quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Vocação à Santidade


Pelo batismo cada cristão é chamado a uma vocação primeira: a santidade. Recebemos o Espírito do Senhor, que nos unge e fortalece para uma vida santa. Consagra-nos e envia (Lc 4, 18) a essa busca constante da santidade por meio da missão.

Se somos consagrados pelo Espírito de Deus somos chamados a viver nesse Espírito (Gal 5, 25), portanto a santificação é um objetivo primordial de quem se considera cristão, não somente dos consagrados ou dos que têm uma vida mais ativa na Igreja.

Os ministros ordenados, evidentemente, têm um dever, senão uma obrigação na busca de sua santificação pessoal, pois foram consagrados para serem instrumentos de Deus no seu plano de santificação da humanidade, tendo a Igreja como intermediária.

Devemos considerar o conceito primordial de santidade como a busca de perfeição (Mt 5, 48). A busca incessante da perfeição, da santidade, tendo como exemplo Jesus Cristo. A perfeição que para nós parece algo racionalmente impossível, torna-se possível com a encarnação do verbo (Jo 1, 1.14), Deus se tornou homem, mas sua humanidade não destituiu sua perfeição. O “Homem-Deus” é o maior exemplo de perfeição e é nesse modelo que devemos buscar.

Se cremos que a santificação – “perfeição” – é algo possível, devemos buscá-la. Deve-se ter consciência do aspecto limitável do homem, que o leva a pecar, e esse aspecto é o único empecilho que nos impede de ter um contato com a nossa santificação, nossa pelo fato de que pelo batismo somos repletos do Espírito, portanto, uma santidade intrínseca.

O pecado não deve ser o problema, mas o instrumento que nos levará a santificação, sem ele não haveria motivos para sermos santos. Logo, a santidade não seria um contínuo estado de graça, mas a busca constante de uma perfeição que deve estar sempre a nossa frente.

Santidade não deve ser um estado, mas um modo de viver e lutar por sua busca. A luta constante contra o pecado nos torna santos, logo, o santo seria o que vive em constante combate contra o mal e nunca desiste, mesmo sabendo que a perfeição está sempre à frente, em um horizonte sempre intocável aos homens.

Na dimensão humana a santidade deve ser buscada pos meio de duas fontes – que não são opostas nem paralelas, mas una – a exterior a interior.

A interior, que é buscada através da oração constante e um contato direto com Deus, em um crescimento espiritual. É uma santificação particular, o amor primeiro que devemos ter a Deus, e a nós mesmos na nossa luta contínua contra nossos pecados.

O amor a Deus e a nós mesmos faz-nos santos, mas essa santidade só é completa quando esse amor irradia-se, transborda para os outros. Essa é a santificação exterior, quando o amor aos irmãos se torna caridade, nesse momento somos chamados a manifestar esse amor aos irmãos por meio da missão. Santificar os outros.

Portanto, a santidade que nos foi dada no batismo, deve ser uma busca contínua pela perfeição, por nossa santificação que só será completa quando somos enviados para a santificação de outros. O santo é o que luta sempre por sua perfeição, logo, a santidade é a ação de lutar contra um pecado, tento como maior exemplo o “Homem-Deus”, um exemplo que para muitos pode ser impossível de ser imitado... (Mt 19, 26)“Sede perfeitos como é perfeito o vosso pai celeste” (Mt 5, 48)
[Artigo Publicado no Jornal "A Folha", da Diocese de Caicó, ANO XXI, Nº 86, 25/08/2007]

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