Ele não era a luz, mas
veio para dar testemunho da luz (Jo 1, 8)
Vivemos em um mundo de
muitas luzes. Luzes que chamam à nossa atenção, são as luzes da tecnologia, das
riquezas, da moda, do prazer, das filosofias, das imagens e das pessoas. Essas
luzes precisam sempre de energias que motivem a sua iluminação, precisam de
força para continuar acesas. Do contrário, se apagam...
Onde encontrar, então,
alguma que possua luz própria? Com certeza será algo que não tenha necessidade
de nada nem ninguém. Que não precise de justificativas nem argumentações,
forças ou energia para sobreviver. Essa luz é, sem dúvida, a Palavra de Deus.
Ela é guia, em uma caminhada tão confusa e tão cheia de altos e baixos como é a
nossa vida.
João Batista soube
compreender e entrar bem nessa dinâmica da Luz. De fato, “ele não era a luz”.
Em um mundo que idolatra pessoas, coisas e idéias ele afirmou bem o seu lugar:
“veio para dar testemunho da luz”. A sua grandeza não estava na riqueza de sua
função, mas por apontar aquele que era a Palavra de Deus, Luz para os homens.
E qual a função da luz?
Mais do que nos fazer enxergar as coisas, ela projeta-se a si mesma em direção
aquilo que está perto de si. Ou seja, não vemos as coisas por si mesmas, mas o
reflexo da luz que toca a matéria. Por isso, só podemos ver as coisas quando há
luz e quando elas estão próximas a luz.
Cristo é luz por que
nos faz enxergar verdadeiramente as coisas. Por meio dele e do Espírito que
dele procede, podemos ver a realidade ao nosso redor, não segundo os nossos
quereres, mas segundo o projeto de Deus Pai. O mundo que nos envolve torna-se
mais claro, mais definido quando olhamos para ele sob o impulso de Jesus,
Palavra Viva do Pai.
Olhemos para Maria. No
Plano Divino da encarnação ela soube colocar-se como lâmpada, instrumento pelo
qual o Espírito do Senhor vem, toca e transforma a realidade desejada. Ela,
fazendo-se serva, deu à luz em seu próprio ventre àquele que foi a Plenitude da
Verdade. Verdade que era gerada na história por meio da Sagrada Revelação.
Que nesse tempo do
Natal que se aproxima, possamos entrar nessa dinâmica da Luz, do Cristo-Palavra
que dá um sentido novo e pelo à nossa humanidade. Por meio dele aprendemos
sempre a colocar as coisas em seu devido lugar, dar a cada um o seu devido
valor e a colocar Deus no centro de todas as coisas, para que tudo, Nele, tenha
Luz.
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