quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Aborto: qual o motivo?


"Antes mesmo de te formares no ventre materno, eu te conheci: antes que saísses do seio, eu te consagrei” (Jr 1,5)

Após a visita do Santo Padre, o Papa Bento XVI, a mídia tenta problematizar a questão do aborto e incita as pessoas a debaterem o tema para colocá-las contra a Igreja. Sabe-se que a Igreja é contra o aborto, pois ela é a favor da vida.


Não importa o motivo, o aborto é um assassinato. Nas palavras de Madre Tereza “uma guerra contra a criança, uma matança direta de crianças inocentes”, um infanticídio. É a morte de um nascituro que não tem culpa da irresponsabilidade dos pais, da falta de moral que os levou ao erro no motivo ou na conseqüência do aborto.


Fala-se em direito de dominar o próprio corpo. O direito existe, mas isso não justifica o “direito” de dominar a vida de outro indivíduo, pois a mulher é dona de sua vida, mas não é do ser que ela leva em seu seio.


A cultura da valorização do corpo, da imagem, da banalização da mulher, tem como conseqüência muitos problemas, entre eles, a gravidez na adolescência, o aumento de doenças sexualmente transmissíveis e o aborto, que é causa de uma gravidez indesejada. O homem está sendo condenado aos seus próprios instintos. A razão, que era o que nos diferenciava dos animais, está perdendo seu valor por causa do prazer por conseqüência.


Deve-se ter atenção a uma falsa política de “planejamento familiar” que justifica o aborto como um dos meios para uma equivocada política de controle populacional. Tais políticas contribuem para uma “onda de legalizações” como a esterilização de pessoas, o uso de contraceptivos e até mesmo o aborto, como meio de controlar a taxa de natalidade de um país, para assim, “torná-lo” desenvolvido. Também não se deve confundir aborto como uma luta de direitos da mulher, o que está havendo é o uso delas para justificar àquelas ações.


Diante de todas essas políticas e culturas de “abertura”, os Católicos estão sendo criticados por serem contra tais ações, como impedir o desenvolvimento de um ser, já que essas vão de encontro à vida, seja qual tenha sido o motivo de tal interrupção.


A situação financeira também é um fator que se usa para justificar o aborto, mas a solução para tal situação seria programas de melhoria de vida, na educação, saúde, emprego e renda, a morte de indivíduos não é solução para nada. A vida sim, é a resposta.


A Igreja se compadece das mulheres que engravidaram por fraqueza em uma situação ou por motivos de violência sexual, como o estupro. Ela está pronta para oferecer ajuda, principalmente moral e espiritual. Mas qual o motivo de punir um indivíduo que não foi responsável por toda situação ocorrida, e punir com a morte?


Necessita-se de haver um sério e verdadeiro planejamento familiar – advindo de uma formação humana cristã -, que só é possível a partir de investimentos na saúde, emprego e renda, e principalmente na educação que é responsável pela formação de cidadãos críticos capazes de discernir o que é bom ou mau para ele e capazes de se proteger de falsas políticas com motivos meramente econômicos. Verdadeiras famílias cristãs são reflexos do amor que Deus teve por seu filho, de doação, doação essa que há entre os esposos onde surge nova vida, com base no amor de Deus, no amor à vida.


Verdadeiro exemplo seria a Família de Nazaré que soube enfrentar os sofrimentos com toda a simplicidade e humildade dando ao mundo o verdadeiro fruto da vida e da salvação. Eles poderiam ter se revoltado com a situação que estavam vivendo. Poderia ter evitado a gravidez. Ela poderia ter abortado. Caso ocorresse, onde estaríamos?


[Artigo Publicado no Jornal "A Folha", da Diocese de Caicó, ANO XXI, Nº 74, 02/06/2007]

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