quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Plenitude da lei, perfeição da Vida

A mídia está nos apresentando nesses dias a luta do povo pela democracia no Egito. Eles, depois de mais de trinta anos de poder de um único homem, exige liberdade política. Eles querem participar das decisões de seu país.

Mesmo sabendo que essa luta está cercada de outros interesses políticos e econômicos, uma coisa deve saltar aos nossos olhos: o homem luta por sua liberdade. Na ausência dessa, ele é capaz de ir às últimas conseqüências para construí-la.

Nessa construção, o homem é capaz de questionar, negar e até lutar contra o conjunto de normas e valores que os cercam. Em seu íntimo, ele sente quando sua livre decisão é atingida e anulada pela vontade de outros.

O povo egípcio busca um conjunto de novas leis que dêem liberdade para o seu povo. Eles querem ser protagonistas de sua história. Não aceitam que regras ditadas por um pequeno grupo ditem o que deve e o que não deve ser feito.

Aquele povo não está negando a lei e o seus valores simbólico, moral ou político. Eles apenas estão a questionar o desvio que ela cria quando não toma o valor da vida humana como centro de seus objetivos. Eles buscam uma lei que tenha a integridade do homem como centro.

Jesus Cristo, como Palavra de Deus, é a plenitude da Lei. Ele apresenta, em si, a vontade do Deus Pai. Jesus não impõe um novo preceito ou um novo modo de ser, mas apresenta em si mesmo a plenitude da vida, apresentada pelos santos e profetas durante a história da salvação. O que Deus pensou para o homem ele mostrou em Cristo.

Nesse sentido, Jesus não mais aponta ensina ou aplica a lei, mas é a própria lei. Como verdadeiro homem, ele demonstra que toda regra deve ter a pessoa e o valor de sua vida como centro. Obedecer a essa lei da vida não significa perder a nossa liberdade, mas caminhar para a plenitude de nossa existência.

Olhar para Jesus significa olhar para aquele que é o exemplo vivo da lei que gera a própria vida, por que ele mesmo é a vida. Ser livre, nesse sentido, significa caminhar em busca daquele para o qual fomos criados, ou seja, para uma vida em plenitude.

Maria é o exemplo mais claro da pessoa que soube viver da liberdade querida por Deus. Liberdade essa que se submete ao caminho apresentado pelo Senhor. Tal método não é humano, já que a vontade e a lógica humana crucificaram a Plenitude da Vida. O caminho verdadeiro deve ser o da vida e vida plena.

Que nós saibamos, como Maria, olhar para a vontade de Deus e aceitá-la em nossa existência como única meta nesse caminho para vida e liberdade. Saibamos olhar para a Lei, que tem Cristo como plenitude e a humanidade como seu principal objetivo, como algo que nos põe a caminho de uma liberdade prometida pelo Deus Pai, conquistada pelo Filho Ressuscitado e fortalecida pelo Espírito da Vida.

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