sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Sexta feira da XXIII Semana do Tempo Comum

Sexta feira da XXIII Semana do Tempo Comum
09 de setembro de 2011

“Pode um cego guiar outro cego?”

O que torna mais difícil a relação humana não são as dificuldades, em si mesma, dos nossos irmãos, mas o modo humano e intolerante de compreendê-las. Somos homens de imaginação, reflexão, de julgamentos, mas o problema maior aparece quando tais juízos são “absolutizados”: o outro se encerra em meus conceitos.
São Paulo compreendeu bem que a sua conversão partiu de um olhar de perdão por parte de Nosso Senhor: “a mim foi dada a misericórdia por que agia na ignorância” (1 Tm 1, 13). Todos os seus erros foram anulados por que ele não conhecia a plenitude da verdade. Da mesma forma, muitos dos pecados ao nosso redor também devem ser compreendidos como “cegueiras”.
Quando, todavia, podemos saber que o pecado do nosso irmão é uma falha por causa de sua ignorância em não conhecer a verdade ou uma omissão em não querer assumir o bom caminho? Quando entender que o erro alheio é uma opção?
O meio termo que podemos assumir entre a condenação e a absolvição está, portanto, no silêncio. Nunca poderemos saber quais os motivos que levaram o outro a cometer determinado erro. Todo homem será sempre um mistério inserido em um contexto histórico, psicológico, biológico e espiritual.
Jesus, nesse sentido, encerra essa problemática quando esclarece: “Por que olhas para o cisco que está no olho do teu irmão e esqueces a trave que está no teu?” (Lc 6, 41). Nós temos muitas dificuldades a serem superadas, falhas a serem corrigidas, pecados a serem redimidos...
Olhar demasiadamente para as lacunas dos outros pode fazer com que nos percamos no vácuo de uma existência.

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