terça-feira, 2 de agosto de 2011

Dinamicidade da Palavra

O século XXI pode ser caracterizado como a era da informação. A tecnologia nele construída desenvolveu-se até um estágio em que o mundo torna-se “pequeno” com a rapidez que as informações são transportadas. Vivemos em um mundo de muitas informações, muitas palavras, muitos discursos...


A questão é: O que estamos fazendo com tantas informações? Televisão, rádio, internet, jornal, torpedos, e-mails, panfletos, outdoors, faixas... Estamos sendo bombardeados por palavras que nos enchem de conteúdos e nos esvaziam de conhecimento.


A conseqüência de um mundo com excesso de palavras e informações é uma realidade que não reflete. A marca da rapidez anda sempre associada à da prontidão, tudo já está feito, pensado, mastigado... basta engolir. Enfim, em um mundo de muitas comunicações, criamos um indivíduo mudo.


O homem nesse caminho, corre o risco de não mais pensar. Todas as verdades parecem já terem sido ditas. Basta que sejam consultadas as enciclopédias, os dicionários, as revistas de moda, os almanaques, o jornal impresso ou áudio-visual ou as internet’s da vida.


Diante de tais “palavras” que geram homens estáticos, a sociedade precisa de uma Palavra que seja dinâmica, Palavra de Vida, Palavra que gera Vida. Isaías nos apresenta tal realidade: “Ela (a Palavra) sai da minha boca e para mim não volta sem produzir seu resultado, sem fazer aquilo que planejei, sem cumprir com sucesso a sua missão” (Is 55, 11).


Tal Palavra não transmite apenas uma informação, mas é dinâmica enquanto aperfeiçoa todo aquele que nela acreditar. Esse, não mais é portador de um novo conhecimento, mas de uma nova vida conquistada na dinamicidade desse Verbo Perfeito.


Porém, todo aquele que abraça essa Palavra deve saber que Ela, ao aperfeiçoar, também lapida. Deste modo aquele que não quer perder para transformar-se é como aquele que não tem raízes (cf. Mt 13, 6.20s), abraça a Palavra por sua beleza, mas quando compreende as conseqüências que a Sua proposta implica “murcham” e desaparecem entre as pedras da vida.


Essa mesma Palavra pode ser “espetada” (cf. Mt 13, 7.22) por outras palavras que satisfaçam mais os nossos sentimentos, que digam coisas que gostemos de ouvir, que nos animem a caminhar pelo rumo do mais fácil e do menos ardoroso. Em um mundo de discursos comercializados, Aquela pode ser mais uma e entrar na livre concorrência da que mais agradar aos consumidores.


Que nós, saibamos confirmar o nosso caminhar em uma Palavra que gere vida, vida essa que implica perdas para outros e maiores ganhos. Para isso, é preciso que essa Palavra seja abraçada integralmente por aquele aque Nela acredita. Isso implica morrer para muitas coisas e deixar-se enraizar em Sua ampla e dinâmica proposta (cf. Mt 13, 8.23).


Saibamos olhar para o exemplo daquela que soube gerar o verdadeiro e único fruto da Vida eterna: Maria. Aquela jovem soube morrer para muitas realidades, deixou ser “enterrada” para que sua perda gerasse vida no meio dos homens. Sua missão só deu frutos porque ela soube, antes, enraizar-se no Vontade que ela tinha abraçado.


Nesse mundo de múltiplas, variadas, agradáveis e bonitas palavras, que nós aprendamos a escolher uma e, de preferência, definitiva Palavra. E Ela só é definitiva porque é de Deus, daquela Suprema Realidade que nos cria com um único objetivo: atraír-nos a Si. E, atraíndo-nos, torna a humanidade perfeita como Ela, em Cristo, se fez.

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