sábado, 8 de outubro de 2011

Um banquete de vida


Por que, muitas vezes, rejeitamos participar desse banquete preparado pelo Rei para o seu Filho? Não o queremos talvez por que nos achamos indignos de sermos considerados apenas “convidados”, queremos mais do que isso.
Achamos melhor fazer a nossa própria vida (cf. Mt 22, 5). Queremos dominar todos os nossos bens, criar e manter as nossas próprias relações e, conseqüentemente, agir sobre o mundo como se ele nos pertencesse. Rejeitamos o convite do anfitrião porque talvez queremos sê-lo, queremos um mundo, pessoas e relações à nossa “imagem e semelhança”.
Esse Rei, porém, não desiste da festa. Não acaba com ela, antes, amplia o convite: todos são chamados para o seu banquete (cf. Mt 22, 9). Ele chama a todos não porque necessita de convidados, mas para manifestar que sua festa não é destinada a um grupo isolado; A sua alegria é destinada a todo aquele que procura entrar em comunhão com ele.
Entretanto, para participar dessa festa é preciso ter as “vestes” convenientes. Estar preparados interna e externamente para essa comunhão. Assim, do mesmo que a roupa corre o risco de enganar e trazer para a festa pessoas inconvenientes, os trapos de um comportamento também refletem uma desordem interna.
Não há perdão para aqueles que não vivem esse novo modo de ser, não há perdão para os que não manifestam essa alegria por participarem do banquete. Esse, mais cedo ou mais tarde, estará fadado a um fracasso que o faz cair nas trevas de sua própria contradição, do seu orgulho imobilizador.
O homem moderno corre o risco de entrar nessa mesma dinâmica. Está tão amarrado em sua própria compreensão de mundo que ignora o convite de Deus, agora universal: “Vinde para a festa” (Mt 22, 4). Rejeitam esse convite porque ainda querem o mundo que forjaram para si mesmos.
Que nós possamos nos abrir à proposta desse Rei, que pede de nós apenas um sim. Não há complexidade nesse convite, basta apenas uma abertura integral. A festa já foi completamente preparada, é preciso apenas que estejamos com as vestes adequadas, com a abertura necessária para festejar esse Filho que vive em nosso meio.
Olhemos para Maria. Em sua vida ela nos manifestou toda uma alegria de viver em comunhão com o Rei. Como nas bodas de Caná, ela foi quem cooperou para que não faltasse nada. Por meio dela, o melhor vinho foi servido e entregue a todos como manifestação de uma alegria que gera e manifesta comunhão.

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