sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Memória de Nossa Senhora do Rosário

Sexta, 7 de outubro de 2011

Eis a serva do Senhor (Lc 1, 38)

Lembrar Nossa Senhora do Rosário, antes de tudo, é tornar célebre a memória dessa que soube, verdadeiramente, contemplar os mistérios de Deus. A grandeza de Maria estava exatamente em sua humildade: mesmo não compreendendo aquela realidade, estava aberta ao mistério Divino.
Ao receber o anúncio da encarnação do Verbo, pergunta a jovem: “Como acontecerá isto, se eu não conheço homem algum?” (Lc 1, 34). Ela, de dentro do seu íntimo, questiona-se sobre essa realidade. Logicamente, seria impossível ocorrer esse fato. Porém, a sua grandeza se revela exatamente aqui. O seu “faça-se” é sempre abertura ao inexplicável.
Em um mundo marcado pela objetivação das coisas e das pessoas, muitas vezes nos fechamos à presença de um Deus que age constantemente na história. A ciência e a técnica chegaram a um estágio tão avançado de domínio que sufoca qualquer realidade sobrenatural. Tudo, à sua compreensão, pode ser qualificado, quantificado e esquadrinhado, isto é, determinado.
Celebrar a Virgem Maria nos faz entrar na dinâmica daquela que soube se abrir ao projeto de Deus que queria entrar na história em nossa própria carne, sem manipulações ou determinações humanas. Como biologicamente isso pode acontecer? Filosoficamente, como Deus, como ser perfeito, pode se tornar matéria? Como Rei Altíssimo, não haveria um modo mais “rápido” de salvar os homens?
Ao tentar responder essas perguntas, corremos o risco de entrar em um espaço que não nos pertence. A única postura que o homem pode assumir, abraçando a sua própria realidade, é parar, silenciar e curvar-se diante desse mistério por que nele vemos a própria face de Deus. Ela não pode ser esquadrinhada pelo nosso racionalismo, mas apenas adorada pela nossa fé.

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