“Vos
deixo a paz, vos dou a minha paz” (Jo 14, 27)
Cristo ensina
gradativamente aos seus discípulos a dinâmica da cruz. Ela porta o homem a um
estado de paz, não a um sofrimento vazio de sentido. A paz que o mundo dá brota
dos sentidos, dos bens, de uma imaginação que cria uma falsa segurança, uma
fingida falsa satisfação. A paz que Cristo nos dá é fruto de uma comunhão plena
com Deus Pai, na obediência à sua vontade.
É legítima a busca
humana por paz, segurança, satisfação. Isso levou e ainda porta a humanidade a
um processo de evolução. Entretanto, esses mesmos desejos podem desfigurar a
nossa própria identidade. Somos mais do que um complexo psíquico e biológico,
somos mais do que animais pensantes. Fomos criados com o sopro divino, possuímos
o seu espírito.
Nesse sentido, não
podemos viver apenas fundamentado na manutenção do nosso organismo. Somos muito
mais do que vemos e pensamos. Compreender isso é aproximar-se de uma paz que o
mundo não nos dá, pois essa não é criação de nossas próprias mãos, mas se realiza na
descoberta de nossa própria identidade de criaturas modeladas da terra e
sopradas por Deus e na vivência dessa realidade.
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