segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Jovens... caminhando à luz de Cristo


É marca em uma sociedade como a nossa, caracterizada pela valorização das pessoas pelo que elas podem contribuir positivamente, a visão os jovens como aqueles que “não sabem o que querem”, “não têm perseverança nos seus compromissos” ou “nunca estão firmes em uma idéia ou responsabilidade”. Eles estão sempre à margem de nossa comunidade e de seus interesses, “à beira do caminho”.

A psicologia nos ensina que a adolescência é uma fase de transição. O jovem deixa a estrutura de proteção dos pais e se prepara para a autonomia da idade adulta. É a fase do “nem”: nem é criança, nem adulto. É uma etapa, portanto, marcada por mudanças físicas, psicológicas, afetivas e intelectuais.

Nesse sentido, o que falta, muitas vezes é um norte para que o jovem possa se fixar. Seja por meio de uma idéia ou uma pessoa, fato é que muitos procuram algo para se sedimentar e criar bases sólidas para construção de sua maturidade. Essa busca por um fundamento, porém, muitas vezes se desvia do plano correto e acaba levando o jovem para a busca uma felicidade enganosa: no uso de drogas, bebidas alcoólicas, na prostituição ou em outros vícios.

Entretanto, qualquer que seja o caminho trilhado por eles, uma coisa é certa: estão querendo ser felizes. Do mesmo modo que Bartimeu, que era cego e pobre, gritava pela ajuda de Jesus e era repreendido por muitos, os vícios que afetam nossos jovens ou mesmo sua falta de perseverança em qualquer que seja o compromisso são também pedidos de ajuda, eles estão querendo uma luz. Esse grito, no entanto, é disfarçado por preconceitos ou outras repreensões sociais.

Cristo, como verdadeira e única palavra de Deus foi a resposta para aquele homem. Ao procurá-lo e se aproximar do Jesus, ele conseguiu abrir os olhos, começou a ver o verdadeiro caminho para sua vida e para a felicidade. O encontro pessoal com Nosso Senhor torna-se, portanto, o marco principal para aquele que quer um sentido para a própria existência e não o encontra em bens materiais ou humanos.

Somente Cristo é aquele que abre os nossos olhos para que possamos construir a nossa felicidade. Entretanto, isso não se dá por milagre ou ação vinda de fora. Temos que gritar à Deus, clamar para que Ele ouça nossa prece, deixar o que nos pesa, saltar em sua direção e se aproximar do seu modo de ser e agir (cf. Mc 10, 50). Somente a partir de nossa opção preferencial por Cristo podemos dar uma orientação eficaz para a nossa vida e ser, a partir daí, luz para os povos.

Que possamos também nos sentir responsáveis por nossos jovens. Nós que, pelo batismo, recebemos o sacerdócio comum dos fiéis, devemos ouvir a voz do Apóstolo e nos associar à figura do verdadeiro sacerdote que: “Sabe ter compaixão dos que estão na ignorância e no erro, porque ele mesmo está cercado de fraqueza” (Hb 5, 2).
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Saibamos olhar com outros olhos para a nossa juventude, pois mesmo os que passaram por ela, “ilesos” ou apenas “feridos”, sabem que não é um momento tão fácil de viver. Aprendamos a ter compaixão e não pena dos que estão no vício ou em caminhos que não contribuem param a formação de homens comprometidos com a vida ou com a construção de uma comunidade justa e fraterna.

Que, vendo a experiência da Missão Jovem em nossa Diocese, possamos olhar para muitos de nossos jovens e dizer-lhes: “Coragem, levanta-te, Jesus te chama”(Mc 10, 49). É somente por, com e em Cristo, que podemos buscar a verdadeira felicidade, que não se acaba com o tempo e que não pode ser roubada nem corrompida. É Jesus o nosso único prazer que dura eternamente.
[Artigo Publicado no Jornal "A Folha", da Diocese de Caicó, ANO XXI, Nº 178, 24/10/2009]

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