quinta-feira, 29 de setembro de 2016

“Vereis o céu aberto...”

Festa dos Arcanjos Miguel, Gabriel e Rafael
29 de setembro de 2016

Evangelho de João (1,47-51)
 
Naquele tempo, 47Jesus viu Natanael que vinha para ele e comentou: “Aí vem um israelita de verdade, um homem sem falsidade”. 48Natanael perguntou: “De onde me conheces?” Jesus respondeu: “Antes que Filipe te chamasse, enquanto estavas debaixo da figueira, eu te vi”. 49Natanael respondeu: “Rabi, tu és o Filho de Deus, tu és o Rei de Israel”. 50Jesus disse: “Tu crês porque te disse: “Eu te vi debaixo da figueira? Coisas maiores que esta verás!” 51E Jesus continuou: “Em verdade, em verdade eu vos digo: Vereis o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem”.

“Vereis o céu aberto...”

Os anjos são mensageiros de Deus. Eles revelam verdades fundamentais sobre a realidade divina. A primeira se faz no questionamento: “Quem é como Deus? A partir dela, entendemos de onde ver a verdadeira força que cura e transforma o homem...
Deus fala sempre. Somos nós que temos dificuldades de entender a sua mensagem. O modo como ele nos fala nem sempre é como esperamos. A certeza é que ele nos conhece, mais do que nós mesmos, e sabe qual o caminho que devemos seguir.
Para viver a experiência de Deus é preciso escutá-lo. Ele nos fala sempre e de muitas formas. Devemos adquirir a delicadeza espiritual de perceber a sua mensagem de amor, poder e transformação, nos momentos altos e baixos de nossa caminhada...

Como Deus está falando hoje em minha vida?
O que ele está me ensinando nos momentos mais difíceis?

quarta-feira, 28 de setembro de 2016

“Segue-me”

Quarta feira da XXVI Semana do Tempo Comum
28 de setembro de 2016

Evangelho de Lucas (9,57-62)

Naquele tempo, 57enquanto Jesus e seus discípulos caminhavam, alguém na estrada disse a Jesus: “Eu te seguirei para onde quer que fores”. 58Jesus lhe respondeu: “As raposas têm tocas e os pássaros têm ninhos; mas o Filho do Homem não tem onde repousar a cabeça”. 59Jesus disse a outro: “Segue-me”. Este respondeu: “Deixa-me primeiro ir enterrar meu pai”. 60Jesus respondeu: “Deixa que os mortos enterrem os seus mortos; mas tu, vai anunciar o Reino de Deus”. 61Um outro ainda lhe disse: “Eu te seguirei, Senhor, mas deixa-me primeiro despedir-me dos meus familiares”. 62Jesus, porém, respondeu-lhe: “Quem põe a mão no arado e olha para trás não está apto para o Reino de Deus”.
 
“Segue-me”

O caminho para Jerusalém é o caminho da decisão. Entretanto, quem toma uma decisão precisa se colocar em movimento e não parar. Para caminhar, precisamos ter os olhos fixos no futuro. Nesse percurso, devemos ser desapegados, caminhar na liberdade e na leveza...
Muitos obstáculos são postos para a nossa decisão. O primeiro deles é a tentação do comodismo, que nos faz pensar que a realidade não pode mudar. O segundo, nos faz se apegar às coisas do passado. Diante disso, apegamos à coisas relativas, pesos inúteis para a subida...
O Senhor nos deixa na liberdade para segui-lo. Mas todo seguimento exige uma decisão. Toda escolha implica lutas e renúncias. O caminho pode não ser o mais agradável de todos, mas certamente nos levará à nossa Jerusalém: Caminho de cruz, mas também de ressurreição.

Qual decisão fundamental precisamos tomar em nossa vida?
Quais obstáculos temos encontrado nesse caminho?

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

“E vós, quem dizeis que eu sou?”

Sexta feira da XXV Semana do Tempo Comum
23 de setembro de 2016

Evangelho de Lucas (9,18-22)

Aconteceu que Jesus 18estava rezando num lugar retirado, e os discípulos estavam com ele. Então Jesus perguntou-lhes: “Quem diz o povo que eu sou?” 19Eles responderam: “Uns dizem que és João Batista; outros, que és Elias; mas outros acham que és algum dos antigos profetas que ressuscitou”. 20Mas Jesus perguntou: “E vós, quem dizeis que eu sou?” Pedro respondeu: “O Cristo de Deus”. 21Mas Jesus proibiu-lhes severamente que contassem isso a alguém. 22E acrescentou: “O Filho do Homem deve sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e doutores da Lei, deve ser morto e ressuscitar no terceiro dia”.

“E vós, quem dizeis que eu sou?”

A pergunta de Jesus é pessoal e é feita a cada um de nós. Ela é respondida não com palavras, mas com a vida. Essa resposta é dada à medida que sabemos nos aproximar do mistério da paixão, morte e ressurreição do Senhor.
O risco cristão é de falar bonito de Jesus mas não segui-lo. Anunciar as palavras do Senhor, mas não anunciar este mesmo Senhor sempre vivo e atuante em nossa história. Deus não é uma ideia bonita, nem uma filosofia de vida, mas uma Pessoa.
Como podemos seguir os passos do Senhor? Como estão as nossas atitudes de amor ao próximo? Estou sendo um reflexo do amor de Deus para o outro? Sou capaz de manifestar esse amor com minhas atitudes? Como posso fazê-lo concretamente?

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

“Quero misericórdia e não sacrifício”

Festa de São Mateus, Apóstolo
21 de setembro de 2016

Evangelho de Mateus (9,9-13)

Naquele tempo, 9Jesus viu um homem chamado Mateus, sentado na coletoria de impostos, e disse-lhe: “Segue-me!” Ele se levantou e seguiu a Jesus. 10Enquanto Jesus estava à mesa, em casa de Mateus, vieram muitos cobradores de impostos e pecadores e sentaram-se à mesa com Jesus e seus discípulos. 11Alguns fariseus viram isso e perguntaram aos discípulos: “Por que vosso mestre come com os cobradores de impostos e pecadores?” 12Jesus ouviu a pergunta e respondeu: “Aqueles que têm saúde não precisam de médico, mas sim os doentes. 3Aprendei, pois, o que significa: ‘Quero misericórdia e não sacrifício’. De fato, eu não vim para chamar os justos, mas os pecadores”.

“Quero misericórdia e não sacrifício”

Não somos amados por Deus pelos nossos méritos ou qualidades, mas simplesmente porque necessitamos do seu amor. Ele nos ama porque somos pobres, precisamos dessa riqueza. Ele nos ama com um coração pobre, isto é, livre e desinteressado de retribuição...
O nosso pecado nos faz doentes pois nos mostra que algo em nossa vida está desordenado. Fomos criados para amar e nossa vida só encontra seu sentido diante dessa atitude. Deus nos cura porque nos mostra a ordem do nosso amor, ou seja, o que vem primeiro.
A misericórdia nos cura e transforma porque nos faz enxergar um novo caminho. Nos faz descobrir um coração que sabe amar de forma pobre, na liberdade e gratuidade. Da mesma forma, aprendemos a amar o coração pobre, isto é, aquele que necessita do meu amor...

Quem são as pessoas que precisam da minha misericórdia?

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

“Jesus andava... pregando e anunciando”

Sexta feira da XXIII Semana do Tempo Comum
16 de setembro de 2016

Evangelho de Lucas (8,1-3)

Naquele tempo, 34os fariseus ouviram dizer que Jesus tinha feito calar os saduceus. Então eles se reuniram em grupo, 35e um deles perguntou a Jesus, para experimentá-lo: 36“Mestre, qual é o maior mandamento da Lei?” 37Jesus respondeu: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento!’ 38Esse é o maior e o primeiro mandamento. 39O segundo é semelhante a esse: ‘Amarás ao teu próximo como a ti mesmo’. 40Toda a Lei e os profetas dependem desses dois mandamentos”.

“Jesus andava... pregando e anunciando”

Caminhamos com o Senhor, não porque somos os melhores, mas porque temos necessidade de estar unidos a ele. Porque sabemos que nossas fragilidades encontram nele uma força transformadora. Essa força chama-se misericórdia.
Jesus não escolheu os perfeitos, mas pessoas que necessitavam de sua graça. Segui-lo torna-se uma condição vital para viver nossa felicidade. Nele, as nossas misérias encontram uma força capaz de mudar nosso coração e a nossa história.
A melhor notícia que podemos anunciar aos homens é que Deus nos ama. Esse amor se manifesta, não em nossas belezas e qualidades, mas principalmente quando temos necessidade desse amor compassivo, manifestado no maior dos sofrimentos... a cruz.

sexta-feira, 2 de setembro de 2016

“vinho novo... em odres novos”

Sexta feira da XXII Semana do Tempo Comum
2 de setembro de 2016

Evangelho de Lucas 5,33-39

Naquele tempo, 33os fariseus e os mestres da Lei disseram a Jesus: “Os discípulos de João, e também os discípulos dos fariseus, jejuam com frequência e fazem orações. Mas os teus discípulos comem e bebem”. 34Jesus, porém, lhes disse: “Os convidados de um casamento podem fazer jejum enquanto o noivo está com eles? 35Dias virão em que o noivo será tirado do meio deles. Então, naqueles dias, eles jejuarão”. 36Jesus contou-lhes ainda uma parábola: “Ninguém tira retalho de roupa nova para fazer remendo em roupa velha; senão vai rasgar a roupa nova, e o retalho novo não combinará com a roupa velha. 37Ninguém põe vinho novo em odres velhos; porque, senão, o vinho novo arrebenta os odres velhos e se derrama; e os odres se perdem. 38Vinho novo deve ser posto em odres novos. 39E ninguém, depois de beber vinho velho, deseja vinho novo; porque diz: o velho é melhor”.

“vinho novo... em odres novos”

O passo fundamental para a humildade é a transparência de vida. Nela, somos capazes de refletir aquilo que acreditamos. Já temos em nós a presença do Cristo vivo, mas vivemos a alegria dessa boa notícia?
Incoerência não é a distância entre o dizer e o fazer. Mas entre a vida e a convicção daquilo que se vive. Posso fazer uma coisa sem convicção, sem estar motivado para fazer algo ou encantado por aquilo que faço. Essa distância machuca a nossa consciência e retira nossa liberdade.
Transparência de vida é a capacidade de identificar o caminho a ser seguido e lutar por ele. E, mesmo nas quedas, ser capaz de levantar e continuar o percurso. Essas quedas, se bem vividas, nos levam a uma verdadeira transparência...

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

“Vem ver”

Quarta feira da XXI Semana do Tempo Comum
24 de agosto de 2016

Evangelho segundo João (1,45-51)

45Filipe encontrou-se com Natanael e lhe disse: “Encontramos aquele de quem Moisés escreveu na Lei, e também os profetas: Jesus de Nazaré, o filho de José”. 46Natanael disse: “De Nazaré pode sair coisa boa?” Filipe respondeu: “Vem ver!” 47Jesus viu Natanael que vinha para ele e comentou: “Aí vem um israelita de verdade, um homem sem falsidade”. 48Natanael perguntou: “De onde me conheces?” Jesus respondeu: “Antes que Filipe te chamasse, enquanto estavas debaixo da figueira, eu te vi”. 49Natanael respondeu: “Rabi, tu és o Filho de Deus, tu és o Rei de Israel”. 50Jesus disse: “Tu crês porque te disse: Eu te vi debaixo da figueira? Coisas maiores que esta verás!” 51E Jesus continuou: “Em verdade, em verdade eu vos digo: Vereis o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem”.

“Vem ver”

Sabemos dialogar? Sabemos ouvir?
 
A caminho do Apóstolo é iniciado pelo encontro com o Senhor. Todo encontro se fundamenta no diálogo. Todo diálogo exige que aprendamos a falar e a silenciar. No silêncio, conhecemos mais o outro e a nós mesmos. Nesse silêncio, caminhamos para nosso interior.
Só aprende a falar aquele que sabe ouvir. Temos dificuldades de nos conhecer porque ainda não sabemos silenciar. Nessa Palavra conhecemos a nós mesmos, em nossas luzes e sombras. Somente quando nos conhecemos podemos realizar um caminho exterior.
Poderemos ser enviados para anunciar a Palavra de Deus somente se formos capazes de sair de nós mesmos, de nos conhecer. No silêncio do nosso coração deixamos Deus ser Deus em nossas vidas. Escutando mais Aquele que fala, aprenderemos mais sobre nós mesmos...
 
O que precisamos calar em nossas vidas?
A quem precisamos ouvir?

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

“O segundo é semelhante a esse”

Sexta feira da XX Semana do Tempo Comum
19 de agosto de 2016

Evangelho segundo Mateus (22,34-40)

Naquele tempo, 34os fariseus ouviram dizer que Jesus tinha feito calar os saduceus. Então eles se reuniram em grupo, 35e um deles perguntou a Jesus, para experimentá-lo: 36“Mestre, qual é o maior mandamento da Lei?” 37Jesus respondeu: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento!’ 38Esse é o maior e o primeiro mandamento. 39O segundo é semelhante a esse: ‘Amarás ao teu próximo como a ti mesmo’. 40Toda a Lei e os profetas dependem desses dois mandamentos”.
 
“O segundo é semelhante a esse”

Qual principal veste para a comunhão com Deus?

Essa veste deve nos aproximar do Noivo, o Filho do Rei. Essa é certamente o coração de Filho. Somente revestidos do coração de filhos podemos nos sentir amados por Deus Pai e, consequentemente amar o próximo como um irmão.
A novidade do Evangelho está nessa relação. Para a Amar a Deus e ao próximo precisamos desse coração de Filho. Sem ele, vamos aos extremos: ou perdemos o princípio de um amor concreto ou a praticidade de uma caridade divina.
Revestidos desse coração do Filho, aprendemos que o amor não é uma obrigação nem um dever, mas resposta daquilo que já recebemos, de forma livre e abundante. Ele se torna, não um compromisso, mas um estilo de vida. A vida dos filhos de Deus.

Quais vestes precisamos retirar em nossa vida?
Quais sentimentos de um Filho precisamos aprender?

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

“Assim, os últimos serão os primeiros...”

Quarta feira da XX Semana do Tempo Comum
17 de agosto de 2016
Evangelho segundo Mateus (20,1-16)
 Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos esta parábola: 1“O Reino dos Céus é como a história do patrão que saiu de madrugada para contratar trabalhadores para a sua vinha. 2Combinou com os trabalhadores uma moeda de prata por dia, e os mandou para a vinha. 3Às nove horas da manhã, o patrão saiu de novo, viu outros que estavam na praça, desocupados, 4e lhes disse: ‘Ide também vós para a minha vinha! E eu vos pagarei o que for justo’. 5E eles foram. O patrão saiu de novo ao meio-dia e às três horas da tarde, e fez a mesma coisa. 6Saindo outra vez pelas cinco horas da tarde, encontrou outros que estavam na praça, e lhes disse: ‘Por que estais aí o dia inteiro desocupados?’ 7Eles responderam: ‘Porque ninguém nos contratou’. O patrão lhes disse: ‘Ide vós também para a minha vinha’. 8Quando chegou a tarde, o patrão disse ao administrador: ‘Chama os trabalhadores e paga-lhes uma diária a todos, começando pelos últimos até os primeiros!’ 9Vieram os que tinham sido contratados às cinco da tarde e cada um recebeu uma moeda de prata. 10Em seguida vieram os que foram contratados primeiro, e pensavam que iam receber mais. Porém, cada um deles recebeu uma moeda de prata. 11Ao receberem o pagamento, começaram a resmungar contra o patrão: 12‘Estes últimos trabalharam uma hora só, e tu os igualaste a nós, que suportamos o cansaço e o calor o dia inteiro’.13Então o patrão disse a um deles: ‘Amigo, eu não fui injusto contigo. Não combinamos uma moeda de prata? 14Toma o que é teu e volta para casa! Eu quero dar a este que foi contratado por último o mesmo que dei a ti. 15Por acaso não tenho o direito de fazer o que quero com aquilo que me pertence? Ou estás com inveja, porque estou sendo bom?’ 16aAssim, os últimos serão os primeiros, e os primeiros serão os últimos”.
“Assim, os últimos serão os primeiros...”
A lógica de Deus é diversa da nossa. Deus nos ama porque ele é bom, não porque nós merecemos. Porque temos necessidade do seu amor, não porque Ele deve nos amar. Sendo o seu amor por nós livre e gratuito, somos chamados a viver essa mesma gratuidade.
Esse amor nos une porque revela em nós aquilo que temos em comum: somos filhos amados. Se somos filhos de um mesmo Pai, somos irmãos. Essa identidade nos impulsiona a viver uma relação de amor generoso, não competitivo.
O amor de Deus por nós nos basta. Ele nos faz descobrir a nossa verdadeira essência e riqueza. Essa, quanto mais dividida, mais aumenta. A sua partilha nos torna mais ricos. Esse é um caminho que não pode ser compreendido, mas experimentado...

quarta-feira, 10 de agosto de 2016

“... se morre, então produz muito fruto”

Festa de São Lourenço, Mártir
10 de agosto de 2016

Evangelho de João (12,24-26)

Naquele tempo disse Jesus a seus discípulos: 24“Em verdade, em verdade vos digo: Se o grão de trigo que cai na terra não morre, ele continua só um grão de trigo; mas se morre, então produz muito fruto. 25Quem se apega à sua vida, perde-a; mas quem faz pouca conta de sua vida neste mundo conservá-la-á para a vida eterna. 26Se alguém me quer servir, siga-me, e onde eu estou estará também o meu servo. Se alguém me serve, meu Pai o honrará”.

“... se morre, então produz muito fruto”

Jesus é a verdadeira semente. Por sua morte temos a vida. Por ele, encontramos o sentido de nossa vida. Nele, também nós somos sementes, chamados a morrer para nossas vontades, abrindo-se ao projeto de Deus.
Se preservamos a nossa vida, nunca seremos diferentes. Deus nos chama à transformação, mudar para melhor. Para mudar é preciso morrer. Morrer para o que não é importante para se chegar ao essencial, uma vida, fundamentalmente Eterna.
Se queremos que nossa vida dê frutos precisamos morrer, retirar dela tudo aquilo que não é importante. Para frutificar, como a semente, precisamos nos abrir, tantas vezes rasgando nosso coração, para que Deus entre e faça nossa vida crescer para o alto.

O que queremos mudar em nossa vida?
Para isso, em que precisamos morrer?

sexta-feira, 5 de agosto de 2016

“... que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro...?”

Sexta feira da XVIII Semana do Tempo Comum
5 de agosto de 2016

Evangelho de Mateus (16,24-26)

Naquele tempo, 24Jesus disse aos discípulos: “Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz e me siga. 25Pois quem quiser salvar a sua vida vai perdê-la; e quem perder a sua vida por causa de mim, vai encontrá-la.26De fato, de que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro mas perder a sua vida? Que poderá alguém dar em troca de sua vida? 27Porque o Filho do Homem virá na glória do seu Pai, com os seus anjos, e então retribuirá a cada um de acordo com a sua conduta. 28Em verdade vos digo: Alguns daqueles que estão aqui não morrerão antes de verem o Filho do Homem vindo com seu Reino”.

“... que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro...?”

Por trás da pergunta sobre a verdadeira riqueza está o questionamento sobre o que é essencial. Quando descobrimos o que é realmente importante, compreendemos muita coisa como relativa. Para escolher esse ponto de partida, precisamos renunciar muita coisa...
A lógica do ganhar e perder em Deus é diversa. Se para escolher é preciso renunciar, a escolha de Deus como Absoluto requer a renúncia de tudo o que é relativo. O mais importante na vida é o seu Sentido. Sem ele, tudo perde o seu valor.
Se queremos preencher no nosso coração de Deus, como princípio e sentido para nossa vida, precisamos retirar dele tudo aquilo que não pertence à Deus. Essa limpeza espiritual se faz por escolhas e renúncias. Nela, redescobrimos nossa liberdade de filhos de Deus...

Quais escolhas precisamos fazer em nossa vida?
Para isso, o que é preciso renunciar?

quarta-feira, 3 de agosto de 2016

“Os cachorrinhos também comem as migalhas”

Quarta feira da XVIII Semana do Tempo Comum
3 de agosto de 2016

Evangelho de Mateus (15,21-28)

Naquele tempo, 21Jesus retirou-se para a região de Tiro e Sidônia. 22Eis que uma mulher cananeia, vindo daquela região, pôs-se a gritar: “Senhor, filho de Davi, tem piedade de mim: minha filha está cruelmente atormentada por um demônio!” 23Mas, Jesus não lhe respondeu palavra alguma. Então seus discípulos aproximaram-se e lhe pediram: “Manda embora essa mulher, pois ela vem gritando atrás de nós”. 24Jesus respondeu: “Eu fui enviado somente às ovelhas perdidas da casa de Israel”. 25Mas, a mulher, aproximando-se, prostrou-se diante de Jesus, e começou a implorar: “Senhor, socorre-me!” 26Jesus lhe disse: “Não fica bem tirar o pão dos filhos para jogá-lo aos cachorrinhos”. 27A mulher insistiu: “É verdade, Senhor; mas os cachorrinhos também comem as migalhas que caem da mesa de seus donos!” 28Diante disso, Jesus lhe disse: “Mulher, grande é a tua fé! Seja feito como tu queres!” E desde aquele momento sua filha ficou curada.

“Os cachorrinhos também comem as migalhas”

A questão do evangelho de domingo continua: onde está a nossa verdadeira riqueza? A migalha que cai da mesa do dono é a graça de Deus que se derrama em nós de forma gratuita, não por nossos méritos, mas pela liberdade e bondade de Deus.
O mundo nos dá riquezas que não alimentam, não satisfazem, nem alegram. São belas e atraentes, mas não sustentam. Elas custam um alto preço, necessitam de um grande esforço. A sua recompensa é sempre frágil e passageira.
As migalhas que vêm de Deus nos sustentam e saciam não pela quantidade, mas pela qualidade. Na simplicidade do amor de Deus vemos a grandeza e a profundidade de uma força que é capaz de destruir toda maldade e todo pecado.

quinta-feira, 14 de julho de 2016

“O meu fardo é leve...”

Quinta feira da XV Semana do Tempo Comum
14 de julho de 2016

Evangelho de Mateus (11,28-30)

Naquele tempo, tomou Jesus a palavra e disse: 28“Vinde a mim todos vós que estais cansados e fatigados sob o peso dos vossos fardos, e eu vos darei descanso. 29Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração, e vós encontrareis descanso. 30Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve”.

“O meu fardo é leve...”

Estamos caminhando de forma livre?
O nosso caminho nos dá alegria?

A nossa caminhada rumo à Deus é como uma escalada. Com altos e baixos, quedas e escorregos. O problema, nesse percurso não é cair, mas parar de subir. Ao logo dessa trajetória, vamos adquirindo bagagens. Algumas são necessárias, mas muitas delas não...
O problema são os pesos que acumulamos nessa subida, pesos que são inúteis. Eles não nos fazem mais fortes. Pelo contrário, dificultam o nosso caminho, nos sufocam e retiram a nossa liberdade. Eles retiram a alegria da caminhada de nossa vida.
A alegria do ser cristão vem da liberdade de viver... Liberdade que não se prende à coisas, que não acumula nada... A liberdade de um coração humilde, que reconhece suas verdadeiras necessidades e sabe reconhecer e escolher o que é essencial...

O que precisamos largar em nosso caminho?

terça-feira, 12 de julho de 2016

“Ai de ti...”

Terça feira da XV Semana do Tempo Comum
12 de julho de 2016

Evangelho segundo Mateus (11,20-24)

Naquele tempo, Jesus começou a censurar as cidades onde fora realizada a maior parte de seus milagres, porque não se tinham convertido. “Ai de ti, Corazim! Ai de ti Betsaida! Porque, se os milagres que se realizaram no meio de vós, tivessem sido feitos em Tiro e Sidônia, há muito tempo elas teriam feito penitência, vestindo-se de cilício e cobrindo-se de cinzas. Pois bem! Eu vos digo: no dia do julgamento, Tiro e Sidônia serão tratadas com menos dureza do que vós. E tu, Cafarnaum! Acasos serás erguida até o céu? Não! Serás jogada no inferno! Porque, se os milagres que foram realizados no meio de ti tivessem sido feitos em Sodoma, ela existiria até hoje! Eu, porém, vos digo: no dia do juízo Sodoma será tratada com menos dureza do que vós”.

“Ai de ti...”

Somos capazes de ser agradecidos?

Talvez um dos maiores pecados do homem é a incapacidade de agradecer. É quando ele não reconhece que tudo o que ele recebe em sua vida é dom e não mérito. Agradecer é a característica essencial do filho.
Quando não agradecemos nos tornamos senhores. O senhor é aquele que vive em função de si ou é o centro das relações. A questão se faz presente: temos em nossa vida os elementos necessários para se dizer autossuficientes?
Saibamos reconhecer todos os sinais da presença de Deus em nossa vida. Enxerguemos o modo como ele nos ama nos diversos momentos de nossa história. A alegria e a liberdade são os primeiros frutos daqueles que vivem essa gratidão...

sexta-feira, 8 de julho de 2016

“Vos envio como ovelhas no meio de lobos”

Sexta feira da XIV Semana do Tempo Comum
8 de julho de 2016

Evangelho de Mateus (10,16-23)

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 16“Eis que eu vos envio como ovelhas no meio de lobos. Sede, portanto, prudentes como as serpentes e simples como as pombas. 17Cuidado com os homens, porque eles vos entregarão aos tribunais e vos açoitarão nas suas sinagogas.
18Vós sereis levados diante de governadores e reis, por minha causa, para dar testemunho diante deles e das nações. 19Quando vos entregarem, não fiqueis preocupados como falar ou o que dizer. Então naquele momento vos será indicado o que deveis dizer. 20Com efeito, não sereis vós que havereis de falar, mas sim o Espírito do vosso Pai é que falará através de vós.
21O irmão entregará à morte o próprio irmão; o pai entregará o filho; os filhos se levantarão contra seus pais, e os matarão. 22Vós sereis odiados por todos, por causa de meu nome. Mas quem perseverar até o fim, esse será salvo. 23Quando vos perseguirem numa cidade, fugi para outra. Em verdade vos digo, vós não acabareis de percorrer as cidades de Israel, antes que venha o Filho do Homem.

“Vos envio como ovelhas no meio de lobos”

Estamos prontos para os desafios que o amor implica?
Somos capazes de sofrer por aquilo que amamos?

Toda capacidade de amar implica risco. Todo amor que gera liberdade deve estar preparado para perder... Foi assim na Criação e, da mesma forma, na Redenção. No anuncio do Reino não devemos ser ambiciosos. Devemos ser simples, mas não ingênuos.
Se precisamos ser gratuitos, ou seja, não esperar nada em troca, precisamos compreender que também seremos rejeitados. O Reino de Deus implica desafio, entrega e até mesmo sacrifício. A perseguição é sinal de que nossa postura está provocando...
Se a gratuidade gera liberdade, não precisamos nos preocupar se nosso anúncio não é aceito. Mais do que uma missão, com vitória ou fracasso, o anúncio do Reino é um movimento humano. A capacidade de amar, mais do que um compromisso, torna-se um estilo de vida...

quinta-feira, 23 de junho de 2016

“Construída sobre a rocha”

Quinta feira da XII Semana do Tempo Comum
23 de junho de 2016

Evangelho de Mateus (7,21-29)

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 21“Nem todo aquele que me diz: ‘Senhor, Senhor’, entrará no Reino dos Céus, mas o que põe em prática a vontade de meu Pai que está nos céus. 22Naquele dia, muitos vão me dizer: ‘Senhor, Senhor, não foi em teu nome que profetizamos? Não foi em teu nome que expulsamos demônios? E não foi em teu nome que fizemos muitos milagres? 23Então eu lhes direi publicamente: Jamais vos conheci. Afastai-vos de mim, vós que praticais o mal. 24Portanto, quem ouve estas minhas palavras e as põe em prática, é como um homem prudente, que construiu sua casa sobre a rocha. 25Caiu a chuva, vieram as enchentes, os ventos deram contra a casa, mas a casa não caiu, porque estava construída sobre a rocha. 26Por outro lado, quem ouve estas minhas palavras e não as põe em prática, é como um homem sem juízo, que construiu sua casa sobre a areia. 27Caiu a chuva, vieram as enchentes, os ventos sopraram e deram contra a casa, e a casa caiu, e sua ruína foi completa!” 28Quando Jesus acabou de dizer estas palavras, as multidões ficaram admiradas com seu ensinamento. 29De fato, ele as ensinava como quem tem autoridade e não como os mestres da lei.

“Construída sobre a rocha”

Não são os discursos ou as ideias que nos aproximam do Senhor, mas o nosso modo de viver. É estar em comunhão de vida com Ele. Só a vontade de Deus dá sentido à nossa existência. Esse é o fundamento de nosso caminho.
Na cultura do mais fácil e do mais rápido, fugimos do que é consistente porque é o mais difícil. Estamos perdendo a capacidade de pensar antes de agir, de planejar nossas ações para dar-lhes um fundamento. Criamos a cultura do improviso.
Construir uma casa sobre a rocha implica entrar no tempo de Deus. A solidez se dá com o passar do tempo. Só em Deus poderemos viver a consistência de uma vida que aprendeu a esperar. A Eternidade se realiza na contínua esperança.

Somos capazes de esperar pelo tempo de Deus?

quarta-feira, 22 de junho de 2016

“Pelos frutos vós os conhecereis...”

Quarta feira da XII Semana do Tempo Comum
22 de junho de 2016

Evangelho de Mateus (7,15-19)

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 15“Cuidado com os falsos profetas: Eles vêm até vós vestidos com peles de ovelha, mas por dentro são lobos ferozes. 16Vós os conhecereis pelos seus frutos. Por acaso se colhem uvas de espinheiros ou figos de urtigas? 17Assim, toda árvore boa produz frutos bons, e toda árvore má, produz frutos maus. 18Uma árvore boa não pode dar frutos maus, nem uma árvore má pode produzir frutos bons. 19Toda a árvore que não dá bons frutos é cortada e jogada no fogo. 20Portanto, pelos seus frutos vós os conhecereis”.

“Pelos frutos vós os conhecereis...”

O nosso amor é um sentimento ou uma postura?

Pelo batismo, todos nós recebemos a missão de profetas. Anunciar Palavra de Deus, é uma missão que vai além dos discursos, é uma dinâmica que implica a nossa vida. O termômetro dessa missão são os frutos que brotam de nosso testemunho.
Tantas vezes falamos sobre as coisas de Deus mas não somos capazes de anunciar o próprio Deus. Outras tantas fazemos as coisas de Deus e não somos capazes de torná-lo vivo para aqueles que estão ao nosso redor.
Precisamos de frutos que alimentem os homens de Deus. Eles podem ser plantados com as sementes de caridade que vamos lançando ao longo de nossa vida e, com certeza, serão regados pela graça de Deus que aperfeiçoa aquilo que iniciamos em nosso esforço...

Quais os frutos do meu testemunho?
Quais sementes de caridade eu posso lançar em meu caminho?

quinta-feira, 16 de junho de 2016

“Vós deveis rezar assim: Pai nosso...”

Quinta feira da XI Semana do Tempo Comum
16 de junho de 2016

Evangelho de Mateus (6,7-15)
 
 Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 7“Quando orardes, não useis muitas palavras, como fazem os pagãos. Eles pensam que serão ouvidos por força das muitas palavras. 8Não sejais como eles, pois vosso Pai sabe do que precisais, muito antes que vós o peçais. 9Vós deveis rezar assim: Pai nosso que estás nos céus, santificado seja o teu nome; 10venha o teu Reino; seja feita a tua vontade, assim na terra como nos céus. 11O pão nosso de cada dia dá-nos hoje. 12Perdoa as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido. 13E não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal. 14De fato, se vós perdoardes aos homens as faltas que eles cometeram, vosso Pai que está nos céus também vos perdoará. 15Mas, se vós não perdoardes aos homens, vosso Pai também não perdoará as faltas que vós cometestes”.
 
 “Vós deveis rezar assim: Pai nosso...”

O “Pai Nosso”, mais do que uma oração, é uma disposição de vida. É a atitude de um filho que se coloca nas mãos do Pai porque confia em seu amor. Dessa forma, o amor recebido se transforma em abertura para amar os irmãos.
Essa disposição não consiste em convencer Deus a nos dar algo que precisamos. Ele sabe o que temos necessidade. Deus sempre nos dá tudo aquilo que pedimos, somos nós que temos dificuldade de reconhecer a forma como Ele nos responde.
Mais do que pedir, precisamos nos colocar nas mãos de Deus. Ele conhece tudo aquilo que temos necessidade mais do que nós mesmos. Por isso a atitude de confiança e esperança se tornam a verdadeira oração do Filho que não mais pede, mas se deixa conduzir...

 

sexta-feira, 10 de junho de 2016

“É melhor perder um de teus membros...”

Sexta feira da X Semana do Tempo Comum
10 de junho de 2016

Evangelho de Mateus (5,27-32)

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 27“Ouvistes o que foi dito: ‘Não cometerás adultério’. 28Eu, porém, vos digo: Todo aquele que olhar para uma mulher, com desejo de possuí-la, já cometeu adultério com ela no seu coração. 29Se o teu olho direito é para ti ocasião de pecado, arranca-o e joga-o para longe de ti! De fato, é melhor perder um de teus membros, do que todo o teu corpo ser jogado no inferno. 30Se a tua mão direita é para ti ocasião de pecado, corta-a e joga-a para longe de ti! De fato, é melhor perder um dos teus membros, do que todo o teu corpo ir para o inferno. 31Foi dito também: ‘Quem se divorciar de sua mulher, dê-lhe uma certidão de divórcio’. 32Eu, porém, vos digo: Todo aquele que se divorcia de sua mulher, a não ser por motivo de união irregular, faz com que ela se torne adúltera; e quem se casa com a mulher divorciada comete adultério”.

“É melhor perder um de teus membros...”

Somos capazes de amar na liberdade e na gratuidade?

O novo mandamento continua... É preciso ir ao essencial de nossas escolhas. No centro de nossas decisões está o nosso coração. Fazemos bem aquilo que gostamos e nos sentimos atraído. Se não amamos não agirmos de forma livre e gratuita...
Quantos obstáculos colocamos para o amor. Quantas condições criamos para distanciar o outro. Acabamos por esquecer que o outro é próximo porque é meu irmão, porque somos filhos de um mesmo Pai, que nos ama e nos motiva a fazer o mesmo.
O princípio do amor livre e gratuito está naquele que recebemos primeiro. Em Cristo somos amados de forma incondicional. Responder a esse amor que nos foi dado de forma abundante deixa de ser uma norma e se torna um movimento humano

Onde está o nosso coração hoje?
Quais obstáculos criamos para não amar?

quinta-feira, 9 de junho de 2016

“Eu, porém, vos digo...”

Quinta feira da X Semana do Tempo Comum
9 de junho de 2016

Evangelho de Mateus (5,20-26)

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 20“Se a vossa justiça não for maior que a justiça dos mestres da Lei e dos fariseus, vós não entrareis no Reino dos Céus. 21Vós ouvistes o que foi dito aos antigos: ‘Não matarás! Quem matar será condenado pelo tribunal’. 22Eu, porém, vos digo: todo aquele que se encoleriza com seu irmão será réu em juízo; quem disser ao seu irmão: ‘patife!’ será condenado pelo tribunal; quem chamar o irmão de ‘tolo’ será condenado ao fogo do inferno. 23Portanto, quando tu estiveres levando a tua oferta para o altar, e ali te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, 24deixa a tua oferta ali diante do altar, e vai primeiro reconciliar-te com o teu irmão. Só então vai apresentar a tua oferta. 25Procura reconciliar-te com teu adversário, enquanto caminha contigo para o tribunal. Senão o adversário te entregará ao juiz, o juiz te entregará ao oficial de justiça, e tu serás jogado na prisão. 26Em verdade eu te digo: dali não sairás, enquanto não pagares o último centavo”.

“Eu, porém, vos digo...”
 
A lógica de Deus é diversa do mundo não porque é outra, mas pelo fato de aprofundar seus valores chegando à sua essência. O respeito ao próximo é muito mais que uma regra social, é um valor que nos faz compreendê-lo como semelhante.
O próximo é meu semelhante pelo fato de termos a mesma identidade: somos filhos de Deus. A questão deixa de ser somente se respeito o próximo, mas porque o faço. Não falamos mais de quantidade de gestos de amor, mas da qualidade de nossa postura.
Se andamos até à essência do amor cristão encontramos, não uma regra, mas uma postura. Não olhamos mais para a norma, mas para a pessoa. Nela vemos, não mais um sujeito de direitos, mas um irmão, filho de um mesmo Pai.
 
Como está o meu olhar para o outro?
Sou capaz de enxergar com o coração?

quarta-feira, 8 de junho de 2016

“...para dar-lhe pleno cumprimento”

Quarta feira da X Semana do Tempo Comum
8 de junho de 2016



Evangelho de Mateus (5,17-19)


Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: Não penseis que vim abolir a Lei e os Profetas. Não vim para abolir, mas para dar-lhe pleno cumprimento. Em verdade eu vos digo: antes que o céu e a terra deixem de existir, nem uma só letra ou vírgula serão tiradas da Lei, sem que tudo se cumpra. Portanto, quem desobedecer a um só destes mandamentos, por menor que seja, e ensinar a outros a fazerem o mesmo, será considerado o menor no Reino dos Céus. Porém, quem os praticar e ensinar será considerado grande no Reino dos Céus.

“...para dar-lhe pleno cumprimento”


O mandamento de Cristo é novo porque dá sentido à todos os outros. Ele é novo não em quantidade, mas em qualidade. A grandeza de quem o pratica se dá, não por uma simples obediência, mas por encontrar o sentido último de sua vida.
Para todo caminho existe uma meta. Quando não existe meta não se caminha, se vagueia... Vaguear significa obedecer ao caminho, mas não saber por que o fazemos. A meta da vida se realiza quando encontramos o seu sentido último.
Se nascemos de Deus, a nossa meta está Nele. Assim, Lei deixa de ser uma simples regra e se torna um caminho, um modo de ser que nos coloca em movimento de redescoberta de nossa própria identidade, em sua beleza e profundidade


Quais as metas de nossa vida?
Quais passos estão sendo dados para concretizá-las?

terça-feira, 7 de junho de 2016

“Vós sois o sal... vós sois a luz...”

Terça feira da X Semana do Tempo Comum
7 de junho de 2016

Evangelho de Mateus (5,13-16)

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 13“Vós sois o sal da terra. Ora, se o sal se tornar insosso, com que salgaremos? Ele não servirá para mais nada, senão para ser jogado fora e ser pisado pelos homens. 14Vós sois a luz do mundo. Não pode ficar escondida uma cidade construída sobre um monte. 15Ninguém acende uma lâmpada e a coloca debaixo de uma vasilha, mas sim num candeeiro, onde ela brilha para todos os que estão em casa. 16Assim também brilhe a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e louvem o vosso Pai que está nos céus”.

“Vós sois o sal... vós sois a luz...”

O cristão é mais do que um seguidor de normas. Ele sabe fazer a diferença no meio que vive. A Nova Lei promulgada por Cristo nos ensina a sair da lógica do mundo para entrar na lógica de Deus. Para isso é preciso estar em saída.
Quantas vezes fazemos as coisas de Deus mas não estamos preenchidos de Deus. Isso acontece porque estamos vivendo sob o fundamento da norma e não do Amor, onde a lei deve ser consequência. A lógica do amor nos faz pensar e agir sempre diferente.
A singularidade do amor de Deus se revela no escândalo da cruz. A vida que brota da morte, vida nova que renasce em sua entrega. Se a vida que buscamos é a eterna, precisamos aprender a sair de algumas categorias para ser e fazer diferente...

Quais caminhos não estão me fazendo feliz?
O que eu posso fazer diferente para encontrar a Vida?

segunda-feira, 6 de junho de 2016

“Alegrai-vos e exultai...”

Segunda feira da X Semana do Tempo Comum
6 de junho de 2016

Evangelho de Mateus (5,1-12)

Naquele tempo, 1vendo Jesus as multidões, subiu ao monte e sentou-se. Os discípulos aproximaram-se, 2e Jesus começou a ensiná-los: 3“Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos Céus. 4Bem-aventurados os aflitos, porque serão consolados. 5Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra. 6Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados. 7Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia. 8Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus. 9Bem-aventurados os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus. 10Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus. 11Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem, e, mentindo, disserem todo tipo de mal contra vós, por causa de mim. 12Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus. Do mesmo modo perseguiram os profetas que vieram antes de vós.

“Alegrai-vos e exultai...”

Quando somos envolvidos no drama do mal quase sempre a nossa tendência é perder a alegria. A lógica do Evangelho é outra: “Alegrai-vos e exultai”. As bem aventuranças nos mostram a raiz da alegria cristã.
O problema não é como vencer o mal que se apresenta diante de nós, mas como encará-lo. Algumas pedras no caminho nunca poderão ser retiradas, mas certamente nos mostrarão outras vias e outras possibilidades de contorno ou escalada.
Maria nos dá um exemplo a seguir. Diante do maior dos dramas humanos ela permanece em pé, mesmo na dor. Ela é a primeira a contemplar, com os olhos da fé, que a maior das desgraças pode ser fonte de vida nova e passo para a verdadeira alegria...
 
Quais pedras estão no meu caminho?
Quais as vias alternativas que elas me mostram?