quarta-feira, 29 de abril de 2009

Ressuscitar: Aproximar-se de Cristo

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O Cristo que aparece a nós após Sua morte e ressurreição mostra-nos algo digno de atenção. O renascimento, após o sofrimento e a morte, mais do que um fenômeno espiritual é uma promessa concreta, ou seja, é real. O Senhor aparece aos discípulos e mostra-lhes que não é um “fantasma”, mas o mesmo que estivera com eles antes do Seu sacrifício.


A proposta de um modelo de vida, dado por Jesus, iniciada pela humildade e simplicidade do nascimento na manjedoura, em uma simples família de Nazaré, no anúncio do Reino e no questionamento de uma realidade opressora, na superação das tentações, na entrega de Si mesmo, Cordeiro sem mancha, pelo sofrimento até a morte de Cruz só é confirmada pelo juramento da ressurreição. Jesus nos dá um modelo de ser e viver e esses são confirmados pela garantia do renascimento para uma nova vida.


A paz pronunciada pelo Cristo ressuscitado é o primeiro anúncio de que a promessa foi cumprida. Por isso, todos os sofrimentos, sacrifícios e mortes, quando aproximado ao mistério redentor de Jesus transformam-se em paz, em vida plena.


Porém, Nosso Senhor aparece a nós muitas vezes como um fantasma, somente com o homem de Nazaré que foi enviado por Deus para salvar a humanidade. Muitas vezes nos distanciamos do próprio Deus quando não assumimos Sua Palavra Viva, Jesus Cristo, quando não temos a coragem de aproximarmos d’Ele a tal ponto de sermos confundidos com Ele.


O contato com Jesus nos impulsiona a algo concreto: cumprir os Seus mandamentos. Seguir as propostas de Nosso Senhor não é um fardo porque ele mesmo deu testemunho da possibilidade de cumprir tais preceitos sendo homem como nós e dando-nos o exemplo que Ele mesmo seguiu. Por isso, o verdadeiro amor (que é a atração pelo que é amado) por Deus só é verdade quando nos aproximamos d’Ele e queremos ser confundidos com Ele. É nesse sentido que João nos propõe, sendo Cristo a Palavra Divina: “quem diz que está com Deus deve comportar-se como Jesus se comportou” (1 Jo 2, 6), e nos adverte: “Quem diz que conhece a Deus, mas não cumpre os Seus mandamentos, é mentiroso...” (1 Jo 2, 4).


Nesse sentido, a qualidade de cristãos é somente atribuída, não àqueles que admiram a pessoa de Jesus Cristo e suas ações, mas àqueles que se aproximam d’Ele ao ponto de tornar-se um novo Cristo, e melhor, um com Cristo.


O Deus-Homem está a nos propor um estilo de vida. Ele, como o perfeito profeta, que anuncia com a vida, nos dá um testemunho a ser seguido. A recompensa é algo querido por todos, uma vida nova, a verdadeira paz.


Para realizar a ressurreição de uma vida de morte é preciso fazer uma opção preferencial por Cristo, é ele o eixo norteador de toda a nossa ação evangelizadora. É a partir da pessoa de Jesus Cristo que somos convidados a ser anunciadores de um modelo de vida que leva à paz. Para ser portador de Cristo é preciso ser um verdadeiro Cristão, ou seja, é preciso imitar Jesus na simplicidade, no anúncio, no sofrimento e na morte, só assim chegaremos à plenitude da vida, à nossa santificação: Deus.
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[Artigo Publicado no Jornal "A Folha", da Diocese de Caicó, ANO XXI, Nº 153, 25/04/2009]

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