domingo, 23 de junho de 2013

A revolução humana

A revolução humana

 


Se alguém quer vir após mim, renegue-se a si mesmo,
tome cada dia a sua cruz e siga-me” (Lc 9,23)
 
Vemos gerar no Brasil uma dinâmica por uma nova nação. Uma ação que poderíamos comparar ao movimento “Cara pintada”, evidentemente com um diverso contexto político e cultural. Uma verdadeira revolução por parte do povo em busca direitos fundamentais que lhe são negados e, não suportando, vai à procura do que é seu.
Entretanto, vemos surgir um choque entre  Povo e Estado. De um lado vemos alguns que, não sabendo pelo que lutam, lutam contra tudo e, não sabendo como lutar, agem como se não pensassem. De outro vemos um Estado que, não acostumado a ser questionado, mas com o dever de zelar pela ordem pública se faz “povo” e entra em uma batalha linear. Nesse momento desaparece a luta por direito e surge uma guerra de interesses.
Mas o que realmente o povo busca? “Direitos”, “Educação”, “Justiça”, “Paz”... Palavras que dizem tudo, mas ao menos tempo correm o risco de não significarem nada porque perdem a sua profundidade e esvaziando-se de sentido quando não concretizadas.
Os que buscam uma educação de qualidade correspondem às mínimas exigências que lhes são oferecidas em seu ambiente de estudo? Os que lutam respeito são tolerantes com aqueles que não pensam e não agem da mesma forma que eles? Os que pedem justiça procuram pensar e escolher homens sábios preocupados com o bem público e os direitos humanos? No caso afirmativo, já iniciamos a revolução que temos necessidade.
Logo após que Jesus apresenta a sua vitória sobre o mal, sobre a injustiça e sobre a morte ele acrescenta: “Se alguém quer vir após mim, renegue-se a si mesmo, tome cada dia a sua cruz e siga-me” (Lc 9,23). Ou seja, nenhuma vitória é gratuita, se realiza com o “mínimo necessário”. Ela precisa ser abraçada, concretizada, construída com a nossa vida, com a nossa luta, com os nossos sacrifícios cotidianos.
Sim, precisamos de uma revolução, mas como iniciar esse caminho? “É necessário que o Filho do Homem padeça muitas coisas, seja rejeitado pelos anciãos, pelos príncipes dos sacerdotes e pelos escribas. É necessário que seja levado à morte e que ressuscite ao terceiro dia” (Lc 9,22). É necessário aprender a lutar de uma forma muito mais concreta e efetiva, com a entrega cotidiana nossa vida.
Essa entrega se concretiza no esforço por uma educação de qualidade, no respeito àquele que está ao meu lado e não pensa ou não age igual a mim. Na reflexão e eleição de homens que lutam pelos verdadeiros direitos humanos e pela efetiva justiça social.
Nesse sentido, podemos acompanhar o raciocínio de São Paulo: “Já não há judeu nem grego, nem escravo nem livre, nem homem nem mulher”, não há governo ou cidadão, estudante ou professor, polícia ou manifestante... “pois todos vós sois um em Cristo Jesus” (Gl 3,28). Todos nós, mesmo inconsciente, buscamos a mesma felicidade de vida, só que em funções diversas. Mas essa se constrói da mesma forma para todos. É nos pequenos sacrifícios cotidiano de nossas vidas que se concretiza a grande revolução...

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