“O que fostes ver no
deserto?” (Lc 7, 24)
O testemunho de Jesus
sobre João Batista é fundamental para compreender a nossa postura no mundo de
hoje. Isso por que muitas vezes nos confundimos entre meios e fins, invertemos
a lógica de nossa vida e nos desviamos dos nossos verdadeiros objetivos, nos
fixamos naquilo que deveria ser instrumento.
A figura de João como
profeta e, mais do que isso, um profeta autorizado e confirmado pelo Senhor,
fixa o seu valor como ponte entre Deus e os homens. Anunciar a vinda do Senhor,
preparar o seu caminho, apontar para Luz, mais do que “habilidades” pessoais é
sinal daquele que saber colocar-se em seu verdadeiro lugar.
Muitos procuravam João,
não para ver as suas qualidades ou suas palavras “simpáticas”, mas porque sabiam
que por meio dele encontrariam a luz, e assim o era. João não era a Palavra, a
Luz nem o Messias, mas a voz que anunciava essa Palavra, a mão que apontava a
Luz, o homem que foi um dos primeiros testemunhos do Messias.
Em um mundo marcado
pela “idolatria” de coisas, pessoas e idéias, somos chamados a olhar a
realidade que nos envolve como uma ponte, como um sinal da manifestação amorosa
e redentora de Deus para conosco. Nesse caminhar, não podemos parar no meio da
estrada, é preciso andar, ir mais além, nesse caminho de encontro com a
Palavra, feito homem, posto aos nossos olhos como luz.
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