quarta-feira, 24 de agosto de 2016

“Vem ver”

Quarta feira da XXI Semana do Tempo Comum
24 de agosto de 2016

Evangelho segundo João (1,45-51)

45Filipe encontrou-se com Natanael e lhe disse: “Encontramos aquele de quem Moisés escreveu na Lei, e também os profetas: Jesus de Nazaré, o filho de José”. 46Natanael disse: “De Nazaré pode sair coisa boa?” Filipe respondeu: “Vem ver!” 47Jesus viu Natanael que vinha para ele e comentou: “Aí vem um israelita de verdade, um homem sem falsidade”. 48Natanael perguntou: “De onde me conheces?” Jesus respondeu: “Antes que Filipe te chamasse, enquanto estavas debaixo da figueira, eu te vi”. 49Natanael respondeu: “Rabi, tu és o Filho de Deus, tu és o Rei de Israel”. 50Jesus disse: “Tu crês porque te disse: Eu te vi debaixo da figueira? Coisas maiores que esta verás!” 51E Jesus continuou: “Em verdade, em verdade eu vos digo: Vereis o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem”.

“Vem ver”

Sabemos dialogar? Sabemos ouvir?
 
A caminho do Apóstolo é iniciado pelo encontro com o Senhor. Todo encontro se fundamenta no diálogo. Todo diálogo exige que aprendamos a falar e a silenciar. No silêncio, conhecemos mais o outro e a nós mesmos. Nesse silêncio, caminhamos para nosso interior.
Só aprende a falar aquele que sabe ouvir. Temos dificuldades de nos conhecer porque ainda não sabemos silenciar. Nessa Palavra conhecemos a nós mesmos, em nossas luzes e sombras. Somente quando nos conhecemos podemos realizar um caminho exterior.
Poderemos ser enviados para anunciar a Palavra de Deus somente se formos capazes de sair de nós mesmos, de nos conhecer. No silêncio do nosso coração deixamos Deus ser Deus em nossas vidas. Escutando mais Aquele que fala, aprenderemos mais sobre nós mesmos...
 
O que precisamos calar em nossas vidas?
A quem precisamos ouvir?

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

“O segundo é semelhante a esse”

Sexta feira da XX Semana do Tempo Comum
19 de agosto de 2016

Evangelho segundo Mateus (22,34-40)

Naquele tempo, 34os fariseus ouviram dizer que Jesus tinha feito calar os saduceus. Então eles se reuniram em grupo, 35e um deles perguntou a Jesus, para experimentá-lo: 36“Mestre, qual é o maior mandamento da Lei?” 37Jesus respondeu: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento!’ 38Esse é o maior e o primeiro mandamento. 39O segundo é semelhante a esse: ‘Amarás ao teu próximo como a ti mesmo’. 40Toda a Lei e os profetas dependem desses dois mandamentos”.
 
“O segundo é semelhante a esse”

Qual principal veste para a comunhão com Deus?

Essa veste deve nos aproximar do Noivo, o Filho do Rei. Essa é certamente o coração de Filho. Somente revestidos do coração de filhos podemos nos sentir amados por Deus Pai e, consequentemente amar o próximo como um irmão.
A novidade do Evangelho está nessa relação. Para a Amar a Deus e ao próximo precisamos desse coração de Filho. Sem ele, vamos aos extremos: ou perdemos o princípio de um amor concreto ou a praticidade de uma caridade divina.
Revestidos desse coração do Filho, aprendemos que o amor não é uma obrigação nem um dever, mas resposta daquilo que já recebemos, de forma livre e abundante. Ele se torna, não um compromisso, mas um estilo de vida. A vida dos filhos de Deus.

Quais vestes precisamos retirar em nossa vida?
Quais sentimentos de um Filho precisamos aprender?

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

“Assim, os últimos serão os primeiros...”

Quarta feira da XX Semana do Tempo Comum
17 de agosto de 2016
Evangelho segundo Mateus (20,1-16)
 Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos esta parábola: 1“O Reino dos Céus é como a história do patrão que saiu de madrugada para contratar trabalhadores para a sua vinha. 2Combinou com os trabalhadores uma moeda de prata por dia, e os mandou para a vinha. 3Às nove horas da manhã, o patrão saiu de novo, viu outros que estavam na praça, desocupados, 4e lhes disse: ‘Ide também vós para a minha vinha! E eu vos pagarei o que for justo’. 5E eles foram. O patrão saiu de novo ao meio-dia e às três horas da tarde, e fez a mesma coisa. 6Saindo outra vez pelas cinco horas da tarde, encontrou outros que estavam na praça, e lhes disse: ‘Por que estais aí o dia inteiro desocupados?’ 7Eles responderam: ‘Porque ninguém nos contratou’. O patrão lhes disse: ‘Ide vós também para a minha vinha’. 8Quando chegou a tarde, o patrão disse ao administrador: ‘Chama os trabalhadores e paga-lhes uma diária a todos, começando pelos últimos até os primeiros!’ 9Vieram os que tinham sido contratados às cinco da tarde e cada um recebeu uma moeda de prata. 10Em seguida vieram os que foram contratados primeiro, e pensavam que iam receber mais. Porém, cada um deles recebeu uma moeda de prata. 11Ao receberem o pagamento, começaram a resmungar contra o patrão: 12‘Estes últimos trabalharam uma hora só, e tu os igualaste a nós, que suportamos o cansaço e o calor o dia inteiro’.13Então o patrão disse a um deles: ‘Amigo, eu não fui injusto contigo. Não combinamos uma moeda de prata? 14Toma o que é teu e volta para casa! Eu quero dar a este que foi contratado por último o mesmo que dei a ti. 15Por acaso não tenho o direito de fazer o que quero com aquilo que me pertence? Ou estás com inveja, porque estou sendo bom?’ 16aAssim, os últimos serão os primeiros, e os primeiros serão os últimos”.
“Assim, os últimos serão os primeiros...”
A lógica de Deus é diversa da nossa. Deus nos ama porque ele é bom, não porque nós merecemos. Porque temos necessidade do seu amor, não porque Ele deve nos amar. Sendo o seu amor por nós livre e gratuito, somos chamados a viver essa mesma gratuidade.
Esse amor nos une porque revela em nós aquilo que temos em comum: somos filhos amados. Se somos filhos de um mesmo Pai, somos irmãos. Essa identidade nos impulsiona a viver uma relação de amor generoso, não competitivo.
O amor de Deus por nós nos basta. Ele nos faz descobrir a nossa verdadeira essência e riqueza. Essa, quanto mais dividida, mais aumenta. A sua partilha nos torna mais ricos. Esse é um caminho que não pode ser compreendido, mas experimentado...

quarta-feira, 10 de agosto de 2016

“... se morre, então produz muito fruto”

Festa de São Lourenço, Mártir
10 de agosto de 2016

Evangelho de João (12,24-26)

Naquele tempo disse Jesus a seus discípulos: 24“Em verdade, em verdade vos digo: Se o grão de trigo que cai na terra não morre, ele continua só um grão de trigo; mas se morre, então produz muito fruto. 25Quem se apega à sua vida, perde-a; mas quem faz pouca conta de sua vida neste mundo conservá-la-á para a vida eterna. 26Se alguém me quer servir, siga-me, e onde eu estou estará também o meu servo. Se alguém me serve, meu Pai o honrará”.

“... se morre, então produz muito fruto”

Jesus é a verdadeira semente. Por sua morte temos a vida. Por ele, encontramos o sentido de nossa vida. Nele, também nós somos sementes, chamados a morrer para nossas vontades, abrindo-se ao projeto de Deus.
Se preservamos a nossa vida, nunca seremos diferentes. Deus nos chama à transformação, mudar para melhor. Para mudar é preciso morrer. Morrer para o que não é importante para se chegar ao essencial, uma vida, fundamentalmente Eterna.
Se queremos que nossa vida dê frutos precisamos morrer, retirar dela tudo aquilo que não é importante. Para frutificar, como a semente, precisamos nos abrir, tantas vezes rasgando nosso coração, para que Deus entre e faça nossa vida crescer para o alto.

O que queremos mudar em nossa vida?
Para isso, em que precisamos morrer?

sexta-feira, 5 de agosto de 2016

“... que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro...?”

Sexta feira da XVIII Semana do Tempo Comum
5 de agosto de 2016

Evangelho de Mateus (16,24-26)

Naquele tempo, 24Jesus disse aos discípulos: “Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz e me siga. 25Pois quem quiser salvar a sua vida vai perdê-la; e quem perder a sua vida por causa de mim, vai encontrá-la.26De fato, de que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro mas perder a sua vida? Que poderá alguém dar em troca de sua vida? 27Porque o Filho do Homem virá na glória do seu Pai, com os seus anjos, e então retribuirá a cada um de acordo com a sua conduta. 28Em verdade vos digo: Alguns daqueles que estão aqui não morrerão antes de verem o Filho do Homem vindo com seu Reino”.

“... que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro...?”

Por trás da pergunta sobre a verdadeira riqueza está o questionamento sobre o que é essencial. Quando descobrimos o que é realmente importante, compreendemos muita coisa como relativa. Para escolher esse ponto de partida, precisamos renunciar muita coisa...
A lógica do ganhar e perder em Deus é diversa. Se para escolher é preciso renunciar, a escolha de Deus como Absoluto requer a renúncia de tudo o que é relativo. O mais importante na vida é o seu Sentido. Sem ele, tudo perde o seu valor.
Se queremos preencher no nosso coração de Deus, como princípio e sentido para nossa vida, precisamos retirar dele tudo aquilo que não pertence à Deus. Essa limpeza espiritual se faz por escolhas e renúncias. Nela, redescobrimos nossa liberdade de filhos de Deus...

Quais escolhas precisamos fazer em nossa vida?
Para isso, o que é preciso renunciar?

quarta-feira, 3 de agosto de 2016

“Os cachorrinhos também comem as migalhas”

Quarta feira da XVIII Semana do Tempo Comum
3 de agosto de 2016

Evangelho de Mateus (15,21-28)

Naquele tempo, 21Jesus retirou-se para a região de Tiro e Sidônia. 22Eis que uma mulher cananeia, vindo daquela região, pôs-se a gritar: “Senhor, filho de Davi, tem piedade de mim: minha filha está cruelmente atormentada por um demônio!” 23Mas, Jesus não lhe respondeu palavra alguma. Então seus discípulos aproximaram-se e lhe pediram: “Manda embora essa mulher, pois ela vem gritando atrás de nós”. 24Jesus respondeu: “Eu fui enviado somente às ovelhas perdidas da casa de Israel”. 25Mas, a mulher, aproximando-se, prostrou-se diante de Jesus, e começou a implorar: “Senhor, socorre-me!” 26Jesus lhe disse: “Não fica bem tirar o pão dos filhos para jogá-lo aos cachorrinhos”. 27A mulher insistiu: “É verdade, Senhor; mas os cachorrinhos também comem as migalhas que caem da mesa de seus donos!” 28Diante disso, Jesus lhe disse: “Mulher, grande é a tua fé! Seja feito como tu queres!” E desde aquele momento sua filha ficou curada.

“Os cachorrinhos também comem as migalhas”

A questão do evangelho de domingo continua: onde está a nossa verdadeira riqueza? A migalha que cai da mesa do dono é a graça de Deus que se derrama em nós de forma gratuita, não por nossos méritos, mas pela liberdade e bondade de Deus.
O mundo nos dá riquezas que não alimentam, não satisfazem, nem alegram. São belas e atraentes, mas não sustentam. Elas custam um alto preço, necessitam de um grande esforço. A sua recompensa é sempre frágil e passageira.
As migalhas que vêm de Deus nos sustentam e saciam não pela quantidade, mas pela qualidade. Na simplicidade do amor de Deus vemos a grandeza e a profundidade de uma força que é capaz de destruir toda maldade e todo pecado.