“...
e sentou-se à direita de Deus” (Mc 15, 19)
Celebrar a festa da Ascensão
do Senhor é viver a elevação de nossa humanidade até Deus. Jesus Cristo, no
mistério de sua vida, morte e ressurreição apresenta ao homem a Verdade
definitiva do Pai. A sua elevação aos céus implica o fim desse percurso de
nossa humanidade regenerada: uma porta nos é aberta.
Eis o cerne da vida
cristã: “Ide pelo mundo inteiro e anunciai a Boa-Nova a toda criatura!” (Mc 16,
15). Mas o que anunciamos? Que grande notícia é essa que somos chamados a
portar a todos os homens? Cristo vive, venceu a morte, assumiu a nossa culpa e
nos redimiu da condenação eterna.
Essa notícia passa a ser
paradigma de uma nova vida, a vida dos filhos de Deus. Quem entra nessa
dinâmica encontra o sentido para a sua vida, quem a nega continua a vagar por
caminhos sempre incertos, eternamente a procura de um fim.
Os cristãos passam, com
isso, a ser, não portadores de ideias, doutrinas ou filosofia de vida, mas de
um modo de ser e viver conformado ao Cristo Jesus, Filho amado do Pai. Ele, que
vem ao mundo instaurar o Reino de Deus, vence os demônios que nos desviam do
verdadeiro caminho por que nos mostra o nosso verdadeiro Senhor.
O senhorio do pecado, de
suas deformações e da morte, sua consequência última, é, enfim, vencido, porque
o verdadeiro Senhor do mundo assume o definitivo lugar. Deus é senhor da
humanidade, ele reina por meio de Cristo, Verbo Eterno do Pai.
A ascensão de Jesus
Cristo aos céus implica a elevação de nossa humanidade junto a Deus. A partir
dele, nossa humanidade encontra um novo e definitivo caminho para a eternidade.
Temos um homem no seio da eternidade, ele está de braços abertos e acolhe a
humanidade que procura realizar o seu caminho.
Cristo não afasta-se de
nossa humanidade. Pelo contrário, ele a confirma, elevando-a à eternidade e,
sentando-se à “direita de Deus” (Mc 15, 19). O projeto de Deus é recapitulado,
o pecado é, enfim redimido, a morte eterna é vencida por Cristo e por todos
aqueles que o seguem. A porta dos céus nos é aberta novamente por Cristo.
“O Senhor os ajudava e
confirmava sua palavra pelos sinais que a acompanhavam” (Mc 15, 20). Ele não se
afasta por que o seu espírito caminha junto com todo aquele que anuncia a sua
verdade em meio aos homens. Ele não se distancia de nossa humanidade porque,
pela sua ressurreição, a sua vida torna-se eterna e nossa humanidade
santificada.
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