sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Domingo da XXVI Semana do Tempo Comum

Domingo, 25 de setembro de 2011

“Tenham em vós os mesmos sentimentos que Cristo” (Fl 2, 5)

Por que será que Jesus disse aos fariseus e aos doutores da lei que os “publicanos” e as prostitutas os precederiam no Reino dos Céus? Talvez porque se ele dissesse que os santos seriam os primeiros a contemplarem Deus, seu discurso não faria nenhum efeito.
Ela não teria nenhum resultado não por que fosse mentira – já que a lógica é essa – mas porque seu discurso seria consolador, justificador para aqueles que acreditam que, apenas cumprindo uma regra, estão realizando a vontade de Deus.
Nós não viemos ao mundo com o objetivo de “não pecar”, mas sim de fazer a vontade de Deus Pai. É nesse mesmo sentido que podemos entender os mandamentos não como regras de um jogo, mas como direcionamentos de vida.
Ele não é regra porque, nesse caso, não haveria perdão para que o infligisse. Ele é proposta de um caminho pelo fato de que, basta aquele que está desviado dar um passo atrás  e seguir a vereda correta, para estar novamente na ordem justa de sua vida.
“Mas Deus não estaria sendo injusto para comigo se perdoa meu irmão que cometeu este pecado que eu nunca pratiquei, apenas pelo fato de que se arrependeu?”
Esse outro foi perdoado porque voltou os olhos para a Verdade, enquanto eu continuo com uma visão desviada pelo juízo alheio e cega com o meu próprio orgulho e pela minha falta de caridade que me faz querer ser “como Deus”. Diante disso, é o próprio Deus quem responde: “Não é reta a minha postura ou, pelo contrário não é reta a vossa?” (Ez 18, 25).
Ter em nós os mesmos sentimentos que os de Cristo é fazer nascer em nós aquela dimensão que o fez plenamente homem, mistério de uma encanação a partir de um Deus Amor. Porque era obediente ao Pai, Ele sabia perdoar os seus irmãos no mesmo amor que tinha recebido. E se Jesus é mistério de amor de um Pai que buscava justificar os homens, ele é a encarnação da própria humildade: Deus que se faz homem, homem que se faz pão, alimento que sacia, nutre e gera forças, força de humildade, santidade e justificação.
Ser humilde, entretanto, não é imaginar que não existe pecado ou negação de Deus, tampouco pensar que ninguém será condenado. Ser humilde é acreditar que todo homem pode voltar os olhos para Deus Pai, é deixar de buscar a condenação alheia e procurar justificar a minha justificação. Ser humilde é se colocar na postura de filhos. Filhos que refletem o amor do Pai. Pai que ama a todos e busca acolher todo aquele que o procura de coração.

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