segunda-feira, 29 de março de 2010

“Escutem o que ele diz”


Passadas as alegrias do carnaval devemos nos questionar: isso tudo está realmente valendo à pena? Que sentido está por trás de todas essas festividades? Até que ponto tudo isso nos confirma como seres humanos, comprometidos com a nossa própria vida e com a vida do outro?
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Como seres humanos, sim. Sempre se faz necessário um período de descanso, lazer, para renovar as forças para o trabalho cotidiano. Mas, o carnaval foi mesmo um momento para isso? Ou, pelo contrário, ele está aos poucos se tornando para muitos um período do “pode tudo”?
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Essa aparente “liberdade” sempre vai de encontro à própria dignidade da vida humana. Bebe-se desregradamente, brinca-se sem limites, relaciona-se com o outro sem nenhum valor moral que a controle. Isso está sendo mesmo racional?
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Pedro, do mesmo modo, ao ver Jesus transfigurado, demonstrando toda a sua glória, queria permanecer naquele estado de júbilo (cf. Lc 9, 33), não refletiu qual o significado daquele fato. Como muitos de nós, ele queria uma felicidade, mas esquecia de construí-la. Buscava, por isso, algo já pronto, uma alegria comercializável.
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A atitude de subir à montanha e transfigurar-se para os discípulos tinha o objetivo de antecipar a imagem do Cristo ressuscitado, mostrar aos homens qual seria o fim daqueles que seguissem Jesus. Porém, para que isso se realizasse, se faria necessário ouvir a voz de Deus que diz; “Este é o meu Filho amado, o Escolhido. Escutem o que ele diz!” (Lc 9, 35).
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Nossas alegrias só são reais se elas possibilitam o nosso crescimento humano, uma subida para a nossa glorificação. Porém, parecemos esquecer que toda subida necessita de esforço, empenho e perseverança.
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É somente por meio dessa difícil elevação que vamos libertando-nos de todos os vícios que nos pesam e impedem a caminhada para o alto. Para isso, a imitação das atitudes do Cristo é a única via para dar um sentido concreto a nossa vida. Humildade, sacrifícios e renúncias são posturas de quem quer construir uma existência real e plena.
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Que nós saibamos construir com Jesus uma vida gloriosa, de verdadeira alegria por meio do esforço, do respeito ao outro e da busca por uma sociedade mais humana. Que nem o homem e nem a felicidade que é seu desejo primeiro possam ser trocados ou comprados, mas concretamente constituídos sob a Palavra de Deus que em Cristo se mostrou o mais eficaz caminho da Perfeição.

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