domingo, 29 de janeiro de 2012

A esperança que se cumpre



“Um ensinamento novo, e dado com autoridade” (Mc 1, 27)

Jesus é o cumprimento da promessa feita por Deus aos que esperavam ou ainda esperam uma salvação. Essa confirmação de nossa fé, mesmo sendo clara e muito retomada por nós, parece ser esquecida à medida que o tempo passa.
Entretanto, a questão que devemos colocar diante de nós é: E que sentido Cristo ainda nos fala? Por que suas palavras possuem vida eterna? Por que ele as pronunciavam como quem tem autoridade e não como os escribas?
Cristo ainda nos fala porque ele é a Palavra que foi pronunciada no tempo, mas por alguém que ultrapassava o próprio tempo. Ele é Verbo realizado na história, mas para cumprir o projeto que vai além de nossas compreensões.
“Suscitarei para eles, do meio dos irmãos, um profeta semelhante a ti. Porei as minhas palavras em sua boca e ele lhes comunicará tudo o que eu lhe ordenar” (Dt 18, 18).
Se nós queremos ver algum objeto de forma mais completa devemos nos afastar dele para compreender a sua totalidade. Só aquele que está fora do tempo e fora das conjecturas históricas pode nos dar uma Palavra que verdadeiramente responda as nossas necessidades. Só quem compreende o todo consegue ver o fim para o qual devemos caminhar e as vias pelas quais devemos atravessar.
A busca humana por um sentido que dê norte para a nossa vida é uma característica universal. Consciente ou inconscientemente queremos uma resposta, um caminho, um fim para a nossa existência. O povo de Israel buscava essa palavra e ela lhe foi dada: Jesus Cristo. Ele é o “profeta” semelhante à Moisés, que cumpre a verdadeira libertação do povo. Como aquele que contemplava o Pai face a face, ele apresenta, em si mesmo, a verdadeira lei. Como mestre cumpre a vontade de Deus, ele expressa com autoridade a Palavra de Deus.
Ele traz em si a Palavra e a Lei, o Verbo que realiza o seu efeito desejado. De fato, Deus se faz presente no meio de nós e, mostrando a sua face, nos salva. Suas Palavras nos apresentam o mundo que nos ultrapassa, de uma humanidade querida por Deus, um povo, verdadeiramente livre e santo.
Olhemos para Maria, verdadeira Arca da Aliança. Ela soube ir além de seu tempo e das estruturas que a envolvia. Ela reconheceu naquela mensagem, a novidade de um Deus que quebra as barreiras de nossas categorias e nos salva. Ele, que toca a nossa humanidade, nos ensina que a nossa salvação está mais perto do que imaginamos...

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