terça-feira, 17 de agosto de 2010

Firmes na fé


A Igreja, como anunciadora de uma Verdade revelada, sempre foi atingida por muitas críticas. Ela será sempre perseguida porque tem a coragem de dizer uma Palavra que não agrada a todas as pessoas. Mesmo quando seus próprios fiéis são incoerentes com essa mensagem, ela está sempre firme de que a ordem que recebeu do Cristo na Cruz é Palavra de Ressurreição.

Em uma cultura do prazer sem limites, do lucro individualista e do pensar relativista, a Igreja firma o passo na defesa inquestionável da vida humana e na centralidade do homem como eixo que deve nortear todas as ações morais e políticas da sociedade. Logo, os que querem dar continuidade a uma estrutura como aquela, fazem de tudo para destruir essa fonte anunciadora de Vida.

As críticas históricas quanto à perseguição aos que iam de encontro à Doutrina Católica ou os recentes esclarecimentos quanto aos casos de pedofilia de alguns padres da Igreja demonstram apenas que ela é constituída por homens. Porém, contrários aos muitos outros crimes sociais cometidos durante a história da humanidade, esses mesmos homens sempre demonstraram sentimento de arrependimento e remissão. Isso ocorre por que eles estão em uma instituição que está aberta a uma realidade muito maior do que tais ações.

A abertura de Pedro ao reconhecimento de Jesus Cristo como enviado de Deus, e não como um revolucionário político ou fundamentalista religioso, fez com que Nosso Senhor confiasse a um homem limitado, a guarda de sua Igreja. Mesmo sendo construída e constituída por homens, ela se firma em uma Palavra Divina, fazendo com que todos estejam abertos à ação modeladora e permanente do Espírito de Deus.

Ao celebrar a Solenidade de São Pedro e São Paulo, a Igreja apresenta a necessária dimensão discipular e missionária para os seus fiéis. Pedro, que recebe a confiança de Cristo por meio de sua livre decisão (cf. Mt 16, 16) fundada na abertura à mensagem do Senhor, desdobrando-se em obediência a essa Palavra (cf. At 12, 7ss) e Paulo, como aquele que, depois de ouvir o chamado de Jesus, segue os seus passos com firmeza (cf. 2 Tm 4, 7), anunciando a todos essa experiência de vida (cf. 2 Tm 4, 17), são os verdadeiros pilares que firmam a ação dessa Igreja.

Que nós também possamos assumir essas posturas sendo fiéis seguidores da “Palavra-Pessoa” Cristo Jesus. Essa certeza só é confirmada quando aprendemos que nossa caminhada de cristãos não pode ser fortalecida quando a fundamos em filosofias individuais ou pessoas, mas quando compreendemos que ela está muito além e acima de nós.

Olhar apenas para os erros da Igreja, deixando de lado seu caráter humano, é esquecer que ela traz um grandioso bem para os homens, por apresentá-los o caminho que leva a Cristo, e que sua postura de reconhecimento dos erros e correção desses nos ensina que nossa humanidade não nos impede da busca de uma perfeição de vida.
Maria é para nós o exemplo de confiança na Palavra de Deus. Mesmo contradizendo todas as regras sociais e morais de seu tempo, ela soube estar aberta ao que o Espírito tinha a lhe falar. Por meio dela, a Igreja, como encontro entre Deus e homem, recebe o seu primeiro fundamento.
Sabendo-se deixar guiar por essa Palavra de Vida que é transmitida pela Santa Mãe Igreja, Maria nos ensina que o plano de santificação Divino, nunca será obra humana e estará sempre além de nossas forças, fazendo-nos também confiar na promessa de Jesus ao afirmar que “o poder da morte nunca poderá vencê-la” (Mt 16, 18).

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