-se a si mesmo, seu chamado só pode levar à Vida.
Entretanto, nos enganamos quando pensamos que a salvação que buscamos é resultado de nossas próprias forças. Cristo nos ensina que a nossa vida encontra o seu verdadeiro sentido na entrega, no doar-se em amor àquele que necessita. No compreender que a nossa existência é humana, é mais real do que imaginamos, é para dar-lhe um sentido é preciso abraçá-la com tudo o que a constitui.
 Fortalecei, Senhor, a nossa vontade, iluminai a nossa razão e corrigi os nossos sentidos, para que todo o nosso corpo seja instrumento de teu projeto salvífico. Que possamos real e concretamente abraçar a cruz de nossa vida e portá-la, com Cristo, rumo ao calvário que redime por que mostra ao mundo a verdadeira face humana: de braços abertos para a verdadeira vida.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Quinta da VI Semana do Tempo Comum

Quinta, 16 de fevereiro de 2012

“E vós, quem dizeis que eu sou?” (Mc 8, 29)

O texto nos apresenta a confissão de fé de Pedro e as conseqüências lógicas dessa compreensão. Entender Jesus como Messias, como o ungido e enviado do Senhor, é entendê-lo na dinâmica da Revelação de Deus. Em Cristo, Deus revela a si mesmo, em seu Mistério e em seu projeto de salvação da humanidade. Essa é salva segundo o mistério da cruz, por meio de uma vida entregue por amor à humanidade.
Porém, a pergunta de Jesus ressoa em nossos ouvidos: Quem dizemos ser Jesus? Um grande herói da história? Um símbolo de minha cultura? Um amuleto para os dias que eu preciso? Compreender que Jesus é o Cristo, o prometido pelo Pai, exige que assumamos as implicações que essa opção provoca: serviço, sofrimento, entrega, morte, mas, acima de tudo, a glória de uma vida que ganha o seu pleno sentido.
Inspirai-os, ó Deus, e fazei-nos andar atrás do Cristo. Ele, que revela à humanidade os Seus pensamentos, também nos direciona ao seu projeto: uma humanidade redenta. Que tenhamos a força necessária para rejeitar tudo aquilo que não é digno dessa proposta e abraçar aquele que é Caminho, de Verdade, que nos dá Vida.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Quarta da VI Semana do Tempo Comum

Quarta, 15 de fevereiro de 2012
“Ele podia ver tudo nitidamente e de longe” (Mc 8, 25)

A cegueira daquele homem fazia com que outros o guiassem, ele não era independente não era livre para construir os próprios caminhos. Jesus mostra que para poder compreender bem a realidade que nos envolve, às vezes é preciso distanciar-se dela, quebrar com as barreiras que construímos e ver, de longe, todo o conjunto. Essa quebra se faz amolecendo a solidez dos nossos preconceitos, na compreensão de que somos feitos do mesmo barro.
Quantas vezes nos sentimos perdidos dentro de determinadas estruturas, sem saber o que fazer ou para onde ir, perdemos o sentido de nossa caminhada e não compreendemos mais a realidade que nos envolve. Jesus nos mostra que precisamos, muitas vezes, nos distanciar para compreender aquilo que por um tempo não entendemos. Precisamos aprender a conhecer o contexto em que estamos inseridos, compreender a nossa própria identidade.
Fazei, Pai do Céu, que sintamos esse mesmo toque de Jesus nos nossos olhos. Que possamos nos compreender como homens, limitados, mas desejosos da graça de Deus. Que saibamos nos distanciar de tudo aquilo que nos perturba, não para fugir, mas para compreender melhor, de longe, o seu conjunto e as relações que estão nele presentes. Entendamos, antes de tudo, que isso é um processo, em direção àquela visão plena de Deus.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Terça da VI Semana do Tempo Comum

Terça, 14 de fevereiro de 2012

“Tinham apenas um pão consigo no barco” (Mc 8, 14)

Os discípulos estavam com os corações endurecidos por que não reconheciam Jesus como o seu Verdadeiro alimento. Pão, não mais construído por mãos humanas, mas dado por Deus. E qual era esse único pão que eles possuíam no barco? O mesmo que alimentaria os homens de todas as nações (“doze”) e de todos os tempos (“sete”).
Como é difícil em nossa caminhada reconhecer Jesus como nosso Verdadeiro alimento. Difícil por que acreditamos mais em nossas forças do que no poder de Deus. Buscamos as nossas seguranças, forças e habilidades, deixado de compreender Deus como Pai Providente.
Dai-nos, o Deus, um coração manso e humilde, como o de Vosso Filho Jesus Cristo, para podermos compreender que somente o Senhor pode nos dar o verdadeiro alimento para as nossas vidas. Que as nossas forças sejam o meio, e não o fim, de nossa caminhada rumo à Felicidade Eterna.

Segunda da VI Semana do Tempo Comum

Terça, 14 de fevereiro de 2012

“Por que esta geração pede um sinal?” (Mc 8, 12)

O grande escândalo causado por Cristo aos judeus estava no fato de ele se declarar filho de Deus. Segundo as categorias de fé daquele povo, seria inconcebível para um homem considerar-se divino. Eles pediam um sinal do céu por que ainda esperavam a manifestação sobrenatural de Deus. Eles não compreendiam – e ainda não compreendem – que Cristo era esse sinal, prometido e realizado por Deus, o de uma humanidade redimida.
Queremos sinais e buscamos ainda outras realidades porque somos duros de coração. Não compreendemos que Jesus revela o Pai, seu mistério e seu plano de salvação. E, mais do que isso, não compreendemos que somos dignos de chegar até Deus, mesmo com nossa humanidade ferida e marcada pelo pecado. A Encarnação do Verbo reafirma essa possibilidade.
Fazei nascer em nós, Senhor, a sabedoria do Cristo, Verbo Eterno feito homem. Que a sua vida, as suas obras e o seu sacrifício façam crescer em nós a força necessária de buscar a santidade de nossa vida. Grandeza de alma que não se faz pelas nossas forças, mas na imitação de sua Imagem Humana.

O grande encontro


“Eu quero, fica purificado” (Mc 1, 41)

O encontro de Jesus com o leproso sintetiza e projeta a proposta de salvação revelada na encarnação do Verbo. Diante do pecado que deforma, isola e exclui o homem, Cristo aproxima-se dessa humanidade ferida, desfaz essa prisão, toca a humanidade e a restaura, colocando-a novamente no caminho de Salvação.
Ao homem, criado à imagem de Deus, é dada a liberdade para confirmar ou negar essa semelhança. O pecado que o distancia da comunhão com Deus é também uma deformação dessa mesma identificação com o Divino. Deformados, nos distanciamos da comunhão dos filhos de Deus, acabando por nos isolar em nosso próprio mundo, vontades e valores.
Essa exclusão da família de Deus, não apresenta apenas uma opção por outro caminho, mas a deformação da nossa própria identidade. Negar a filiação divina, é negar a nossa própria essência, é perder o sentido para o qual fomos criados. Esquecendo essa realidade, estaremos também deixando de lado o sentido de nossa própria Vida.
Se vemos, de um lado, uma humanidade que se distancia da divindade, vemos por outro, Deus que não deixa de cumprir a sua promessa de salvação. A encarnação é essa iniciativa de Deus de renovar o homem que se fecha em si mesmo.
Aquele homem não busca Jesus por um milagre, mas realiza dois grandes movimentos: reconhece a grandeza de sua doença e a divindade de Cristo, capaz de restaurá-lo plenamente. Cristo, na autoridade de sua divindade, toca essa humanidade ferida e a restaura. Tocando, ele reafirma o valor do homem que continua a imagem de Deus, mesmo marcado pelos seus erros. Restaura, pelo fato de reinserir o homem na dignidade de filhos de Deus, Pai misericordioso, que perdoa todo aquele que a Ele retorna.
São Paulo reafirma a nossa dignidade e apresenta o projeto humano: “Não sejais motivo de tropeço para ninguém [...] como também eu me esforço por agradar em tudo a todos, buscando não o que é vantajoso para mim, mas o que é vantajoso para o maior número de pessoas, a fim de que sejam salvas” (1Cor 10,32s). Somos instrumentos de Deus no meio dos homens.

Maria é aquela que reconhece a grandeza de Deus e coloca-se em seu devido lugar, criatura, serva e instrumento. Feita a imagem de Deus, ela reconhece que a sua vida deve estar em comunhão plena com o seu Senhor, que usa de nossas vidas para cumprir o seu Plano.

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Sábado da V Semana do Tempo Comum

Sábado, 11 de fevereiro de 2012

“Sinto compaixão desta multidão” (Mc 8, 2)

Jesus sente compaixão da multidão. Ele sabe que o homem tem fome de algo que o mundo não oferece ou, se oferece, não é capaz de saciar de forma plena. Jesus sacia o homem com o poder de sua Palavra, de sua oração, com o poder de sua ordem. O pão que ele oferece não é qualquer alimento, mas fruto de um gesto humano de amor e solidariedade.
Nós temos uma fome, um vazio tão grande que só pode ser preenchido por Deus. Se tentarmos colocar outra coisa no lugar, mais cedo ou mais tarde sentiremos fome. A questão que podemos nos colocar é: com o que estamos preenchendo o nosso vazio? Coisas, pessoas, ideias pessoais? Estamos mesmo tentando colocar Deus em seu lugar?
Dai-nos, Senhor, coragem para poder limpar o nosso “eu” de tudo aquilo que ocupa o lugar que é teu. Que nós tenhamos a humildade necessária de esvaziarmo-nos de nossas “riquezas”, e nos deixar ser alimentados por este pão que alimenta o corpo e preenche a alma de tudo e somente aquilo que ela necessita: Deus.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Sexta da V Semana do Tempo Comum

Sexta, 10 de fevereiro de 2012

“Ele faz os surdos ouvirem e os mudos falarem” (Mc 7, 37)

Cristo é Palavra Deus que dá voz e significado ao projeto de salvação humana. O pecado faz com que o homem fique surdo á realidade que o chama, não ouça as verdadeiras e reais necessidades para as quais ele é chamado. Faz também com que ele emudeça, silencie e não pronuncie nenhuma palavra diante de uma cultura de muitas vozes.
É Cristo quem pronuncia a ordem: “Abre-te”. Sua Palavra pronuncia um conhecimento e uma força que dele emana, uma Verdade que nos lança para uma Vida Nova, em Deus. Em Jesus, o mundo ganha um novo sentido para mim, posso ouvir as suas exigências e agir sobre ele de forma eficaz.
Fortalecei, Senhor, a nossa Vida, a fim de que ela se torne real instrumento de seu projeto de vida para o mundo. Que tenhamos a coragem de levar ao mundo essa única e definitiva Palavra de Deus, pronunciada de uma vez por todas em Jesus Cristo. Que a compreensão do mundo nos torne homens novos, mais humanos, mais santos...

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Quinta da V Semana do Tempo Comum

Quinta, 9 de fevereiro de 2012

“Também os cachorrinhos, debaixo da mesa,
comem as migalhas que os filhos deixam cair” (Mc 7, 28)

A graça de Deus não é em vão. Ela, quando dada, não deixa de cumprir o seu efeito desejado. E se aqueles a quem ela é destinada não a aceitam e a abraçam com humildade e abertura de espírito ela irá para outra pessoa que tenha essas disposições. Como bênção, ela vai produzir os frutos necessários, alimentando a vida de quem a recebe.
Quantas oportunidades nós recebemos de estar em comunhão com Deus? Quantas graças nos são oferecidas cotidianamente? Porém, quantas vezes estamos dispostos a recebê-las? Quantas vezes abrimos a nossa inteligência e o nosso coração para receber a Palavra de Deus e gozar dos frutos que ela realiza? Uma certeza devemos ter, se nós não a aceitamos, ela será dada a outros que, aceitando-a, obterão a sua eficácia e força.
Dai-nos, Senhor, a graça de perceber, em todos os momentos de nossa vida, a sua Palavra que nos é transmitida, Palavra que contém a Verdade de seu projeto Salvífico. Pela força do Cristo, Palavra que Revela e Salva, possamos caminhar ao encontro dessa redenção humana que ocorre no tempo e na vida diária.

Quarta da V Semana do Tempo Comum

Quinta, 9 de fevereiro de 2012

“O que sai da pessoa é que a torna impura” (Mc 7,20)

A impureza das coisas não está em si mesma, mas no modo como as utilizamos. É por meio de uma errada apropriação da realidade que o homem torna as coisas impuras ou torna real o pecado. Riqueza, sexualidade, racionalidade... nada disso é mau por si só, mas quando utilizados de forma desviada do seu projeto verdadeiro, desfiguram a realidade humana.
É muito fácil, julgar coisas e pessoas pelo que elas são ou fazem, porém, é muito mais complicado saber que eu estou imerso em uma realidade e que ela é fruto do meu olhar e do meu modo de me apropriar e compreender as coisas. Eu sou muito mais responsável pelo mundo que me envolve do que imagino, a questão é entender isso...
Fazei-nos, Senhor, mais responsáveis pelo mundo ao nosso redor. Que os bens e os dons que Tu nos ofereces nos sirvam para nos tornar cada vez mais instrumentos desse projeto de Salvação iniciado por sua bondade paterna. Que possamos nos tornar santificadores de uma realidade em um mundo marcado pela quantificação e qualificação de coisas e pessoas.

Terça da V Semana do Tempo Comum

Terça, 7 de fevereiro de 2012

“Vós abandonais o mandamento de Deus e vos apegais à tradição humana” (Mc 7, 8)

Jesus, que cumpre a promessa do Pai realizada na história da salvação, é a plenitude da Lei. Nele estão sintetizados todos os preceitos e a sua possibilidade de cumprimento. É na humanidade que essa lei ganha sentido, não para escravizá-la, mas para dar-lhe vida plena em comunhão com Deus, autor da Lei.
O nosso apego a lei corre o risco de ser transformado em mecanismo de controle que sufoca a liberdade humana e, mais do que isso, que nega a dinamicidade de Deus, presente na história. Se o bem humano é o fim da lei, uma regra que escraviza e nega a própria humanidade não cumpre a sua natureza, logo, se contradiz.
Olhemos para Deus, autor e causa primeira da Lei. Ele é quem pronuncia essa aliança com os homens por meio do Seu Filho Jesus, plenitude da Lei. Por ele, com a força do Espírito Santo, podemos realizar e entrar em comunhão definitiva com o Pai, que não quer nada mais do que nossa Vida em plena união com Ele.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Segunda da V Semana do Tempo Comum

Segunda, 6 de fevereiro de 2012

“E todos os que o tocavam ficavam curados” (Mc 1, 56)

Como compreender essa eficácia de Cristo que salva os que dele se aproximam? Como Pala de Deus ele é Verbo de Vida, de fato, Palavra de Salvação. Ele Comunica a vontade do Pai que é que todos se salvem e cheguem a plenitude da Verdade.
Jesus nos ensina a pedagogia de uma vida em serviço, se entrega aos outros e de comunicação da grandeza de Deus. Contrário ao que o mundo nos ensina. Querem colocar o homem em um centro que não lhe pertence, querem colocar os seus atos como ápice de uma verdade por nós construída.
Aprendamos a entrar na “instrumentalidade” de uma vida a serviço. Como Cristo que, de Deus, se fez servo dos homens, façamos de nossa vida pontes entre os homens e Deus. Saibamos ser reflexos do grande e amoroso gesto criador de Deus.

Instrumentos de Vida


“Foi para isso que eu vim...” (Mc 1, 38)

Jesus Cristo é a Palavra revelada pelo Pai. Essa Revelação ocorre por que Deus quer realizar o seu plano de Salvação para os homens. Esse gesto quebra e justifica as conseqüências do nosso pecado, que é, acima de tudo, uma negação à Deus. Essa pedagogia da revelação nos ensina que não somos os autores de nossa salvação. Somos colaboradores, instrumentos de uma vida nova.
O orgulho humano é um movimento de negação de uma autoridade ou uma palavra externa em relação a nós. Julgamo-nos portadores da verdade. Quem possui pensamentos contrários aos nossos, sempre está errado. Nas palavras do sábio cantor, Chico Buarque: “Narciso acha feio o que não é espelho”.
Cristo, no evangelho assume a sua figura sacerdotal. Ele é instrumento de uma salvação que provém do Pai. Ele não vem para ser o centro das atenções, e foge quando isso lhe é oferecido. “Vamos a outros lugares, nas aldeias das redondezas, afim de que, lá também, eu proclame a Boa Nova. Pois foi para isso que eu vim” (Mc 1, 38). Sua comunhão é com o Pai do Céu, que lhe deu a Missão de mostrar ao mundo a notícia da presença do Reino de Deus.
Porém, só poderemos compreender essa realidade se nos fizermos pontes para Deus, se aprendemos a entrar na “instrumentalidade” da nossa humanidade que deve ser reflexo do ato criador. Essa pedagogia foi compreendida por Jó. “Lembra-te de que minha vida é apenas vento” (Jó 7, 7). No sofrimento de sua vida, ele soube compreender a limitação da humanidade, de quanto ela era frágil para querer ser orgulhosa diante de Deus.
Movimento positivo é o realizado por São Paulo: “Assim, livre em relação a todos, eu me tornei servo de todos” (1 Cor 9, 19). O anúncio do Evangelho, para ele, era fruto de uma liberdade, uma obrigação que ele mesmo se impunha, pois sabia que individualmente, não seria capaz de construir uma Palavra de Vida. Ele se fez ponte e anunciava a salvação que vem do Alto.
Diante de uma humanidade prepotente em seu conhecimento, no grande poderio econômico ou em sua tecnologia super-avançada, olhemos para Maria. No silêncio de sua vida e na simplicidade de sua entrega, ela se fez instrumento, ponte no mistério salvífico de Deus. Não por meio de suas obras, mas por que soube se fazer instrumento de e para uma Vida Plena.

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Sábado da IV Semana do Tempo Comum

Sábado, 4 de fevereiro de 2012

“Jesus viu uma grande multidão e encheu-se de compaixão por eles” (Mc 6, 34)

Jesus, Palavra Viva do Pai, vem ao mundo estabelecer conosco uma comunicação pessoal. A encarnação do Verbo significa um interesse de Deus por nós, interesse que deseja aproximar-se de nossas faltas e transformá-las. Essa compaixão, mais do que “pena”, significa que Deus sabe e sente conosco as nossas misérias.
Movimento contrário ao que fazemos muitas vezes. Queremos superar as nossas deficiências indo além de nossas realidades, do que realmente somos. Nesse movimento, acabamos por nos desencontrar daquele que vem até nós, que é um conosco.
Realizemos esse encontro, abracemos esse Deus que vem até a nossa humanidade e sente com ela as dores da vida. Não nos esqueçamos do mistério da cruz, ele é o abraçar a uma humanidade decadente, o sofrer por ela e o instrumento de salvação. Aprendamos, com Jesus, a tocar a nossa humanidade e, com ela, crescermos na e com a Palavra de Deus.

Sexta da IV Semana do Tempo Comum

Sábado, 4 de fevereiro de 2012

“Esse João, que eu mandei decapitar, ressuscitou” (Mc 6, 16)

A Palavra que é pronunciada por Deus não vem ao mundo sem causar o seu efeito desejado. João, como anunciado da vinda do Messias era também, portador de uma grande mensagem: Deus está no meio de nós. Essa presença é realidade de justiça por que vem ao mundo salvar uma humanidade em pecado.
Querendo nós ou não, essa Palavra vem ao mundo e cumpre o seu desígnio. Se nós não a aceitamos, outros a aceitarão e terão a Vida Eterna que ela porta. Em Jesus, João Batista vive, porque a Palavra que ele anunciou se cumpre definitivamente. Em Cristo, toda a história da revelação se plenifica, ganha sentido definitivo.
Não deixemos que essa promessa escape de nossas mãos. Uma Palavra nos é dada, não deixemos que ela passe por nós e não gere o fruto querido. Somos chamados à uma missão: ser imagem do Cristo. Não esqueçamos essa imagem se desfigure, mas lutemos para que ela resplandeça aos homens.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Apresentação do Senhor

Quinta, 02 de fevereiro de 2012

“Os meus olhos viram a tua salvação” (Lc 2, 30)

O que viu Simeão que converteu e o fez compreender a salvação do povo que esperava um libertador? O que um homem que esperava há tantos anos viu em uma família que estava para apresentar o seu filho no tempo?
De fato, a promessa feita em Davi se cumpre: Um homem segundo o coração de Deus. Um homem que não vence pela força da espada ou das capacidades humanas, que não liberta pela capacidade política ou de bens. Ele salva por que se colora como instrumento de Deus, sua aparência frágil mostra que Deus não precisa de nossas forças para cumprir o seu Projeto.
A salvação vista por Simeão estava naquela criança. Era na esperança de uma vida que se despontava para o futuro que iniciava a redenção. Era por meio da simplicidade de um gesto que a salvação entrava no templo e, do templo, irradiava para todos aqueles que o buscassem. Saibamos nos colocar como Maria e José, e oferecer a Deus o grande tesouro que possuímos, que é a nossa vida, como instrumentos de seu plano.