sábado, 17 de setembro de 2011

Sábado da XXIV Semana do Tempo Comum

17 de setembro de 2011

Quem tem ouvidos ouça.

Nós que vivemos em um mundo da rapidez das informações, dos transportes e do conhecimento corremos o risco de fazer com que tudo entre nesse mesmo movimento de imediatismo. O perigo disso está quando as próprias relações humanas e o contato consigo mesmo deixam-se permear por um modo imaturo e inconstante de viver.
São Paulo nos ensina a entrar no projeto de caminhar sob o olhar da Palavra de Deus que no Antigo Testamento se fez Mandamento e na plenitude dos tempos se fez Carne. Diz o Apóstolo: “[...] te ordeno a conservar sem mancha e de modo irrepreensível os mandamentos até ao dia da manifestação de Nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Tm 6, 14).
Dentro de uma cultura de muitas “boas idéias” o homem pode esquecer uma qualidade fundamental para a sua vida: a perseverança. O perigo da velocidade das informações e do conhecimento está exatamente quando tudo corre o risco de criar homens inconstantes, sem perseverança em suas opções e que, qualquer dificuldade, podem desmoronar.
“[...] Aqueles que, depois de haver escutado a Palavra com o coração integro e bom, as guardam e produzem fruto na perseverança” (Lc 8, 15). A imagem da associação da Palavra de Deus com a semente nos ensina a olhá-la como possibilidade de Vida Plena, mas que só pode dar frutos se for acolhida e gerada com paciência.
Mesmo dentro de uma estrutura de rapidez, o homem deve aprender que ele não é maquina, mas que está dentro do projeto de uma humanidade que evolui gradativamente. Em nossas relações humanas e em nosso próprio processo de auto-formação, devemos aprender a “dar tempo” a nós mesmos, sabendo esperar que algumas coisas amadureçam por si mesmas.
Se formos pacientes nesse processo, mesmo que demore, os frutos virão em trinta, sessenta e até sem por semente.

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